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Estado de Minas Entre linhas

N�o existe zona de conforto para ningu�m

Lula est� perdendo a elei��o entre os homens por pequena margem e vencendo por larga diferen�a entre as mulheres, um campo minado para Bolsonaro


04/09/2022 04:00 - atualizado 04/09/2022 07:52

Mão masculina aperta o botão verde na urna eletrônica
Urna eletr�nica: todas as pesquisas apontam vantagem de Lula sobre Bolsonaro, mas a possibiliade de segundo turno pode virar o jogo (foto: Elza Fiuza/Agencia Brasil - 16/9/14)

Todas as pesquisas mostram uma boa vantagem do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que lidera a disputa presidencial; dependendo da pesquisa, a diferen�a � de cinco a 12 pontos em rela��o ao presidente Jair Bolsonaro(PL). Isso � como vencer o jogo por dois a zero no primeiro tempo; no segundo, por�m, se o time advers�rio fizer um gol, empurrado pela torcida, tudo pode complicar. Uma virada no placar passa a ser uma amea�a real.
 
As pesquisas est�o mostrando que Lula n�o vencer� no primeiro turno, com a recupera��o de Ciro Gomes (PDT), o crescimento de Simone Tebet (MDB) e a casquinha que Felipe D'�vila (Novo) e Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) est�o tirando com a campanha de r�dio e TV, as entrevistas e os debates. N�o existe zona de conforto para ningu�m. Lula est� perdendo a elei��o entre os homens por pequena margem e vencendo por larga diferen�a entre as mulheres, um campo minado para Bolsonaro.
 
Lula vence entre os mais pobres, por�m, perde entre os que ganham de dois a cinco sal�rios e empata nos que percebem acima disso. Lidera com folga entre os que somente t�m o ensino fundamental e, por pouco, entre os que completaram o ensino m�dio, mas perde entre aqueles com curso superior. Est� em ampl�ssima vantagem no Nordeste; vence de pouco no Norte/Centro-Oeste e no Sudeste; e perde no Sul.
 
Esse cen�rio, com quatro semanas de campanha, ainda pode se alterar. A campanha eleitoral foi encurtada deliberadamente pelo Centr�o, com o objetivo de facilitar a reelei��o de quem tem mandato, principalmente na C�mara Federal. N�o existe mais financiamento de empresas privadas para as campanhas e a libera��o dos recursos do fundo eleitoral somente ocorreu ap�s a propaganda eleitoral come�ar. H� disparidade de meios entre quem tem mandato, com todas as suas vantagens e mordomias, e os que postulam uma vaga para entrar nas casas legislativas.
 
Como a esperteza engole o dono, deu ruim para o presidente Jair Bolsonaro, que largou muito atr�s nas pesquisas de opini�o, por causa principalmente da situa��o da economia. Pode ser salvo pela PEC Emergencial e seu pacote de bondades, que parece n�o ter fim, haja vista a �ltima redu��o do pre�o dos combust�veis. O ministro da Economia, Paulo Guedes, inclusive, j� anunciou a inten��o de prorrogar o “estado de calamidade” para poder gastar mais. A reelei��o de Bolsonaro est� se inviabilizando por outros motivos, principalmente entre as mulheres: a sua misoginia, a falta de empatia com as v�timas da pandemia, o deboche quando � criticado por qualquer cidad�o, o palavreado chulo. Tudo isso est� cobrando um pre�o alto de Bolsonaro, mas o determinante mesmo � a situa��o da economia e dos mais pobres.

Cen�rios

A estrat�gia de Lula contra Bolsonaro � muito simples. Compara seu governo com o atual em todas as �reas relevantes: a pol�tica externa, a cultura, as pol�ticas de sa�de e educa��o, a quest�o ambiental, o sal�rio m�nimo, o combate � viol�ncia. Lula apostou principalmente na recess�o, no desemprego e na infla��o como conting�ncias que derrotariam Bolsonaro, mas acontece que o poder de interven��o do governo na economia � muito grande e a situa��o est� mudando.
 
N�o importa que seja um voo de galinha. A economia voltou a crescer, novos empregos s�o criados, o dinheiro do Aux�lio Brasil (tr�s parcelas de R$ 600, se n�o antecipar a quarta) est� chegando na ponta na boca da elei��o. Pode n�o ter a mesma repercuss�o para quem ganha at� um sal�rio m�nimo, por causa do peso da infla��o de alimentos, mas acima disso j� surte efeito, inclusive porque movimenta as economias locais, favorecendo a classe m�dia.
 
Geralmente, os analistas de pesquisas calculam a progress�o do crescimento ou da queda dos candidatos para concluir se e quando o l�der se manter� � frente ou n�o. A boca de jacar�, como se diz no jarg�o dos marqueteiros, � um recurso v�lido para o direcionamento da campanha. Entretanto, n�o pode ser absolutizado por duas raz�es: em primeiro lugar, o tempo na pol�tica n�o � tal linear, pode se acelerado na campanha; em segundo, as pesquisas usam dados defasados do IBGE, pois s�o os do �ltimo censo. � da� que v�m os eventuais erros nas pesquisas. Ignoremos as teorias conspirat�rias.
 
A campanha mais curta tende a acelerar a movimenta��o dos candidatos majorit�rios. � o que aconteceu com a recupera��o de Ciro e o crescimento de Simone, frustrando os que apostavam no “voto �til”. Nesse cen�rio, teremos segundo turno, embora a polariza��o Lula versus Bolsonaro se mantenha. O que poderia alterar esse quadro seria Bolsonaro perder expectativa de poder, o que n�o vai acontecer por causa do peso do governo como forma mais concentrada de poder e a melhoria do ambiente econ�mico. Outra hip�tese, menos prov�vel, seria Lula ser ultrapassado pelo presidente da Rep�blica, como apregoam os caciques do Centr�o. Nesse caso, haveria uma rea��o a favor do “voto �til”; uma eventual desist�ncia de Lula em favor de Ciro ou Simone n�o est� no script de ningu�m, muito menos dos petistas.

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