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Estado de Minas

Biden tem tr�s caminhos, e quest�o ambiental ser� chave em qualquer um

Brasil ganharia uma �tima oportunidade sob essa perspectiva, mas � pena termos um presidente t�o desinformado at� nisso


09/05/2021 04:00

Os EUA, de Joe Biden, acordaram para a questão de que compatibilidade do capitalismo com a democracia pressupõe civilidade e bem-estar social(foto: SAUL LOEB/AFP)
Os EUA, de Joe Biden, acordaram para a quest�o de que compatibilidade do capitalismo com a democracia pressup�e civilidade e bem-estar social (foto: SAUL LOEB/AFP)


Com Henrique Delgado


A unidade institucional t�pica da civiliza��o norte-americana est� ancorada no trip� das tr�s grandes ordens de poder e administra��o de interesses: a ordem econ�mica pulverizada; a ordem pol�tica descentralizada; a ordem militar burocratizada. Todavia, os principais meios de poder com capacidade executiva r�pida est�o sob a estrutura plantada na Casa Branca. E s�o suas atividades, decis�es e contatos que preservam e aumentam o dom�nio dos Estados Unidos como a maior democracia capitalista do mundo. Os EUA, de Biden, acordaram para a quest�o de que a compatibilidade do capitalismo com a democracia � algo que as sociedades constroem com boas regula��es promotoras da civilidade e do bem-estar social. E agora, quem quiser se salvar deve defender sa�de e o meio ambiente.

Quando Trump misturou liberalismo, populismo e a��o pol�tica, os EUA sentiram o risco de desorganiza��o social. N�o deu outra. Biden chegou aos 100 dias de governo dando alta intensidade �s suas a��es. Ele � mais experiente e sabe que o aparato pol�tico n�o � extens�o mec�nica de interesses econ�micos ou de fan�ticos apoiadores. Nenhum dos dois tem for�a para substituir o sistema pol�tico e o emaranhado de pessoas, institui��es e hierarquias envolvidas. Mas como tudo nos EUA, a vit�ria de Biden n�o significa que houve invers�o de poder. Ele � continuidade com mudan�a.

� frente dos EUA, ao governo Biden apareciam tr�s op��es: uma era tentar segurar a situa��o presente (a que vigorou de 1973 at� Obama), em que os EUA faziam a pol�tica econ�mica que bem entendiam, estando muito integrados ao mundo. Funciona enquanto a sociedade civil n�o se rebela e a espinha dorsal do poder n�o se inclina a favor de mudan�as.

Nos EUA, a revolta ocorreu em 2016 com �nimos populistas-nacionalistas que acabaram levando Donald Trump ao poder. E, embora derrotado, � dif�cil voltar com o mau g�nio que despertou para dentro da garrafa da normalidade. Por isso, mais exequ�veis restam as outras duas op��es.

A segunda � tentar se apropriar de algumas agendas populistas/nacionalistas do Trump e acelerar o retorno para o passado que o mundo viveu entre 1945 e 1973, com estados nacionais fortes e menos integrados. Contando com a aposta de que a sociedade civil americana mais ampla � democrata e capaz de criar uma identidade americana mais abrangente, menos compartimentalizada em grupos de status e classes sociais, mas igualmente nacionalista. Esse sim � um puro “de volta para casa” econ�mico, que basicamente entrega o que Trump prometeu, s� que com uma identidade americana multicultural e n�o racista.

A terceira � abrir caminho para a experimenta��o com um maior federalismo global. Ou seja, regras globais b�sicas de imposto, trabalho, remunera��o, bem-estar social, etc. O apoio a um imposto global para as big techs vai nesse caminho. Como, por quest�es tecnol�gicas, a globaliza��o s� vai aumentar, o plano 2, mesmo na sua vers�o bem-intencionada, � dif�cil dar certo do ponto de vista democr�tico. Democracia como a ideia de igualdade entre as pessoas (1 pessoa, 1 voto), mas tamb�m os valores liberais de prote��o das minorias e impedimento de concentra��o de poderes n�o se enquadra no apetite concentrador de capital e poder que possuem as empresas de alta tecnologia. A liberdade de oportunidade possibilitada pelas redes sociais delas derivadas � uma v�lvula de escape, mas precisa de vigil�ncia p�blica e sofre controle remoto privado.

O plano 3, de maior federalismo global com sociedade civil forte, � o que nunca foi testado. Afinal, as organiza��es internacionais dos anos 1970 para c� s�o mais fachada do que subst�ncia – crescem menos do que as grandes empresas e fortunas individuais – e as que funcionam o fazem com base em deficit democr�tico e est�o sujeitas � lei do mais forte.

Todavia, � cada vez maior a melhor chance para se seguir tendo uma sociedade civil livre, ativa, com economias pujantes, e com menos chance de guerra militar ou fiscal. Verdade seja dita de que at� poucos anos atr�s n�o havia tecnologia que fizesse o plano 3 exequ�vel. Hoje, as Big Tech, administradas de forma mais transparente e democr�tica, s�o parte da solu��o.

Por fim, em qualquer caminho o vi�s ambiental � inevit�vel e faz parte da equa��o para modernizar a rela��o entre capitalismo e democracia. � a� que est� a grande oportunidade para o Brasil se situar na alta conversa entre seus dois maiores parceiros comerciais, pois n�o haver� nova geografia ambiental sem EUA, China e Brasil de acordo. Pena termos um presidente t�o desinformado sobre tudo.

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