
Noel abre o caminho do lucro para o com�rcio, que, em Minas, se v� sacrificado com a maior queda de vendas no pa�s, de 5,2%, como divulgou na quarta-feira o IBGE em sua pesquisa relativa a outubro sobre o comportamento do caixa do varejo em 26 estados. A despeito dos apelos do feliz velhinho, � a famosa receita do p�o italiano recheado de frutas ou chocolate que conduz a uma verdadeira guerra santa pelo cliente nesta �poca do ano.
Produzidos aos milhares, em dezembro, nas padarias e supermercados, os panetones de marca pr�pria, aqueles ofertados em larga escala pela ind�stria da confeitaria e as vers�es artesanais, n�o s�o apenas bons de faturamento, mas tamb�m puxam uma lista de produtos feitos para seduzir no Natal. Num estado como Minas Gerais, de gastronomia variada e reconhecida no pa�s e no exterior, as cozinhas inovam na receita e a briga dentro desse segmento que alavanca os neg�cios, como diriam os economistas, tende a crescer.
Segundo pesquisa da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), o com�rcio de panetones vai dividir com as carnes, embora caras, a lideran�a dos aumentos de vendas esperados durante o Natal de 2019, com percentual de 10% sobre 2018, � frente de aves t�picas, vinhos, cervejas e bebidas quentes. Dos fornos das padarias do Extra Hipermercados em todo o pa�s saem, este m�s, 100 mil panetones por dia com diversos recheios, de creme de avel� com Carolinas e Ninho e meio amargo; gotas de chocolate e frutas cristalizadas; de brigadeiro e nozes trufado. As proje��es de vendas da rede para a iguaria coincidem com as da Amis.
A padaria Vianney, instalada no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, aposta h� v�rios anos na produ��o artesanal, lan�ada cerca de tr�s meses antes da festa crist�, e n�o � por pouco. Os panetones respondem por 50% do com�rcio de produtos sazonais de Natal, seguidos pelos jantares, conta a diretora da empresa, Isabella Santiago. Somados panetones e chocotones, 10 mil unidades devem ser oferecidas aos clientes neste ano, incluindo os charmosos minichocotones, destinados aos consumidores que preferem as por��es individuais ou buscam presentes de valor unit�rio mais baixo.
“N�o temos panetones industrializados h� muitos anos por acreditar na oferta do produto artesanal com qualidade, sabor, beleza e excelente rela��o custo/benef�cio. Mas, neste mercado existe espa�o para todos”, afirma Isabella. A Vianney preparou para este ano linha de 15 tipos do p�o italiano, incluindo os lan�amentos de massa artesanal de chocotone marmorizada com caramelo salgado; massa areada com cramberry, nozes pec� e gotas de chocolate.
O com�rcio eletr�nico tamb�m facilita a compra, permitindo que o cliente escolha o produto no site e opte pela entrega em casa ou o retire na loja. A criatividade nas adapta��es da mistura italiana n�o surpreendem diante da fama da gastronomia mineira; s� alimentam a demanda j� consolidada pelo panetone, como avalia Vin�cius Dantas, presidente da Amip�o, a associa��o da ind�stria mineira dos panificadores.
“O panetone j� caiu no gosto do brasileiro, e, por isso, � comum em boas padarias encontrar o produto durante todo o ano. No entanto, � na �poca de Natal quando a venda se acentua de maneira consider�vel, sobretudo a dos panetones especiais. Podemos considerar a m�dia estimada de produ��o multiplicada por 20. � praticamente imposs�vel faltar, no dia do Natal, um bom – e belo – panetone � mesa”, afirma.
O varejo inovou ainda com os novatos panetones salgados, que, de acordo com Dantas, da Amip�o, t�m tido boa aceita��o entre os clientes mineiros. Resta, agora, acompanhar os pre�os, numa impressionante curva de varia��o, de menos de R$ 2 pelas miniaturas oferecidas nos supermercados a mais de R$ 200 no com�rcio especializado de doces e chocolates finos. Que o pulo dos pre�os das carnes n�o contamine essa del�cia de Natal.
Fartura
200% Para acompanhar o panetone e, claro, a ceia, cresce a demanda pelos vinhos e espumantes. Nas lojas da rede Extra, a venda dessas bebidas costuma triplicar em dezembro
Atr�s da avicultura
Com banca de donos do com�rcio internacional, os chineses parecem ter descoberto o potencial da avicultura de Minas Gerais. Investidores do pa�s que � considerado a locomotiva da �sia foram vistos com frequ�ncia no estado, este ano, avaliando as possibilidades de aquisi��o de abatedouros. A presen�a deles chamou a aten��o, como conta o presidente da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg), Roberto Sim�es. O interesse est� numa avicultura integrada.
Creme dental
A taxa��o do ICMS em Minas sobre as vendas do creme dental, diferentemente do publicado pela coluna na semana passada, foi elevada, no governo passado, de 12% para 27%, representando avan�o de 125%. Tendo em vista o descolamento de al�quotas do imposto frente as m�dias nacionais observadas no setor de higiene pessoal, a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosm�ticos (Abihpec) est� negociando com a equipe do governador Romeu Zema, que est� sens�vel � situa��o, segundo o presidente da entidade, Jo�o Carlos Bas�lio.