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Estado de Minas COLUNA

Daqui de longe

A Quaresma � um �timo tempo para se aprender a fazer o bem. Exercer a caridade agora e continuar praticando pela vida afora


27/03/2022 04:00 - atualizado 25/03/2022 09:36

Foguete
Esta��o espacial (foto: Ilustra��o)

 
Dois americanos e dois russos mant�m colabora��o operacional na Esta��o Espacial Internacional enquanto esperam 30 de mar�o, dia em que o americano deve pousar no Cazaquist�o, a bordo da espa�onave russa Soyuz. Os parceiros, com habilidades e capacidades diferentes, t�m trabalhado juntos na c�psula.

Os americanos compraram assentos no ve�culo russo e � assim que o americano voltar� para casa trazido pelo russo na Soyuz. Apesar das crescentes tens�es geopol�ticas, para eles a terra � azul e o mundo � pequeno enquanto um abra�a o outro no pequeno espa�o sem gravidade da espa�onave.
 
L� embaixo, na imensid�o da terra, j� todo este m�s cidades se bombardeiam, fazendo uma guerra sem fim, que j� levou mais de tr�s milh�es de refugiados da Ucr�nia para a paz oferecida pela Pol�nia, nos abrigos improvisados nas fronteiras e entre os lares que conseguem um espa�o no meio da sala da casa, j� carregada de dores que se somam umas com as outras de fam�lias que nem se conhecem.

A tristeza n�o tem o que dizer. Dizer o qu�? Daqui de longe esperamos que o cessar-fogo aconte�a logo, mas como � dif�cil viver a guerra vivendo aqui. Parece que o flagelo que acompanhamos na televis�o � um sonho mau que vai passar, mas nem sempre ele passa e a guerra nunca acaba.
 
Enquanto uns vivem no espa�o e outros na sofr�ncia da guerra, em nosso mundo que iniciou outono, ainda poderemos viver as consequ�ncias do final da �poca de chuva. Haveremos de falar muito sobre como foi este princ�pio do ano em mar�o, que poder� vir bravo ou mais.

T�cnicos continuam apresentando sugest�es para que o Brasil aprenda a cuidar de moradias em encostas de modo que o descuido n�o acabe em trag�dia e para que a pr�xima esta��o das chuvas n�o seja “o fundo do po�o nem o fim do caminho”. Sonhemos que “as �guas de mar�o fechando o ver�o sejam promessa de vida no cora��o”.
 
H� outra esp�cie de chuva que tamb�m faz doer. “Pior que chover l� fora, � chover na alma”, diz algu�m que faz parte dos 5,8% da popula��o brasileira que sofre de depress�o, taxa acima da m�dia global, de 4,4%. O que significa quase 12 milh�es de brasileiros, colocando o pa�s no topo do ranking no n�mero de casos de depress�o na Am�rica Latina, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de.

Estamos no tempo da Quaresma. Os sacerdotes, nos revestimos de roxo, as igrejas est�o s�brias. Nossa vida � constitu�da por ciclos e, como crist�os, fomos convidados a come�ar um novo tempo a partir da Quaresma que nos conduz at� a P�scoa.

A Quaresma nos chama ao jejum, � ora��o e � esmola. O jejum como express�o do dom�nio de si pr�prio em privar-se de alguma coisa, em ter for�a para dizer n�o a si mesmo; a ora��o como abertura para Deus; e a esmola como abertura para o outro, ou seja, um movimento para dentro, um para o alto e um para o lado.
 
Se para os dois primeiros movimentos Cristo imp�s regras (n�o tocar trombeta ao orar chamando a aten��o para que todos vejam como � devoto e n�o se apresentar p�lido e enfraquecido pelo jejum), tamb�m h� regras para a caridade. Te�logos e estudiosos batem h� anos na mesma tecla: caridade n�o � oferecer moedas como se tratasse de uma fria esmola nem fazer doa��es a obras de benefic�ncia.

A caridade deve vir do amor que nasce do cora��o de Cristo. O m�rito n�o est� nem no pouco nem no muito, mas na vontade de dar. N�o se pode ter um cora��o para amar a Deus e outro para querer bem ao pr�ximo.
 
A Quaresma �, portanto, um �timo tempo para se aprender a fazer o bem. Exercer a caridade agora e continuar praticando pela vida afora, pois o crescimento nas virtudes surge como consequ�ncia de um empenho cotidiano at� se tornar um h�bito arraigado. Amar sem medida, como Deus pede.

S�o Le�o Magno, um dos maiores papas da hist�ria da Igreja, d� � caridade o nome de miseric�rdia. “N�o s� os ricos podem beneficiar os outros com a esmola, mas quantos vivem em condi��es modestas e pobres. Assim, desiguais nos bens de fortuna, todos podem ser iguais nos sentimentos de piedade da alma.”

Vale repetir: desiguais nos bens, iguais nos sentimentos.

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