
Na v�spera da sess�o extraordin�ria do plen�rio virtual da Corte que se inicia hoje, e que vai referendar ou n�o a liminar da ministra Rosa Weber que suspendeu a execu��o das chamadas “emendas do relator”, o encontro foi considerado constrangedor e inoportuno nos meios jur�dicos. Lira tamb�m marcou para hoje a segunda vota��o da emenda, que foi aprovada na primeira por 312 votos a 144, com uma estreita margem de 4 votos em rela��o ao m�nimo de 308 exigido por uma emenda constitucional.
Se houver um pedido de vista, o julgamento ser� suspenso. As chamadas “emendas do relator” s�o relativas aos Or�amentos de 2020 e 2021 e servem de instrumento de controle do governo sobre sua base e tamb�m para coopta��o de integrantes dos partidos de oposi��o, sem que ningu�m tenha que assumir publicamente o toma l� d� c�.
Antes da segunda vota��o do m�rito, a C�mara ainda precisa votar 11 destaques, o que pode levar ao adiamento da segunda vota��o para amanh�. Tanto Lira como o l�der do governo, Ricardo Barros (PP-PR), se empenham para mobilizar a base governista, principalmente os deputados do chamado Centr�o. Tamb�m tentam neutralizar as press�es dos dirigentes dos partidos de oposi��o sobre seus deputados infi�is.
A primeira rea��o veio do pr�-candidato � Presid�ncia do PDT, Ciro Gomes, que anunciou a suspens�o de sua candidatura e exigiu um reposicionamento da bancada do PDT: 15 dos 24 deputados votaram a favor da PEC. No PSDB, foram 22 dos 31 deputados; e no PSB, 10 dos 32 integrantes da bancada.
Com o controle do Or�amento, Lira mant�m ampla maioria na C�mara, mas o apoio ao governo na Casa vem decaindo por v�rias raz�es, a principal � o enfraquecimento eleitoral de Bolsonaro, principalmente no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. O ministro da Economia, Paulo Guedes, jogou a toalha, apesar de a equipe econ�mica considerar o teto de gastos a �ncora fiscal do governo.
Or�amento paralelo
O mercado reagiu negativamente porque os analistas de contas p�blicas sabem que � poss�vel obter esses recursos num Or�amento de mais de R$ 1 trilh�o cortando despesas sup�rfluas, a come�ar pelos gastos secretos com cart�es de cr�dito da Presid�ncia (o mau exemplo vem de cima).
Essa folga tamb�m est� sendo obtida gra�as a uma manobra cont�bil no c�lculo do teto de gastos, que era feito de junho a junho e passar� a ser feito de janeiro a dezembro, e tamb�m ao calote das d�vidas judiciais de Uni�o, ou seja, os precat�rios. O crescimento dessas d�vidas est� sendo atribu�do ao Supremo, sem levar em conta que o governo comete ilegalidades e, depois, � obrigado a indenizar os prejudicados, sejam cidad�os, empresas ou entes federados, os estados e munic�pios.