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Estado de Minas COLUNISTA

Brasil e Jap�o com certas igualdades na Olimp�ada

� bom que os dois pa�ses se encontrem nessas novas coisas que t�m em comum como o gosto pelo surfe e o skate, al�m do antigo gosto pelas artes marciais


01/08/2021 04:00 - atualizado 01/08/2021 08:37

Rayssa Leal (prata) e as japonesas Momiji Nishiya (ouro) e Funa Nakayama (bronze) formaram o pódio da final do skate em Tóquio(foto: Jeff Pachoud/AFP )
Rayssa Leal (prata) e as japonesas Momiji Nishiya (ouro) e Funa Nakayama (bronze) formaram o p�dio da final do skate em T�quio (foto: Jeff Pachoud/AFP )
O Jap�o tem a popula��o mais longeva do mundo e usa as Olimp�adas de T�quio para mostrar que est� esbanjando sa�de e construindo o futuro. Um equil�brio entre tradi��o, modernidade e futurismo que n�o � apenas marketing, mas consist�ncia de pa�s que trabalha coeso para defender e melhorar sua posi��o no mundo.

Mesmo a rede aparentemente dependente – projetada como cau��o para entrela�ar pacificamente o Jap�o ao Atl�ntico Norte ap�s a Segunda Guerra – mostrou ao longo do tempo como caminhar para se tornar soberano. Ou no m�nimo uma interdepend�ncia que assegura as melhores negocia��es para seu povo como um todo. N�o � dif�cil perceber o interior da alma do modo japon�s de ser.

Seu est�gio atual na reestrutura��o das cadeias produtivas mundiais depende muito do uso que o Jap�o faz de sua moeda – o iene – para sustentar uma economia insustent�vel sem esse uso inteligente.

Parte se projeta na qualidade de infraestrutura e tecnologia que extravasa para o mundo em exporta��es de coisas que geram muitos empregos com bons sal�rios. Parte se v� na real qualidade de vida geral do pa�s, que passa por massivos investimentos em sa�de e esportes. Ponto chave � que o pa�s � focado na manuten��o do pleno emprego.

Dos anos 1960 para c�, o desemprego nunca passou de 5,5%, e desde 2017, est� abaixo de 3%. Faz isso desbancando algumas teorias que liberais de boutique t�m como autoevidentes. Por exemplo, h� anos o Jap�o � o pa�s que apresenta a maior rela��o d�vida/PIB do planeta, mais de duas vezes e meia o tamanho de sua economia.
 
Tendo moeda soberana, o Jap�o deve basicamente a si mesmo e sabe porque e onde se endivida. Nada de sal�rios 100 vezes maiores que o sal�rio-m�nimo para funcion�rios p�blicos especiais de farda ou terno. Pode assim se endividar consigo mesmo para realizar investimentos em setores que geram muitos empregos com bons sal�rios, mais educa��o, tecnologia, infraestrutura e esportes.

N�o h� legado negativo de grandes eventos esportivos em pa�s gerido de forma l�cida, harm�nica e com um pragmatismo bem-intencionado. At� em detalhes as Olimp�adas de T�quio v�o pavimentando imagens positivas que interessam ao Jap�o.

Chamam aten��o os esportes estreantes nesses jogos: surfe, skate, carat� e escalada. No surfe e no skate � interessante notar que s�o modalidades que unem Brasil e Jap�o no mais alto n�vel de competitividade. Parab�ns �s prefeituras e empreendedores que investiram na difus�o dos dois no Brasil.

No surfe, em que o Brasil ganhou um ouro, metade das medalhas ficou entre esses dois pa�ses. Das seis medalhas disputadas at� aqui, cinco ficaram entre Jap�o (tr�s) e Brasil (com duas pratas) e 10 dos 40 competidores que disputam as demais, seis s�o brasileiros e quatro japoneses.

Se o surfe e o skate mostram a face jovial de alta competitividade de Brasil e Jap�o, o carat� nos une culturalmente. A arte marcial – juntamente o jud� – � parte do poder brando que o Jap�o projetou no mundo.

Competitivo no jud�, infelizmente no carat� o Brasil ficou fora em T�quio. O carat� estrear� daqui a uns dias no Nippon Budokan, constru�do para a estreia do jud� nas Olimp�adas de T�quio em 1964. Naquela �poca, o Jap�o tinha a menor expectativa de vida entre os pa�ses do G7.

De l� para c�, � uma hist�ria de sucesso multifacetado. Parte dela constru�da muitas vezes sendo o parceiro mais efetivo do Brasil no G7 – aquele que ajuda mais que atrapalha e que realmente participou de alguns projetos que mudaram o patamar de setores importantes da economia brasileira sem cobrar os olhos da cara.

Mas o Jap�o passa por uma quadra complicada da sua hist�ria em termos demogr�ficos e de manuten��o da sustentabilidade. Faz anos que diminuiu o grau do seu engajamento com grandes projetos no Brasil. S�o intermit�ncias que a uni�o hist�rica marcada pela imigra��o japonesa no Brasil e a posterior ida dos decass�guis brasileiros para o Jap�o sempre dar�o conta de preencher.

Talvez ocorra com o carat� o que acontece com o beisebol. A modalidade aparece de forma intermitente nos jogos ol�mpicos, acompanhada pelo softbol como vers�o feminina.

O beisebol � muito praticado da Am�rica do Norte ao Caribe. Est�dios de beisebol s�o as principais obras arquitet�nicas de muitas cidades nos EUA, enquanto a caribenha Cuba levou tr�s ouros dentre os cinco disputados em Olimp�adas at� aqui. Em T�quio, o beisebol voltou porque a outra regi�o do mundo aficionada pelo esporte � justamente o Leste Asi�tico.

� bom que o Brasil e o Jap�o se encontrem nessas novas coisas que t�m em comum como o gosto pelo surfe e o skate, al�m do antigo gosto pelas artes marciais pacifistas. S�o pa�ses que se complementam bem e progridem bem juntos. (Com Henrique Delgado)

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