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Estado de Minas

Uma nova terra implica a passagem pelo deserto

Todos temos desertos para atravessar. Depende de n�s como vamos caminhar por ele


19/07/2020 04:00 - atualizado 15/07/2020 19:30


Nem depois de participarem de um dos maiores milagres do Antigo Testamento, atravessando a “p� enxuto” o Mar Vermelho, aberto por Deus para fugirem com seguran�a dos soldados do fara�, os israelitas ficaram confiantes que teriam um bom destino, que a Terra Prometida seria mesmo espa�osa e boa, onde corriam leite e mel.

Ficaram livres da vida de humilha��o imposta pelos eg�pcios, do horror da escravid�o, sabiam que s� mesmo uma m�o poderosa poderia dar-lhes tamanha for�a, mas v�rias vezes se mostraram um “povo de cabe�a dura”.

Conseguiram se emancipar da submiss�o ao Egito e em vez de vassalos do fara� se tornaram o povo de Deus. Neste pacto que abrangia a iniciativa do Senhor e a contrapartida do povo, para eles era dif�cil aceitar as regras de uma nova vida, de um novo normal.

A passagem pelo deserto mostra a imperfei��o do povo, sacudido por crises, amargos queixumes, fam�lia por fam�lia na lam�ria, inflamados gritos: “Quem nos dar� o que comer?”.
Chegaram a ter saudades das cebolas do Egito. “No Egito �ramos escravos, mas t�nhamos de gra�a as cebolas. Por que sa�mos do Egito?.”

Sempre murmurando, mais de 10 vezes puseram Deus � prova. Mas como o caminho se faz � caminhando, viveram tamb�m seus momentos de cora��o disposto e esp�rito generoso, contando uma hist�ria de amor, f� e esperan�a durante a travessia.

Todos temos desertos para atravessar. Depende de n�s como vamos caminhar por ele: lamentando as cebolas ou transfigurando o peso do lamento em leveza de contentamento? Ben��o ou maldi��o? Nesta pandemia, em que todo mundo tem se voltado mais para dentro, como um ref�gio contra o medo e a incerteza, cada um vem colocando paisagens internas conforme quer ou d� conta. 

Alguns procuram ser o sol da manh�, evitando o risco de virar a poeira que esconde os raios do astro-rei. Outros quase desaparecem entre tantas paisagens que imaginam para distrair os dias. Outros preferem apurar os ouvidos para os ru�dos do interior.

Algu�m se v� diante da paisagem da desola��o. Outros sonham quando os dias n�o ser�o mais assim. E mais aqueles que pensam em voltar para um mundo que em nada se modificou. Depende de n�s. Cara ou coroa? Verso ou reverso? 

Os israelitas murmuravam, mas andavam. Todos os dias eles iam para a frente, seguindo uma coluna de nuvem de dia e uma coluna de fogo � noite. N�s ficamos dando volta em torno de n�s mesmos.

N�o recebemos uma t�bua com os mandamentos escritos pelo dedo de Deus nos convidando a um novo agir. As leis vieram em boletins, documentos oficiais e redes sociais: leis governamentais, normas sanit�rias, pesquisas cient�ficas. 

Informa��es que esconderam nosso sorriso e nos revelaram m�os impuras, nos mostraram o perigo de uma proximidade, nos tornando impacientes com o presente e assustados com o futuro, o queixume se tornou uma linguagem natural.

Est�vamos na escravid�o de um v�rus e, distra�dos, n�o perceb�amos. Parecia um sonho mau que ia passar, mas o sonho mau n�o passava E aconteceu: como os israelitas, est�vamos no deserto, havia uma nova lei em dire��o a uma nova vida e murmur�vamos. Come�amos a lamentar as cebolas do Egito, a ter saudades at� dos danos e enganos de outrora.

Os israelitas chegaram numa terra boa, com �guas correntes, fontes e len��is de �gua subterr�neos, que brotavam nos vales e nos montes, terra de trigo, cevada, vinhas, figueiras e rom�zeiras, terra de oliveiras, de azeite e mel.

N�s tamb�m daqui a pouco estaremos em uma nova terra, com a impress�o de que fizemos a travessia ao contr�rio – rumo � escravid�o. Uma vida cheia de leis para sair, chegar, ir-e-vir, andar de carro, ir � missa, ao cinema, passear com a fam�lia. Leis ditando onde sentar, como tratar com o gerente, como ir � escola, como conviver. Recomenda��es, informes, placas, avisos. Logo, logo vira h�bito.

Conserta-se o exagero, permanece o necess�rio. 
Ficar� o ensinamento. O crist�o perseverou na f� e n�o se esquecer� que durante todo esse tempo brotou man� do c�u para alimentar a esperan�a. O crist�o acredita que nesta nova terra tamb�m correm leite e mel. Cebolas ser�o apenas cebolas. 

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