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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro aposta no discurso do bem contra o mal

O monitoramento mostra que Bolsonaro d� um tiro no p� quando ataca a urna eletr�nica e os ministros do Supremo, pois passa a ideia de que vai perder a elei��o


24/07/2022 04:00 - atualizado 24/07/2022 10:08

Presidente Jair Bolsonaro gesticula durante discurso
O presidente Jair Bolsonaro passa a impress�o de que quer ganhar as elei��es na marra (foto: Evaristo S�/AFP- 29/6/22)

N�o � � toa que a farra com o Or�amento da Uni�o que move o Centr�o na campanha de reelei��o de Jair Bolsonaro (PL) est� programada para acabar em 31 de dezembro, inclusive o Aux�lio Brasil e os subs�dios para caminhoneiros e taxistas. S�o apostas para turbinar a sua campanha de reelei��o, n�o s�o pol�ticas estruturantes de combate � mis�ria, � fome e ao desemprego. O projeto de Bolsonaro deve ser anunciado na pr�xima semana, foi coordenado pelo general Braga Neto, que hoje ser� indicado candidato a vice. N�o � um programa de governo, � um projeto de regime iliberal. Entretanto, ambos est�o convencidos de que as elei��es ser�o fraudadas para garantir a volta do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao poder.
 
“Na lei ou na marra” era a palavra de ordem das Ligas Camponeses, lideradas por Francisco Juli�o, que reivindicavam a reforma agr�ria. Essa foi uma das causas do isolamento do governo de Jo�o Goulart, que anunciou, no famoso com�cio de 13 de maio, que iria decretar as reformas de base � revelia do Congresso.  O resto da hist�ria todos sabem. Quanta ironia, agora, com sinal trocado, Bolsonaro passa a impress�o de que pretende continuar no poder na marra, ao atacar as urnas eletr�nicas e os ministros do Tribunal Superior Eleitoral Edson Fachin, atual presidente, e Alexandre de Moraes, que o substituir� no momento da elei��o.
 
H� uma esquizofrenia na campanha de Bolsonaro � reelei��o, cuja candidatura ser� homologada hoje, numa grande conven��o do PL, no Maracan�zinho, no Rio de Janeiro. O n�cleo pol�tico da campanha, formado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o presidente da C�mara, Arthur Lira, aposta todas as fichas no impacto da PEC das Elei��es na vida das fam�lias de baixa renda, que ainda t�m saudades do governo Lula, e na efic�cia das emendas secretas do Or�amento da Uni�o, em manter e turbinar eleitoralmente as bases governistas, principalmente no Nordeste. Acreditam que a diferen�a entre Bolsonaro e Lula deve cair para cinco pontos percentuais, at� 15 de agosto, quando come�a a propaganda de televis�o e r�dio.
 
Entretanto, o monitoramento do humor dos eleitores mostra que Bolsonaro d� um tiro no p� quando ataca a urna eletr�nica e os ministros do Supremo, passa a ideia de que vai perder a elei��o e n�o aceitar� o resultado. Quem comanda a campanha � o senador Fl�vio Bolsonaro (PR-RJ), ladeado pelo ex-secret�rio de Comunica��o da Presid�ncia F�bio Wajngarten, que voltou a ser um interlocutor privilegiado de Bolsonaro. S�o respons�veis pelo discurso manique�sta do bem contra o mal. “Bolsonaro, pelo bem do Brasil” � o slogan de campanha, para suavizar o discurso do �dio contra Lula e o PT. A narrativa tamb�m se apoia nas bandeiras da liberdade individual absoluta, principalmente dos mais fortes, e na f� crist�, que mira as mulheres.

Onde mora o perigo

A estrat�gia � manter a polariza��o com Lula, explorar seus pontos fracos e trazer de volta para Bolsonaro os antipetistas que garantiram sua elei��o em 2018. Na geopol�tica da campanha, a batalha ser� decidida no Tri�ngulo das Bermudas – S�o Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais – e no Nordeste, onde a vantagem de Lula ainda � avassaladora. O marqueteiro Duda Lima, indicado por Valdemar Costa Neto, � um velho advers�rio do PT nas elei��es paulistas.
 
Entretanto, Bolsonaro tem sua pr�pria narrativa e est� convencido de que venceu as elei��es passadas no primeiro turno, mas foi garfado. Desconfia da idoneidade dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e intensifica seus ataques � Corte, que tamb�m s�o fomentados por seu novo vice, o general Braga Neto. O sil�ncio do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), endossa os ataques. As queixas do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que teria “usurpado” os poderes do Executivo e do Legislativo, tamb�m pilham Bolsonaro. � uma narrativa pol�tica perigosa, porque pressup�e um novo projeto institucional, de fortalecimento do Executivo e subordina��o dos demais poderes, com Bolsonaro tendo  superpoderes.  � a� que entra a ideia de um regime iliberal, cuja chave seria uma reforma que aumentasse o n�mero de ministros do STF, para que Bolsonaro indique a maioria e controle a Corte, no embalo da reelei��o.
 
Mas n�o h� uma via �nica. Ontem, o ex-embaixador norte-americano no Brasil Thomas Shannon, em entrevista � “Folha de S. Paulo”, nos alertou que Bolsonaro e sua equipe preparam o caminho para questionar o resultado das elei��es e reverter eventual derrota nas elei��es. Segundo ele, Bolsonaro “estudou atentamente os eventos de 6 de janeiro do ano passado”, quando o ex-presidente Donald Trump tentou impedir que Biden fosse declarado vitorioso pelo Congresso norte-americano”. E chegou � conclus�o de que “Trump fracassou porque dependia de uma multid�o pouco disciplinada e n�o tinha um apoio institucional – de lideran�as partid�rias, For�as Armadas. Bolsonaro e sua equipe avaliaram que, na hip�tese de tentar algo parecido, precisariam de apoio institucional”. � recado de quem falou "de mando" e tem informa��es de intelig�ncia.

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