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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Lula resgata seu velho slogan da esperan�a

'N�o foi � toa que Lula bateu tanto na gest�o social e na pol�tica econ�mica de Bolsonaro. � o ponto mais fraco do governo'


08/05/2022 04:00 - atualizado 07/05/2022 22:59

presidente Lula no palco de evento em SP neste sábado 7/5
"A chapa 'lula com chuchu' � uma frente de esquerda formada tamb�m pelo Psol, PCdoB, PV e Rede" (foto: Nelson Almeida/AFP)

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) oficializou ontem, em S�o Paulo, sua candidatura a presidente da Rep�blica, tendo o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice. A chapa “lula com chuchu” � uma frente de esquerda formada tamb�m pelo Psol, PCdoB, PV e Rede.

Lula fez uma defesa enf�tica de sua passagem pela Presid�ncia, lembrou as realiza��es de seus dois mandatos, prometeu defender a soberania do pa�s, restabelecer as pol�ticas sociais de seu governo e retomar o crescimento, com redistribui��o de renda.

Disse ter sido perseguido judicialmente, mas n�o guardar rancor, e conclamou todos os democratas a apoi�-lo contra Bolsonaro. E deixou claro que a ex-presidente Dilma, presente ao encontro, pelo fato de ter sido presidente da Rep�blica, n�o far� parte do seu governo.

O petista foi antecedido pelo ex-governador Geraldo Alckmin, que n�o compareceu ao ato por estar com COVID-19. Fez um longo discurso em apoio a Lula, que qualificou como a �nica via da esperan�a para garantir a democracia e derrotar Bolsonaro. Bem-humorado, disse que “chuchu com lula” ser� um hit culin�rio, numa alus�o ao apelido que ganhou na pol�tica por seu perfil moderado, sem arroubos de orat�ria. Foi um discurso com o claro prop�sito de atrair os eleitores mais conservadores e liberais, por�m sem margem de d�vida quanto � lealdade ao petista.

Entre uma fala e outra, a soci�loga Ros�ngela da Silva, a Janja, que est� noiva de Lula, ofereceu como presente de casamento um v�deo gravado por v�rios artistas, entre os quais Martinho da Vila, Z�lia Duncan, Maria Rosa e Lenine, no qual o velho slogan da m�sica de campanha de 1989 (“Sem medo de ser feliz”) foi resgatado: “Lula l�, brilha uma estrela/ Lula l�, cresce a esperan�a”.

O refr�o foi lan�ado para o segundo turno da campanha presidencial. Apesar de Lula ter perdido a elei��o para Fernando Collor de Mello, at� hoje o jingle embala as campanhas petistas. Ontem, no Expo Center Norte, na Zona Norte da capital paulista, n�o foi diferente.

O lan�amento da chapa Lula-Alckmin ocorre com vento a favor da oposi��o ao governo Bolsonaro, principalmente no aspecto econ�mico. Na pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira, para 63% da popula��o, a economia brasileira est� no caminho errado, contra 32% que pensam o contr�rio. Muitos est�o ganhando dinheiro com o atual governo, mas a maioria da popula��o est� sofrendo com o desemprego, a redu��o da renda familiar, a infla��o nas alturas e os juros na lua.

Conjuntura adversa

S� n�o � uma tempestade perfeita porque a pandemia de Covid-19 foi contida pela vacina��o. A infla��o � pressionada por fatores que Bolsonaro n�o controla, sem falar nos erros do pr�prio governo. O conflito militar entre R�ssia e Ucr�nia, e fatores internos, como problemas clim�ticos e as incertezas pol�ticas deste ano, puxaram os �ndices de pre�os pelo menos no primeiro trimestre.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a infla��o ao consumidor atingiu 7% em 2021, o n�vel mais alto desde 1982. Na zona do euro, chegou a 5%, alcan�ando o maior valor desde a cria��o da moeda �nica no continente europeu.

O pre�o internacional do barril de petr�leo subiu para US$ 80, quatro vezes acima do que na fase aguda da pandemia, quando a cota��o chegou a cair para US$ 19. Outras fontes de energia, como carv�o e ur�nio, tamb�m ficaram mais caras. O aumento da demanda global e a pol�tica de lockdowns em zonas industriais e portu�rias da China para conter o avan�o da covid-19 tamb�m provocaram escassez de insumos e de mercadorias importadas.

Produtos industrializados passaram a ficar mais caros, com filas de duas a tr�s semanas em v�rios portos para descarregar mercadorias. Os fretes quadruplicaram ou quintuplicaram, dependendo do produto, o que eleva ainda mais os custos. A seca no Sul e as enchentes em Minas Gerais e no Nordeste influenciaram ainda mais a alta de pre�os no come�o deste ano.

Com o barril caminhando para US$ 90, n�o adianta nada o presidente Jair Bolsonaro p�r a culpa da infla��o na Petrobras, que � obrigada a praticar pre�os de mercado. Com a crise energ�tica global e a desvaloriza��o do real, o Brasil importa infla��o de outros pa�ses.

N�o foi � toa que Lula bateu tanto, ontem, na gest�o social e na pol�tica econ�mica de Bolsonaro, muito mais do que nas quest�es de ordem institucional. Segundo a mesma pesquisa do Ipespe, o peso da agenda econ�mica na decis�o de voto dos eleitores subiu de 23% para 47%.

O governo Bolsonaro tem 62% de desaprova��o. Apesar das pisadas de bola em entrevistas – como aquela em que equiparou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ao presidente da R�ssia, Vladimir Putin, que ordenou a invas�o russa da Ucr�nia –, Lula manteve seu favoritismo: 44% de inten��es de votos, um a menos do que na pesquisa passada, contra 31% de Bolsonaro, que se manteve nesse patamar. Ciro tem 8%; Doria, 3%; Janones, 2%; Tebet, 1%; e Felipe D’Avila, 1%. No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro com 20 pontos de diferen�a: 54% a 34%.

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