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Estado de Minas OPINI�O

O pacto de Bolsonaro com os violentos

'O presidente n�o fez nenhum coment�rio sobre as bombas encontradas em Bras�lia e alimenta a esperan�a dos radicais'


27/12/2022 04:00 - atualizado 26/12/2022 21:55

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro participa de uma cerimônia de formatura para cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras em Resende, Rio de Janeiro, Brasil, em 26 de novembro de 2022
(foto: T�RCIO TEIXEIRA/AFP)

Enquanto o presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva negocia os minist�rios que ainda est�o vagos com os aliados de centro que o apoiaram no segundo turno, um jogo de xadrez cuja rainha � a senadora Simone Tebet, que concorreu � Presid�ncia pelo MDB, aumenta a tens�o entre os atores encarregados da seguran�a de sua posse, principalmente depois de uma bomba ter sido desativada num caminh�o tanque de querosene de avia��o, nas proximidades do Aeroporto Internacional de Bras�lia.

No come�o, imaginou-se que era apenas uma provoca��o, mas o avan�ar das investiga��es mostra que estava realmente sendo preparado um atentado terrorista. George Washington de Oliveira Sousa, um empres�rio de 54 anos, respons�vel por instalar o “artefato explosivo”, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, confessou sua inten��o de provocar o atentado, na expectativa de que o ato provocasse o caos e uma interven��o militar antes da posse de Lula.

No apartamento que alugou no Sudoeste, no Distrito Federal, os policiais encontraram um fuzil, espingardas, rev�lveres, muni��o e outros artefatos explosivos. A Pol�cia Civil afirma saber que o homem teve ajuda e atua para identificar e prender os outros envolvidos.


George era frequentador de audi�ncias p�blicas no Congresso e participava do acampamento de bolsonaristas defronte ao Quartel Geral do Ex�rcito, que continua sendo o principal ponto de concentra��o dos radicais de extrema direita que n�o aceitam a vit�ria de Lula.

Um outro artefato foi encontrado domingo, no Gama, tamb�m no Distrito Federal, pesando 40 quilos. Ainda n�o se sabe quem colocou a bomba no local e se o explosivo, desativado por policiais do Grupo de Opera��es da Pol�cia Civil, tem rela��o com o artefato colocado por George no eixo de um caminh�o-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de avia��o (28 mil no primeiro compartimento, e 35 mil no segundo), no s�bado passado.

Mil�cia pol�tica

Nesta segunda-feira (26/12), o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eust�quio teve pris�o decretada, a pedido da Pol�cia Federal, com aval da Procuradoria Geral da Rep�blica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, respons�vel pelo inqu�rito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF).

A pris�o n�o tem nada a ver diretamente com o fracassado atentado terrorista, a ordem j� havia sido dada por Moraes durante a semana. Eust�quio n�o tem cumprido as medidas cautelares impostas ap�s a revoga��o de sua pris�o.

O blogueiro foi preso em junho de 2020, a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica, tamb�m por envolvimento com atos antidemocr�ticos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo. Em pris�o domiciliar, o blogueiro j� foi proibido de usar redes sociais e manter contato com outros investigados de atos antidemocr�ticos. Os fatos recentes, como o ataque ao pr�dio da Pol�cia Federal e a uma Delegacia de Pol�cia Civil no setor hoteleiro Norte.

O presidente Jair Bolsonaro n�o fez nenhum coment�rio sobre ambos os casos e continua alimentando a esperan�a dos radicais de que ainda vai dar um golpe de estado. Os seus partid�rios mais fan�ticos continuam � porta dos quarteis, sem que nada seja feito pelas autoridades locais nem pelo Ex�rcito.

Bolsonaro tem um pacto com os violentos. Primeiro, com as mil�cias do Rio de Janeiro, cujo modelo de atua��o naturalizou e traduziu para a pol�tica. Aproveitando-se dos interesses corporativos de categoriais profissionais embrutecidas pelos riscos da pr�pria atividade, al�m de atiradores e indiv�duos que cultuam a viol�ncia por temperamento ou ideologia, o presidente da Rep�blica formou uma mil�cia pol�tica, armada at� os dentes, que come�a a dar sinais de que pode recorrer � luta armada e ao terrorismo para tentar fazer valer seus prop�sit os golpistas.

A democracia � uma conquista civil da qual n�o se pode abrir m�o precisamente porque, onde ela foi instaurada, substituiu a violenta luta pela conquista do poder por uma disputa partid�ria com base na livre discuss�o de ideias. Condenar as elei��es, esse ato fundamental do sistema democr�tico, em nome da guerra ideol�gica, significa atingir a ess�ncia n�o do Estado, mas da �nica forma de conviv�ncia poss�vel na liberdade e atrav�s da liberdade que at� agora conseguimos realizar, na longa hist�ria de prepot�ncia e viol�ncia da nossa sociedade.

O povo resolveu a disputa pelo voto, em elei��es pac�ficas e ordeiras, mas um grupo de radicais de extrema-direita ainda acredita que os militares, liderados por Bolsonaro, dar�o um golpe de estado. De certa forma, at� que a posse se realize, a exist�ncia dos acampamentos alimen ta essa v� esperan�a.

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