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Estado de Minas

A incapacidade de lidar com uma pandemia pode condenar um governante

A incapacidade de controlar a difus�o da praga fez com que o imp�rio bizantino diminu�sse ano ap�s ano a partir da primeira onda pand�mica


postado em 10/05/2020 04:00

(foto: reprodução)
(foto: reprodu��o)

 
 
A praga de Justiniano ocorreu h� cerca de 1.500 anos. � um dos exemplos mais antigos de como doen�as se espalham atrav�s de rotas comerciais de longa dist�ncia. A incapacidade de controlar a difus�o da praga fez com que o imp�rio bizantino diminu�sse ano ap�s ano a partir da primeira onda pand�mica. Em 762, restou s� uma fra��o da extens�o de 541. � �poca, as pessoas sabiam pouco das medidas sanit�rias necess�rias para evitar que a doen�a ficasse vindo em ciclos mortais por quase 200 anos. O governante ganhou o nome da praga com a qual n�o soube lidar.
 
Para al�m da acumula��o de riquezas, o avan�o econ�mico depende demais da especializa��o que s� pode ocorrer mediante as trocas. Para muito al�m do avan�o econ�mico, as trocas s�o a ess�ncia da vida. O ser humano � um animal que migra, se estabelece, se especializa e troca. Ent�o, migra novamente e renova o ciclo. Onde d� certo, comunidades prosperam. As sociedades que melhor se organizam para potencializar troca (com�rcio seguro e saud�vel), especializa��o (educa��o e produ��o), estabelecimento (bem-estar), mitiga��o de riscos (seguro e bem-estar social) e migra��o (acolhida e atratividade) s�o as que dominam o avan�o do  mundo. S�o as que conseguem sustentar dimens�es imperiais e fomentar civiliza��es que fa�am bem ao mundo.
 
Pelas rotas mar�timas, doen�as tendem a chegar primeiro aos portos. Pelas a�reas, nos aeroportos. A p� ou transportado, nas fronteiras terrestres. O cont�gio se espalha primordialmente atrav�s das rotas comerciais e coloca press�o sobre regula��es sanit�rias.
 
Em meio � forte rea��o contra a globaliza��o pela qual passa o mundo, � crescente o discurso que liga o aumento do fluxo de pessoas e commodities (principalmente as org�nicas) � difus�o de doen�as e pandemias. As barreiras n�o tarif�rias, que j� haviam se tornado impedimentos maiores ao com�rcio global do que as tarif�rias, v�o recrudescer. Os pa�ses que conseguirem usar ci�ncia e protocolo para garantir que seu com�rcio � seguro e saud�vel sofrer�o menos e ter�o inclusive mais oportunidades. N�o h� mais possibilidade de empurrar com a barriga problemas b�sicos de saneamento, gest�o de res�duos s�lidos e outras quest�es sanit�rias que afetam as pessoas e o meio ambiente. Nem d� para chamar de governo qualquer coisa irrespons�vel.
 
No Jap�o, que j� foi um pa�s muito pobre, hoje em dia vive os problemas do coronav�rus com uma perspectiva de melhorar v�rios aspectos estruturais e comportamentais que limitavam o bem-estar e o avan�o socioecon�mico do pa�s. A transforma��o digital est� realocando recursos que estavam mal-empregados e causando a estagna��o em meio � riqueza. Horas intermin�veis para ir e voltar do trabalho. 
 
Ter que optar entre morar mal, mas perto do emprego, ou bem, mas longe dele. Esses e mais tantos outros problemas de congestionamento que a transforma��o digital pode melhorar mais do que transporte p�blico, quando ele j� existe com grande efici�ncia e escala, como � o caso das cidades japonesas.
 
As empresas precisam aprender a confiar na capacidade de seus funcion�rios se ajustarem � tecnologia. Parcerias p�blico-privadas precisam ser formadas para facilitar a forma��o de estruturas adequadas para teletrabalho. 
 
A pr�pria estrutura de funcionamento da internet precisa alcan�ar todas as regi�es e resid�ncias, pois em nossa era o longe ficou perto.
 
N�o � poss�vel que as avenidas, pontes, estradas e janelas digitais que conectam e conectar�o cada vez mais brasileiros e neg�cios brasileiros n�o estejam sob controle final do Estado, com participa��o intermedi�ria da iniciativa privada do pa�s. N�o d� para seguir sendo tudo estrangeiro e aberto � manipula��o de fora, a come�ar pelas redes sociais. 
 
Abrir m�o dessa soberania, no mundo que est� a�, � abrir m�o de entender com nossa cultura os entendimentos e desentendimentos humanos.  � irracional para todos, empres�rios, trabalhadores e clientes.
 
A cis�o entre o indiv�duo on-line e a pessoa real vai acabando no processo em que at� celebra��es religiosas passam a ocorrer a dist�ncia. O desafio � planejar e executar o ajuste para a nova conjuntura global. Fam�lias, empresas, demais organiza��es e poder p�blico fazem bem ao se guiar em busca do bem comum.
 
Em termos b�blicos � um conto de dois fara�s poss�veis. Um v� em sonho a aproxima��o de uma praga, se aconselha corretamente e prepara seu pa�s para atravessar com galhardia e solidariedade um tempo de vacas magras. J� o outro v� a praga diante de seus olhos, mas com o cora��o e o pensamento endurecidos � incapaz de fazer a coisa certa para poupar o pa�s do prolongamento da desgra�a. (Com Henrique Delgado)

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