
O principal n� a ser desatado para a amplia��o do governo � o acordo com Simone Tebet, a candidata a presidente da Rep�blica do MDB, que apoiou Lula no segundo turno e deu grande contribui��o � sua elei��o. Ela est� com um p� no governo e o outro na oposi��o.
Ontem, ap�s anunciar os novos ministros, Lula disse que dedicar� a pr�xima semana aos entendimentos com os demais partidos que o apoiaram no segundo turno. Em alguma medida, tentar� consolidar a aproxima��o com o PSD, o Uni�o Brasil e o Cidadania. Talvez at� mesmo com o PP de Ciro Nogueira (PI) e Arthur Lira (AL), para formar uma base parlamentar s�lida e construir uma boa rela��o com o Congresso.
O espectro das bancadas que apoiaram a PEC da Transi��o � o limite dos acordos, mas h� que se levar em conta que a motiva��o maior dos deputados foram suas emendas ao Or�amento e n�o, necessariamente, o apoio ao governo Lula, como � o caso do PSDB, por exemplo.
Lula completou a equipe da �rea meio do governo: Alexandre Padilha, Rela��es Institucionais; M�rcio Macedo, secret�ria-geral da Presid�ncia da Rep�blica; Jorge Messias, Advocacia Geral da Uni�o; Vin�cius Marques de Carvalho, Controladoria-Geral da Uni�o; Esther Dweck, Gest�o.
Um governo com 37 minist�rios somente pode dar certo com muita coopera��o e boa coordena��o, porque a maioria dos grandes problemas do pa�s demandam solu��es interdisciplinares, ou seja, envolvem mais de um minist�rio, ainda mais com tanta fragmenta��o. Pelo perfil da �rea meio, os ministros mais fortes na Esplanada s�o Rui Costa na Casa Civil, Fl�vio Dino na Justi�a, Fernando Haddad na Fazenda e Jos� M�cio Monteiro da Defesa.
A �rea social do governo foi bem resolvida. A presen�a de N�sia Trindade, atual presidente da Fiocruz, no Minist�rio da Sa�de, em vez de um parlamentar indicado por Arthur Lira, no caso o deputado Elmar Nascimento (Uni�o), contempla o chamado “partido sanitarista”, ou seja, tem perfil para enfrentar os principais problema da sa�de p�blica, a pandemia e a vacina��o das crian�as. Entretanto, enfrentar� a oposi��o dos setores ligados � medicina privada e aos planos de sa�de.
Camilo Santana tamb�m � uma boa solu��o para Educa��o, pois o Cear� tem um dos melhores desempenhos no ensino fundamental e m�dio do pa�s, um “case” de educa��o reconhecido internacionalmente. Isolda Cela, a atual governadora, que disputava a pasta, j� se entendeu com ele. Ser� um ministro menos focado nas universidades e nos grandes grupos do ensino privado, que haviam capturado a pol�tica educacional do atual governo.
Espa�os abertos
� um minist�rio, digamos, mam�o com a��car, porque seu principal programa � o Bolsa Fam�lia. As escolhas para a Cultura, Margareth Menezes, que ontem cantou para os frequentadores do restaurante Tia Z�lia, na Vila Planalto, e Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Bernardo do campo, atendem aos mundos da cultura e do trabalho, desprezados pelo atual governo.
O ex-governador M�rcio Fran�a, nos Portos e Aeroporto, e Geraldo Alckmin - Ind�stria, Com�rcio Exterior, refor�am o governo com dois ex-governadores de S�o Paulo e contemplam o PSB com posi��es com muita sinergia. Vale destacar que Alckmin e Aloizio Mercadante, indicado para a presid�ncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), trabalharam juntos na transi��o e se entendem muito bem.
Um dos desconfortos de Simone Tebet, que recusou a pasta, foi o fato de n�o ter indicado o presidente do banco. Luciana Santos, a presidente do PCdoB, na Ci�ncia e Tecnologia contempla os partidos da coliga��o de Lula no primeiro turno.
O compartilhamento do governo com os partidos aliados de Lula no primeiro e no segundo turno � um xadrez pol�tico que envolve 13 minist�rios: Meio Ambiente, Agricultura e Pecu�ria, Planejamento, Pesca, Previd�ncia, Cidades, Comunica��es, Minas e Energia, Desenvolvimento Agr�rio, Turismo, Povos Ind�genas, Transporte e Esporte.
H� muito barulho em rela��o � atual composi��o do governo, por causa da hegemonia petista, por�m, como se v�, Lula ainda tem pastas suficientes para negociar a participa��o de partidos grandes e pequenos. Se tivesse feito isso antes, sobretudo nas pastas vitais para atender sua base eleitoral, teria sido acusado de lotear o governo.