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Estado de Minas LUIZ CARLOS AZEDO

Bagun�a na economia sinaliza uso da m�quina federal por cen�rio favor�vel

O governo pretende reverter os desgastes de Bolsonaro junto � popula��o de mais baixa renda e, com isso, manter o apoio do Centr�o


24/10/2021 04:00 - atualizado 24/10/2021 07:05

Medidas de Bolsonaro e Guedes visam a reduzir desgastes do governo junto à classe mais pobre do país
O carro-chefe da estrat�gia de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes � o Aux�lio Brasil, o programa para substituir o Bolsa-Fam�lia (foto: Evaristo S�/AFP)
Quem quiser que se iluda, a um ano do pleito de 2022, a pol�tica econ�mica do governo Bolsonaro entrou em acelerado modo eleitoral. Quando falou das press�es da ala pol�tica e da incompreens�o dos jovens integrantes de sua equipe em rela��o ao teto de gastos, na entrevista coletiva de sexta-feira, no Minist�rio da Economia, ao lado do presidente da Rep�blica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que pretende manipular os instrumentos de que o Estado disp�e para intervir na economia no sentido de construir um cen�rio favor�vel � reelei��o de Jair Bolsonaro.

� disto que se trata: come�ou uma corrida maluca para ganhar as elei��es, na qual o governo pretende reverter os desgastes de Bolsonaro junto � popula��o de mais baixa renda e, com isso, manter o apoio do Centr�o. O carro-chefe da estrat�gia � o Aux�lio Brasil, o programa de Bolsonaro para substituir o Bolsa-Fam�lia, al�m de outros benef�cios, como o vale-g�s e o subs�dio de R$ 400 para os caminhoneiros abastecerem os tanques de seus ve�culos. O rombo no teto de gastos, estimado em R$ 86 bilh�es, pode chegar a R$ 100 bilh�es.

O problema � que os R$ 400 anunciados por Paulo Guedes, R$ 100 a mais do que aceitavam os integrantes da equipe econ�mica que deixaram o governo, liderados pelo secret�rio de Tesouro, Bruno Funchal, dificilmente ser�o mantidos pelo Congresso. N�o para reduzi-los, pelo contr�rio, para aument�-los, podendo chegar a R$ 600, como prop�s o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Essa � uma bandeira que a oposi��o agarrar� com as duas m�os, muito provavelmente com o apoio docemente constrangido do Centr�o. A conferir!

C� entre n�s, para um governo cujo or�amento � da ordem de R$ 1 trilh�o, essa despesa poderia ser feita dentro do Or�amento da Uni�o, se o valor equivalente fosse remanejado de outros setores do governo, em vez de obtidos por meio de um calote nas d�vidas judiciais, ponto de partida da chamada PEC dos Precat�rios, e de uma manobra cont�bil no c�lculo do IPCA, que serve de base para a atualiza��o do teto, que deixou de ser de junho a junho para janeiro a dezembro, ou seja, uma m�gica que comprova a teoria de que na pol�tica o tempo � relativo. Na economia tamb�m, mas o dono do cron�metro � o mercado.

Estelionato eleitoral

O problema � o “instinto animal” dos agentes econ�micos, como diria o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, principalmente de produtores e investidores, porque a manobra n�o altera positivamente a realidade da economia, da gera��o de riqueza ao emprego e � renda, pelo contr�rio. Vejamos:

D�lar – O rombo no teto de gastos pode chegar a R$ 100 bilh�es, o que vai provocar mais desvaloriza��o da moeda. O mercado estima que a cota��o do d�lar chegar� a R$ 5,80 em dezembro e ultrapassar� R$ 6,20 at� as elei��es de 2022.

Infla��o – No acumulado de 12 meses at� setembro, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,25%. Foi a maior taxa anual desde fevereiro de 2016

Juros – O Banco Central ser� obrigado a aumentar ainda mais a taxa b�sica de juros, atualmente em 6,25% (Selic). Na pr�xima reuni�o do Copom, deve subir 1,25 ponto percentual e chegar a 8,75% ao ano, em dezembro, subindo para 10,5% em 2022

Crescimento – O crescimento esperado de 1,8% para o PIB de 2022 deu lugar a uma expectativa m�dia de 1%. H� quem fale em 0,5% do PIB

EUA – O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) pode subir os juros, hoje na faixa entre 0% e 0,25%, em meados do ano que vem

China – O PIB chin�s cresceu 4,9% no terceiro trimestre de 2021, o ritmo mais lento em um ano, em raz�o da crise de energia, das interrup��es na cadeia de abastecimento, do agravamento das d�vidas em seu setor imobili�rio e dos surtos espor�dicos de COVID-19.

Nesse cen�rio, o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula emulam propostas de car�ter populistas, que tendem a deteriorar ainda mais a situa��o da economia. Tanto na reelei��o de Fernando Henrique Cardoso, com o c�mbio fixo, como na reelei��o do presidente Lula, com o Bolsa-Fam�lia, foi poss�vel interferir na economia para favorecer quem estava no poder, por�m numa situa��o de infla��o sob controle. Longe da elei��o, com a infla��o descontrolada, ningu�m sabe o resultado da equa��o inje��o de dinheiro no bolso dos mais pobres e eleva��o dos juros, em termos de atividade econ�mica. E quem ganhar as elei��es, ao assumir ter� que fazer um duro ajuste nas contas p�blicas.
 

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