
O represamento de pre�os administrados para conter a infla��o est� no centro da estrat�gia do governo federal para segurar os reajustes de pre�os, com tamanha interven��o na economia fazendo arrepiar os liberais. E n�o h� como negar que isso esteja ocorrendo. Ha praticamente tr�s meses a Petrobras n�o reajusta os pre�os dos combust�veis nas refinarias, mesmo com a defasagem da gasolina em rela��o ao mercado internacional oscilando entre 15% e 20% e com a pol�tica de pre�os com base no Pre�o de Paridade de Importa��o em vig�ncia.
O mesmo ocorre com as tarifas de energia el�trica, mais especificamente a da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig). A Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) adiou ontem pela segunda vez a divulga��o do �ndice de aumento da concession�ria mineira de energia, que deveria ter entrado em vigor em 28 de maio.
A justificativa � simples, depois de dois anos sem aumento, a tarifa da Cemig vai seguir o padr�o usado at� agora nos aumentos autorizados pela Aneel este ano, que para consumidores residenciais variam de 7% a 24%, sendo que a maioria dos reajustes ficou acima e 15%.
A Aneel espera anunciar o reajuste da Cemig depois da privatiza��o da Eletrobras, que deve gerar R$ 5 bilh�es para amortizar as contas de energia e o projeto que autoriza o uso de R$ 1 bilh�o em impostos recolhidos por clientes do setor el�trico indevidamente para diminuir o aumento nas contas dos consumidores. O patamar de reajuste autorizado at� agora leva em conta os gastos com o acionamento de 100% das usinas t�rmicas no ano passado para evitar um apag�o.
O represamento dos pre�os sem o equacionamento das condicionantes que geram essa varia��o no valor de produtos e servi�os est� fadado a ter um efeito tempor�rio, resultando em aumentos muito maiores no futuro. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulga o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, que deve ficar entre 0,5% e 1%, como indica a pr�via medida pelo IPCA-15, que ficou em 0,59%, contra 1,73% em abril e 0,83% em maio do ano passado.
Mas, mesmo desacelerando, a infla��o em 12 meses permanece acima de 10% e, mais do que isso, h� uma dispers�o dos reajustes superior a 75%, o que significa que tr�s quartos dos setores registram aumento de pre�os a cada m�s, gerando press�o inflacion�ria em praticamente toda a economia.
O risco � que, ao empurrar reajustes para depois das elei��es, no caso dos combust�veis, o governo comprometa o cumprimento da meta de infla��o no ano que vem, empurrando o indicador para um patamar acima do teto previsto pelo terceiro ano consecutivo. Pelo Boletim Focus divulgado esta semana, o mercado financeiro elevou a previs�o de infla��o deste ano para 8,89% e a de 2023 para 4,39%, contra um teto da meta este ano em 5% e em 4,25% em 2023. Isso mostra que a infla��o vai estourar a meta este ano e est� perto de superar a do ano que vem. Para evitar que isso ocorra, o Banco Central s� tem uma alternativa: elevar a taxa b�sica de juros na reuni�o do Conselho de Pol�tica Monet�ria (Copom) na semana que vem.
A taxa b�sica de juros Selic est� hoje em 12,75% ao ano e deve ser elevada para 13,25% com um aumento de 0,5 ponto percentual, embora existam analistas que apostem em uma alta de um ponto percentual, com a Selic chegando a 13,75%, o que elevar� a taxa de juros real da economia brasileira, influenciada tamb�m pelo inicio da desacelera��o da infla��o. Mais juros, menos crescimento. � o que esperam institui��es internacionais que analisam as perspetivas para a economia brasileira este ano. Ontem a Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) reduziu a proje��o do PIB do Brasil este ano de 1,4% para 0,6%.
Deb�ntures
R$ 32,7 bilh�es
Foi o valor das ofertas de deb�ntures por empresas brasileiras em maio, segundo balan�o da Anbima divulgado ontem
Constru��o
A Construtech ABC da Constru��o acaba de concluir investimentos de R$ 50 milh�es na reforma e amplia��o do centro de distribui��o em Juiz de Fora, para atender sua rede de 250 lojas em Minas, S�o Paulo, Rio de Janeiro e Esp�rito Santo. A nova unidade tem capacidade para atender � meta de 400 franqueadas ainda este ano e mil unidades em 2024, com o faturamento anual chegando
a R$ 5 bilh�es.
Renda fixa
Levantamento feito pelo Santander Brasil com clientes de todo o pa�s mostra uma migra��o de investidores para aplica��es em renda fixa com a eleva��o dos juros. De julho de 2021, quando a Selic estava em 4,25% at� agora, em 12,75%, o percentual de investidores mineiros que optam por CDBs, Letras de Cr�dito Imobili�rio (LCI) e do Agroneg�cio (LCA) e Tesouro Direto passou de 39,92% para 42,23%.