
Deus disse: “Fa�a-se a luz”. E a luz se fez. Deus viu que a luz era boa. No primeiro cap�tulo do primeiro livro da Sagrada Escritura, a luz � a 29ª palavra dita por Deus e a terceira coisa a ser criada, logo ap�s o c�u e a terra, ainda no primeiro dia.
No quarto dia, apareceram no firmamento o grande luzeiro (Sol) para presidir o dia e o luzeiro menor (Lua) para presidir a noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. De l� para c�, o mundo mudou, mas a humanidade sempre soube: ter luz � bom.
Nas grutas escuras de Bel�m, por mais de 30 anos, S�o Jer�nimo devia agradecer a luz das velas que lhe permitiam traduzir toda a B�blia do grego e do hebraico para a eleg�ncia cl�ssica do seu latim, da� surgindo a “Vulgata”, que significa “uso comum”, tradu��o usada durante quase 15 s�culos. Estava S�o Jer�nimo, ent�o, nos tirando das trevas para a luz ao abastecer o mundo com as palavras do Antigo e do Novo Testamento?
Dos anos 350 a 420 vamos para estes novos dias de 2021, tendo contornado os dias de apag�o no Amap� no ano passado e, com as chuvas t�picas do ver�o, vez e outra enfrentando outro apag�o moment�neo. O que fazer nestes momentos? Acendemos uma vela, duas, tr�s.
Precisamos iluminar os caminhos, vencer a escurid�o. J� nas festas de anivers�rio, as velas s�o a alegria do bolo. E antes da missa, quem n�o acompanha o acender das velas no altar? A celebra��o vai come�ar. Nas prociss�es uma vela acende a outra, enquanto se anda devagar, tomando conta que o vento n�o sopre forte e apague a chama que ilumina mais os cora��es que os caminhos.
Precisamos iluminar os caminhos, vencer a escurid�o. J� nas festas de anivers�rio, as velas s�o a alegria do bolo. E antes da missa, quem n�o acompanha o acender das velas no altar? A celebra��o vai come�ar. Nas prociss�es uma vela acende a outra, enquanto se anda devagar, tomando conta que o vento n�o sopre forte e apague a chama que ilumina mais os cora��es que os caminhos.
M�os postas em ora��o, ajoelhado diante do santo de devo��o, o filho acende uma vela para rezar pela recupera��o da m�e. Seja diante do orat�rio dentro de casa, na capela do s�tio, no vel�rio de Nossa Senhora. Velas acesas sempre est�o ligadas �s ora��es. Antes da era crist�, os pag�os festejavam o Sol Invenc�vel, que trazia os raios da salva��o.
No Novo Testamento, Cristo n�o s� � a luz do mundo como nos convida a s�-lo (“V�s sois a luz do mundo”). Nesta virada de ano, deixemos a luz acesa, pois assim a tristeza n�o entra, a l�grima n�o rola, a esperan�a n�o desiste de esperar. Sejamos velas acesas. Foram inspirados na luz do Oriente que tr�s reis se puseram em movimento.
No Novo Testamento, Cristo n�o s� � a luz do mundo como nos convida a s�-lo (“V�s sois a luz do mundo”). Nesta virada de ano, deixemos a luz acesa, pois assim a tristeza n�o entra, a l�grima n�o rola, a esperan�a n�o desiste de esperar. Sejamos velas acesas. Foram inspirados na luz do Oriente que tr�s reis se puseram em movimento.
Segundo o conto de Rubem Alves, Gaspar era rei de Markash, pa�s de mar azul e praias brancas. E, mesmo amado pelo povo, tinha uma tristeza incur�vel no cora��o. Uma noite ele contemplava o c�u quando, na dire��o do oriente, viu uma nova estrela que o fez sorrir. Ordenou que lhe preparassem o navio para a viagem em dire��o � estrela.
Baltazar era rei da N�bia, pa�s montanhoso, cheio de p�ssaros, �rvores e riachos de �gua limpa. Apesar da beleza da terra, Baltazar tinha um cora��o triste. J� era madrugada quando, ao orar, viu uma nova estrela e sorriu. Mandou preparar os cavalos para a longa viagem atr�s da estrela.
Belchior era rei de Lagash, pa�s de desertos e areias sem fim. No o�sis onde construiu seu pal�cio havia palmeiras e o frescor das fontes, mas Belchior tinha uma enorme melancolia. Uma noite, ao tomar vinho, notou uma estrela que brilhava mais e alegrou-se. Mandou preparar os camelos para viajar em dire��o ao astro.
Tempos depois encontraram-se em um vilarejo e dormiram em paz. O ar estava perfumado com flores de jasmim e magn�lia. A estrela levava a uma gruta, aonde chegaram juntos. A� perceberam que n�o era a estrela que iluminava a cena. Era o beb� na manjedoura que iluminava a estrela. Disseram: “O universo � um ber�o onde uma crian�a dorme”. E ficaram felizes. Desta vez, para sempre.
Neste terceiro dia do primeiro m�s de 2021 n�o deixemos de acreditar que o bem � maior que o mal, que a nossa casa pode ser santa se o perd�o for sempre sagrado e a f� infinita. Que este ano seja de muita luz.