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Estado de Minas ENTRE LINHAS

� bom ficar de olho no Chile, entre herdeiros de Allende ou de Pinochet

O pa�s vizinho oscila entre um governo parecido com o do presidente deposto ou do golpismo saudosista


23/11/2021 04:00 - atualizado 23/11/2021 07:11

presidente do Chile
O presidente Sebastian Pi�era foi derrotado no Chile (foto: MARTIN BERNETT/AFP)


Os paradigmas da esquerda latino-americana s�o a Comuna de Paris (1871), a Revolu��o Russa (1917), a Revolu��o Chinesa (1949), a Revolu��o Cubana (1959) e a Guerra do Vietn� (1955 a 1975). A Revolu��o Inglesa (1640-1688), a Independ�ncia dos Estados Unidos (1776) e a Revolu��o Francesa (1779-1789), revolu��es burguesas que deram origem � democracia representativa, n�o s�o refer�ncias para seus objetivos. A esquerda tamb�m n�o os contragolpes que puseram um ponto final nas revolu��es. Isso exigira um mergulho nos pr�prios erros. � mais f�cil denunciar os golpistas, com a narrativa do tipo “n�o existe derrota quando se vai � luta”.

Na Am�rica do Sul, no cen�rio de guerra fria, o golpe militar que destituiu o presidente Jo�o Goulart, em 1964, foi o ponto de viragem da geopol�tica continental, por�m, o caso mais paradigm�tico foi o brutal golpe no Chile, do general Augusto Pinochet, em 1973, no qual o presidente socialista Salvador Allende se matou, em meio ao bombardeio do Pal�cio La Moneda pelos militares golpistas. No rumo de um in�dito “socialismo democr�tico”, Allende atraia as aten��es mundiais.

O golpe no Chile levou o l�der comunista italiano Enrico Berlinguer a rever toda a estrat�gia do Partido Comunista Italiano, propondo um “compromisso hist�rico” com a democracia-crist�, tendo a “democracia como valor universal”. Em 1978, um acordo negociado por Berlinguer com o ex-primeiro-ministro e presidente da DC, Aldo Moro, poria fim � grave crise governamental. Entretanto, enfrentava oposi��o do Vaticano, da M�fia, dos Estados Unidos, da Otan, da Uni�o Sovi�tica e dos extremistas de direita e de esquerda.

Cinco dias ap�s a conclus�o do acordo, no dia 16 de mar�o, quando se dirigia � solenidade de posse do novo governo confiado ao democrata-crist�o Giulio Andreotti, que se opusera � alian�a com os comunistas, Moro foi sequestrado em Roma, numa a��o que resultou na morte de cinco homens de sua escolta. O grupo terrorista “Brigadas Vermelhas” assumiu o sequestro e executou Moro, no dia 7 de maio.

RADICALIZA��O 

A chamada “Concertaci�n” (Coaliz�o de Partidos pela Democracia), que governou o Chile por quatro governos, aprendeu com a queda de Allende e se inspirou no “compromisso hist�rico”. Foi uma alian�a entre o “humanismo crist�o” e o “humanismo laico”, que possibilitou programas de governo exequ�veis em termos econ�micos e sociais, embora a chamada “agenda identit�ria” fosse o pomo da disc�rdia entre o Partido Socialista de Chile (PS), o Partido Democrata Cristiano de Chile (DC), o Partido por la Democracia (PPD) e Partido Radical Social-Democrata (PRSD), e de agremia��es menores.

Os democratas crist�os Patr�cio Aylwin (1990-1994) e Eduardo Frei (1994-2000), o liberal Ricardo Lagos (2000-2006) e a socialista Michele Bachelet (2006-2010) se revezaram na Presid�ncia. Depois de 2010, se formou uma nova coaliz�o, a Nueva Mayoria (Nova Maioria), que incluiu partidos da esquerda, como o Partido Comunista de Chile, a Izquierda Ciudadana, e o Movimiento Amplio Social, al�m dos partidos de centro-esquerda que foram parte da Concertaci�n. Os liberais foram exclu�dos. A coaliz�o governou o Chile entre 2014 e 2018.

Derrotada por Seb�stian Pi�era, pela segunda vez (a outra foi em 2010), essa alian�a foi considerada esgotada. Entretanto, o programa liberal do novo governo n�o deu as respostas que a sociedade aguardava. Um processo de impeachment e o forte movimento de oposi��o obrigaram Pi�era a convocar uma Constituinte, na qual a esquerda vem tendo protagonismo. No domingo, esse protagonismo se consolidou, sob a lideran�a do ex-dirigente estudantil e deputado Gabriel Boric, candidato da Frente Ampla de Esquerda e do Partido Comunista, em confronto com o ultradireitista Jos� Ant�nio Kast, do Partido Republicano (pinochetista).

Houve um colapso do centro pol�tico. Um terceiro candidato, Franco Parisi, fez campanha do Alabama, nos Estados Unidos. Sem p�r os p�s em Santiago, deslocou Seb�stian Sichel, o candidato do presidente Pi�era, e Yasna Provoste, da ex-Concertaci�n. Os ex-presidentes Ricardo Lagos, Eduardo Frei e Michelle Bachelet tamb�m foram derrotados. No segundo turno, o Chile oscila entre um projeto parecido com o de Allende e um presidente saudosista do general Pinochet, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro,

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