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Estado de Minas ENTRE LINHAS

N�o custa nada lembrar, Lula quase perdeu a elei��o para Bolsonaro

''Enquanto o governo n�o der uma resposta ao seu maior problema, a recupera��o da economia, a ambi��o de Lira encontrar� terreno f�rtil''


28/03/2023 04:00 - atualizado 28/03/2023 08:28

Lira quer impôr a Lula a tutela que impôs a Bolsonaro
Lira quer imp�r a Lula a tutela que imp�s a Bolsonaro (foto: MAURO PIMENTEL/EM/D.A.PRESS)


Entre os aliados do presidente Luiz In�cio Lula da Silva que n�o s�o de esquerda – muitos dos quais o apoiaram j� no primeiro turno –, cresce a preocupa��o com os riscos de ingovernabilidade que est� correndo, diante dos desafios de seu novo governo. A sombra que persegue Lula vai pra bem longe, a presidente Dilma Rousseff, que assumir� a presid�ncia do banco dos BRICS (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), com um sal�rio equivalente a R$ 200 mil. Entretanto, a compara��o do atual governo com o de Dilma, que n�o � nada alvissareira, est� se tornando cada vez mais frequente.

Lula nem completou ainda 100 dias de mandato, mas seu governo come�a a envelhecer rapidamente. Antigos conflitos e problemas emergiram nesse per�odo, como as invas�es de terra do MST, o aparelhamento das estatais e fundos de pens�o pelo PT e a eterna disputa entre os moderados e a esquerda petista pela pol�tica econ�mica do governo. Para complicar ainda mais, pululam no governo os poss�veis candidatos � sucess�o de Lula, o que � uma insanidade, em se tratando de uma administra��o que precisa primeiro dar certo.

Algu�m precisa refrescar a mem�ria dos petistas de que Lula quase perdeu a elei��o para Jair Bolsonaro: a vit�ria no segundo turno foi por 50,9% a 49,1% dos votos v�lidos. Lula ganhou a elei��o gra�as ao voto das mulheres e dos mais pobres, mas a diferen�a decisiva veio dos votos de Simone Tebet, que se empenhou na campanha de Lula no segundo turno, e Ciro Gomes, por gravidade, via PDT. Bolsonaro obteve mais votos da chamada “terceira via” do que Lula, o que � um sinal de que esses segmentos sociais e pol�ticos de centro podem se deslocar facilmente para a oposi��o ao governo.

Al�m disso, n�o houve a tr�gua tradicional dos advers�rios. Os bolsonaristas tentaram dar um golpe de estado no dia 8 de janeiro e foram derrotados; apesar de isolados, nunca perderam a capacidade de mobiliza��o e influ�ncia. Embora Bolsonaro tenha sido derrotado, o PL elegeu a maior bancada da C�mara e estrutura o bloco de oposi��o no Senado. Forma com o PP, cujo presidente � o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PI), a alian�a estrat�gica do Centr�o no Congresso. Vem da� as ambiguidades do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), que se reelegeu com apoio de um bloc�o que vai do PL ao PT.

No Senado, a fronteira entre e o governo e a oposi��o foi tra�ada com a reelei��o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a Presid�ncia na Casa, por�m, seu advers�rio, senador Rog�rio Marinho (PL-RN), lidera uma oposi��o ideol�gica e aguerrida. Na C�mara, a situa��o � completamente diferente, existe uma “terra de ningu�m” entre governo e oposi��o, formada pelas “bancadas independentes”, que Arthur Lira controla por meio de seus l�deres. � nessa “terra de ningu�m” que a governabilidade de Lula se torna fr�gil.

A crise entre o Senado e a C�mara em torno da tramita��o das medidas provis�rias, cujo rito est� previsto na Constitui��o, conforme deixou claro o senador Rodrigo Pacheco, reflete a ambi��o de poder de Arthur Lira, que pretende alargar seus poderes de presidente da C�mara e ser o fiador da governabilidade de Lula no Congresso. As medidas provis�rias, duramente a pandemia, tramitaram diretamente de um plen�rio para outro, sem passar pela comiss�o mista que deveria apreci�-las.

Media��o onerosa

O presidente da C�mara n�o deseja instalar a comiss�o mista e responsabiliza Pacheco e o Pal�cio do Planalto pela paralisa��o da tramita��o das medidas provis�rias. Caso seja instalada, senadores e deputados que a integrarem adquirir�o capacidade pr�pria de negocia��o com o governo, o que enfraqueceria Lira. O presidente da C�mara n�o deseja perder esse poder de negocia��o com Lula. E alega que a manuten��o do rito anterior havia sido pactuada com os representantes do governo.

Houve duas conversas recentes de Lira com Lula, uma das quais sozinho. Nelas, se colocou como mediador das rela��es do presidente da Rep�blica com a C�mara. Enfraqueceu, a um s� tempo, o l�der do governo, Jos� Guimar�es (PT), o ministro das Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que est� sendo fritado por gregos e baianos. Homem forte do governo, o ex-governador baiano deu um ch� de cadeira de 45 minutos no ministro Haddad.

Esse tipo de rela��o entre o presidente da Rep�blica e o presidente da C�mara tem precedentes hist�ricos. Foi assim entre o presidente Jos� Sarney e o deputado Ulysses Guimar�es (no antigo PMDB); de igual maneira, entre Fernando Henrique Cardoso e o deputado Luiz Eduardo Magalh�es (no antigo PFL). Havia sintomia e, ao mesmo, tens�es entre ambos, mas nada se compara ao tipo de rela��o de tutela que Lira pretende impor a Lula. O presidente da C�mara tamb�m pretende desempenhar o papel de porta-voz dos grandes grupos econ�micos do pa�s no debate econ�mico.

A resid�ncia oficial de Lira se tornou uma esp�cie de “muro das lamenta��es” (com todo respeito) para os insatisfeitos com o governo. Lula ataca os juros, o presidente do Banco Central (BC), Rodrigo Campos Neto, e executivos dos bancos de investimentos correm para Lila. O MST invade terras produtivas, a bancada do agroneg�cio lhe pede socorro. Enquanto o governo Lula n�o der uma resposta ao seu maior problema, a recupera��o da economia, a ambi��o do presidente da C�mara encontrar� terreno f�rtil.
 

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