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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Jair Bolsonaro e a luta do drag�o da infla��o contra o mito guerreiro

Guerra da Ucr�nia ser� desculpa para medidas populistas do presidente para tentar a reelei��o


25/05/2022 04:00 - atualizado 25/05/2022 07:19

Bolsonaro
Bolsonaro sabe que a infla��o � o seu principal advers�rio interno na campanha (foto: KENO GEORGE/AFP)


Com perd�o para o trocadilho — Glauber Rocha que nos perdoe —, o presidente Jair Bolsonaro est� convencido de que seu maior advers�rio nas elei��es � a infla��o. Os n�meros corroboram esse temor, pois a alta dos pre�os, principalmente dos combust�veis e dos alimentos, podem levar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � vit�ria no primeiro turno.

O que se discute no governo � a ado��o de medidas de contingenciamento dos pre�os, seja pelo congelamento puro e simples, seja pela via de incentivos fiscais. A nova mudan�a na dire��o da Petrobras tem esse objetivo.

O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que � considerado uma pr�via da infla��o oficial do pa�s, est� em 0,59% em maio, ap�s ter registrado taxa de 1,73% em abril, somando 12,20% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Diante disso, Bolsonaro resolveu demonizar a Petrobras, que seria o grande drag�o da infla��o. Vestiu a armadura de mito guerreiro e defenestrou mais um presidente da empresa, o terceiro.

Jos� Mauro Ferreira Coelho durou 40 dias do cargo, sendo demitido por telefone pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Saschida. Para o seu lugar, Bolsonaro indicou Caio Mario Paes de Andrade, atual secret�rio especial de Desburocratiza��o, Gest�o e Governo Digital do Minist�rio da Economia.

Empreendedor em tecnologia de informa��o, mercado imobili�rio e agroneg�cio, Caio Mario Paes de Andrade tem forma��o em comunica��o social pela Universidade Paulista, p�s-gradua��o em Administra��o e Gest�o pela Harvard University e Mestre em Administra��o de Empresas pela Duke University.

Foi presidente do Serpro at� agosto de 2020, quando passou a fazer parte do Minist�rio da Economia. Mas � um ne�fito na �rea de energia e petr�leo.

A indica��o ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administra��o da Petrobras. Dois presidentes anteriores da Petrobras, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna, tamb�m foram demitidos do cargo. Ambos por causa dos aumentos dos pre�os dos combust�veis.

A miss�o de Caio de Andrade � uma cobra de duas cabe�as: de um lado, segurar os aumentos dos combust�veis at� as elei��es (fala-se at� em congelamento do pre�o do g�s de cozinha e do diesel); de outro, avan�ar com o projeto de privatiza��o da empresa.

Em ambos os casos, ser� preciso mudar a composi��o do conselho de administra��o da Petrobras e a legisla��o vigente.

A narrativa do governo para fazer essa altera��o est� come�ando a ser constru�da. Como a pandemia foi controlada, gra�as � vacina��o em massa, o pretexto para a mudan�a seria o impacto da guerra da Ucr�nia nos pre�os dos combust�veis, fertilizantes e alimentos.

A guerra da Ucr�nia ser� uma desculpa para outras medidas populistas, que visam manipular pre�os artificialmente, reduzir impostos e mitigar o impacto da infla��o no or�amento dom�stico, principalmente da popula��o de baixa renda, que deriva para a oposi��o. 

O que parecia improv�vel, est� acontecendo: uma alian�a do ministro da Economia, Paulo Guedes, com os pol�ticos do Centr�o para segurar a alta de pre�os e conceder benef�cios a empresas e fam�lias de baixa renda.

A entrega da Petrobras, que era controlada pelos militares, � �rea econ�mica, com a perspectiva de sua privatiza��o, o um sonho de consumo das grandes petroleiras.

Desdolariza��o e teto de gastos

Como o mercado n�o � bobo e sabe que qualquer projeto econ�mico de m�dio e longo prazos depende das elei��es, a primeira rea��o foi negativa: as a��es da Petrobras fecharam em queda de mais de 3% no Ibovespa, principal �ndice de a��es da Bolsa de Valores de S�o Paulo.

Em Nova York, devido � nova troca, as a��es da Petrobras amanheceram nesta ter�a em queda de mais de 11% no pr�-mercado. A recupera��o e valoriza��o da Petrobras, que voltou a ser uma empresa muito lucrativa, est�o atreladas � pol�tica de paridade internacional adotada em 2016, durante o governo Michel Temer.

O ex-presidente Lula endossa as cr�ticas � pol�tica de pre�os da Petrobras, mas manifesta-se contra a privatiza��o da empresa. Ontem, comentando a mudan�a no comando da empresa, sugeriu que Bolsonaro desvincule os custos dos combust�veis da cota��o do d�lar: “Ele pode fazer uma reuni�o com o Conselho Nacional de Pol�tica Energ�tica, trazer a Petrobras para mesa, trazer o conselho da Petrobras, e decidir que o pre�o n�o ser� dolarizado, que n�s n�o vamos pagar o pre�o internacional, n�s vamos pagar o pre�o do custo da gasolina aqui no Brasil", sugeriu.

Lula tamb�m atacou a pol�tica de teto de gastos, resgatando a velha ret�rica contra os banqueiros e as elites do pa�s: “Por que aprovaram teto de gastos? Porque os banqueiros s�o gananciosos. Eles exigiram que o governo garantisse o que eles t�m direito de receber e tentaram criar problemas para investimento na sa�de, na educa��o, na ci�ncia e tecnologia”.

Segundo o petista, “o teto de gastos foi uma forma da elite econ�mica brasileira e que a elite pol�tica fez para evitar que o pobre tivesse aumento dos benef�cios, das pol�ticas sociais, da educa��o e da sa�de para garantir que os banqueiros n�o deixem de receber as coisas que o governo deve para ele.


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