
A cada novo indicador econ�mico fica cada vez mais evidente que o Brasil est� no ritmo de outra recess�o, ainda que apenas t�cnica. Ela guarda li��es das �ltimas vezes em que o PIB brasileiro encolheu por dois trimestres seguidos nos �ltimos anos. A �ltima delas ocorreu no primeiro semestre de 2015 e mergulhou o pa�s na maior recess�o real da sua hist�ria, com o PIB acumulando queda de 7,2% e deixando reflexos at� hoje. A anterior teve final diferente. Depois de cair por dois trimestres no fim de 2009, a economia cresceu 7,5% em 2010, a maior alta em 24 anos. Foi uma marolinha que descambou em tsunami.
A recess�o t�cnica, se confirmada pelo IBGE no pr�ximo dia 29, com a divulga��o das Contas Nacionais do segundo trimestre, coloca o pa�s em estado de alerta, principalmente em fun��o do cen�rio externo no curto e m�dio prazo. E a apreens�o vem tamb�m da aparente falta de senso de urg�ncia do governo Bolsonaro. Quando o presidente � confrontado com a piora na maioria dos indicadores nos �ltimos sete meses e manda que perguntem ao Paulo Guedes e este, ao ser questionado sobre a recess�o t�cnica, pede “um pouco de paci�ncia” fica dif�cil ser otimista. E isso n�o tem a ver com trabalhar contra o Brasil, como sugere o ministro.
A recess�o t�cnica do primeiro semestre deste ano, ou o simples fato de que o PIB do segundo trimestre fique zerado e n�o se configure essa recess�o, indicam que o pa�s ainda vai demorar a superar o quadro de baixo crescimento econ�mico, que impede a redu��o efetiva do desemprego e o aumento mais forte da renda e do consumo. Nenhuma das medidas encaminhadas pelo governo at� agora t�m impacto no curto prazo e a in�rcia da desacelera��o se mant�m, provavelmente at� o fim de 2020, com o pa�s crescendo apenas entre 0,8% e 2%, enquanto o mundo crescer� acima de 3%.
Ainda em tramita��o no Congresso, reforma da Previd�ncia e MP da Liberdade Econ�mica n�o t�m impacto no curto prazo sobre o crescimento, porque este vir� com a volta dos investimentos, que v�o gerar emprego e renda e elevar o consumo. E isso n�o se d� no curto prazo, principalmente com o cen�rio de estagna��o na Argentina, nosso maior parceiro na Am�rica Latina, e de ind�cio de recess�o nos Estados Unidos por causa da guerra comercial com a China. E ainda tem o Brexit.
Esperar quatro anos, como sugere Paulo Guedes, � correr o risco de colher o mesmo que Mauricio Macri est� colhendo agora na Argentina. E n�o � bom nem imaginar que para salvar um segundo mandato o governo brasileiro tenha que recorrer a medidas populistas como eleva��o do sal�rio m�nimo em 25% de uma �nica vez e congelamento dos pre�os dos combust�veis por 90 dias. S�o a��es que provavelmente n�o salvar�o Macri – que n�o consegue gerar empregos e fazer o pa�s crescer – porque ter�o impacto direto sobre o agravamento da crise fiscal da Argentina. A recess�o t�cnica � um aviso. Melhor tirar dela li��es para a retomada efetiva do crescimento econ�mico.
Perdas do lixo
R$ 9,5
trilh�es
� o que custa anualmente para a sociedade a deposi��o de 8 milh�es de toneladas de pl�stico nos oceanos a cada ano, segundo estudo do Marine Pollution Bolletin
Vai um caf�?
O Brasil exportou 23,52 milh�es de sacas de 60kg de caf� de janeiro a julho deste ano, ao pre�o m�dio de US$ 124,80 a saca, gerando receita de US$ 2,93 bilh�es. A maior parte, 21,19 milh�es de sacas, foi dos caf�s verdes, enquanto apenas 2,33 milh�es de sacas, ou 9,9% do total, foram de caf�s industrializados (sol�vel, torrado e mo�do). Os dados s�o do Conselho dos Exportadores de Caf� do Brasil (Cecaf�).
Na rede
O n�mero de lojas on-line registrou crescimento de 37,59% este ano em rela��o a 2018, segundo dados da consultoria BigDataCorp e do PayPal. Segundo o levantamento, j� s�o cerca de 930 mil sites dedicados ao com�rcio eletr�nico no Brasil, com a maioria deles (59,76%) adotando plataformas fechadas. O crescimento agora � o maior desde 2014 e muito superior ao de 2016 (9,2%) e ao de 2017 (12,5%), segundo a pesquisa.