IPCA-15 desacelerando j� � efeito do rem�dio amargo da alta dos juros

O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou janeiro em 0,58%. Primeiro indicador de pre�os de 2022, o �ndice veio abaixo do 0,78% registrado em dezembro e tamb�m em janeiro do ano passado, mas ficou acima da proje��o do mercado e em 12 meses ainda assinala uma amarga infla��o na casa de dois d�gitos, a 10,2%. � um bom sinal o recuo da infla��o e bancos j� se antecipam para reduzir as proje��es para o ano, mas o pre�o dessa redu��o � o aumento das taxas de juros, que v�o continuar subindo para que a infla��o convirja para o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monet�rio Nacional (CNM), de 3,5%.

As previs�es do mercado s�o de que, na pr�xima quarta-feira, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central eleve a taxa b�sica Selic de 9,25% para 10,75% e a partir desse ponto siga monitorando os pre�os e a atividade econ�mica. A taxa ser� a mais alta desde maio de 2017, quando a Selic estava em 11,25%. “O IPCA-15 � um term�metro e o fato de ter vindo acima da proje��o do mercado, mas abaixo do �ndice de dezembro, mostra o in�cio do efeito que � o rem�dio amargo da alta dos juros”, afirma Davi Lelis, s�cio da Valor Investimentos. Para ele a tend�ncia � que os pre�os desacelerem com o Banco Central mantendo a pol�tica atual em rela��o aos juros.

Essa menor press�o inflacion�ria j� se refletiu na proje��o dos economistas do Banco Ita�, que � reduzir a previs�o do IPCA para este ano de 5,3% para 5%. O mercado, que eleprevia infla��o de  5,15% esta semana, deve reduzir a proje��o no pr�ximo boletim, que ser� divulgado pelo Banco Central na segunda-feira. Embora o mercado j� veja um arrefecimento nos pre�os, � preciso aten��o com riscos que surgem no cen�rio, como quebra de safra no Sul do pa�s e eleva��o dos pre�os do petr�leo.

“A leitura do IPCA-15 desagradou um pouco ao mercado porque veio acima das expectativas e em 12 meses a taxa � de 10,2%, ou seja, ainda em dois d�gitos”, observa Camila Abdelmaack, economista-chefe da Vedha Investimentos. Ela observa que o arrefecimento dos pre�os na pr�via de janeiro se deveu � redu��o de 1,78% na gasolina, a grande vil� da infla��o no ano passado. “Isso contribuiu para que o IPCA-15 n�o frustrasse ainda mais”, afirma a economista. Tamb�m contribu�ram para a redu��o da infla��o em janeiro as passagens a�reas (-18,21%), o etanol (-3,89%) e o g�s veicular (-0,26%)

Camila pontua preocupa��es no horizonte e que podem exigir mais tempo do Banco Central at� que a infla��o esteja efetivamente caminhando para o centro da meta. “H� uma preocupa��o em rela��o ao pre�o dos combust�veis para 2022, porque se espera um arrefecimento relevante nesses pre�os, mas h� uma cautela porque as proje��es consideravam de US$ 75 a US$ 80 o barril e a gente j� v�, em alguns momentos, ele se aproximar dos US$ 90 e algumas casas j� falando em US$ 100 o barril.” O congelamento do ICMS dos combust�veis anunciado ontem e a perspectiva de que o Congresso aprove alguma medida com impacto no valor da gasolina e do g�s de cozinha podem segurar a escalada do petr�leo.

Outro ponto que preocupa s�o os g�neros aliment�cios, que tiveram fortes altas em 2021. No IPCA-15, os pre�os da alimenta��o no domic�lio saltaram de 0,46% em dezembro para 1,03% este m�s. As chuvas em regi�es produtoras em Minas e na Bahia e a falta delas no Sul do pa�s v�o provocar quebra de safra, reduzindo a oferta e elevando os pre�os. “� outro vil�o (da infla��o) que est� gritando e que exige acompanhamento ao longo do ano. O cen�rio inflacion�rio n�o deve dar tr�gua e deve sair dos d�gitos na leitura acumulada em 12 meses apenas em maio”, diz a economista-chefe da Vedha Investimentos.

 

� o faturamento estimado pela ind�stria t�xtil e de confec��o do Brasil no ano passado

 

Com a previs�o de que a instala��o do 5G nas capitais esteja conclu�da at� junho, o Minist�rio das Comunica��es informou que 12 das 27 capitais brasileiras j� atualizaram suas legisla��es locais sobre as antenas, enquanto entre as outras h� as que j� est�o adaptadas. A mudan�a � necess�ria porque as estruturas maiores das tecnologias anteriores sejam substitu�das por equipamentos menores.

 

Com a san��o do Or�amento deste ano, o IBGE informou ontem que iniciar� em 1º de agosto a coleta de dados do Censo Demogr�fico 2022. A partir dessa data e at� outubro, os recenseadores contratados visitar�o os mais de 70 milh�es de domic�lios em todos os munic�pios do pa�s. Uniformizados com bon� e coletes azuis com a logomarca do IBGE, eles usar�o um Dispositivo M�vel de Coleta, semelhante a um smartphone.