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Estado de Minas PAULO RABELLO DE CASTRO

S�o Michel, o Ap�stolo, � um pol�tico que foi beatificado em vida

A com�dia sempre supera a trag�dia. Quem poderia, num sonho libidinoso, imaginar encontro do ex-presidente Michel Temer com Bolsonaro?


11/09/2021 04:00 - atualizado 11/09/2021 07:38

Jair Bolsonaro recorreu ao seu antecessor, Michel Temer, para se aconselhar sobre a crise institucional que criou
Jair Bolsonaro recorreu ao seu antecessor, Michel Temer, para se aconselhar sobre a crise institucional que criou (foto: ALAN SANTOS/PR)


Imposs�vel antecipar tal desenlace. O Brasil, definitivamente, n�o � para amadores. A com�dia sempre supera a trag�dia. Quem poderia, num sonho libidinoso, imaginar encontro do ex-presidente Michel Temer com Bolsonaro? N�o. Menos ainda para o que foi, e merece por todos ser comemorado. S�o Paulo, o Ap�stolo dos gentios, n�o teria feito melhor, pregando o desarmamento dos esp�ritos e o amor como �nica ponte para o futuro.  Ontem, presenciamos a beatifica��o de um pol�tico em vida: S�o Michel, Ap�stolo.

H� profundos desdobramentos do epis�dio. Firma-se mais a estabilidade institucional, esta que conhecemos e, ali�s, a �nica com que podemos contar. N�o confundir estabilidade das institui��es, no entanto, com efici�ncia institucional ou com Estado de direito. Pelo contr�rio, a loucura de Bolsonaro sempre teve m�todo em apontar, sem mira nenhuma, falhas intoler�veis da nossa estrutura institucional vigente. Os poderes n�o s�o harm�nicos, nem passar�o a ser ap�s a carta aos brasileiros. Continuamos devendo explica��es graves � na��o, que apenas come�am pela desmontagem vergonhosa dos avan�os da Lava-Jato no combate � corrup��o.

O Brasil tem um establishment que opera CONTRA o progresso moral da sociedade brasileira e que, em d�cadas recentes, passou a desconsiderar tamb�m o solit�rio v�nculo de harmonia que mantinha com o pov�o, um pacto por empregos e algum progresso. Esse pacto t�cito foi rompido. A m�quina p�blica n�o cabe mais no PIB e esse elefante esmaga o pa�s produtivo e anula os avan�os que n�s, cidad�os comuns, tentamos fazer.

Vivemos um transe institucional, quer dizer, n�o h�, de fato, estabilidade confi�vel, mas, t�o somente, estabilidade formal, com a perman�ncia dos ditames dos privilegiados sobre a malta que paga impostos sem chiar. A curiosidade � apenas como os arranjos pol�ticos devolveram o Bolsonaro “revolucion�rio", aquele que convenceu o imagin�rio popular sobre uma mudan�a efetiva, agora convertido num gatinho que procura sua zona de conforto.

Melhor para o Brasil, com a interfer�ncia oportuna de S�o Michel. A “utopia" de Bolsonaro n�o passava de distopia paralisante. O governo atual, lamentavelmente, � um conjunto vazio. Nisso � enorme a responsabilidade – ainda a ser apurada – do grande avalista dessa pantomima, o ministro Paulo Guedes. Num pa�s �vido por desenvolvimento com D mai�sculo, Guedes jamais foi capaz de descer do palanque oposicionista a si mesmo (nisso imitando o chefe) e passar a entregar o conjunto reformista que, na realidade, jamais planejou ou arquitetou, a come�ar por uma verdadeira reforma dos Impostos.

Ep�stolas s�o inspiradoras. Esta �ltima, de S�o Michel, nos compra algum tempo. Mas precisamos de conte�dos para preencher o tempo de prorroga��o que ganhamos. Falta o script principal, o projeto de na��o. O Brasil busca o roteiro do filme e um diretor para a na��o. Um alinhavado interessante e inspirador acaba de ser assinado por algumas centenas de mineiros: o segundo Manifesto dos Mineiros, coordenado pela Associa��o Comercial de Minas, cujo presidente, Jos� Anchieta da Silva, tamb�m tem nome de santo e n�o dan�a pela m�sica do famigerado establishment nacional. O Manifesto dos Mineiros – que merece ser lido - tem a coragem de afrontar uma falsa verdade, que nossa Constitui��o � �tima e n�o precisaria de revis�o. Precisa, sim. Nunca precisou de tanta e t�o profunda revis�o. Para quebrar os privil�gios, para recompor a justi�a fiscal e tribut�ria, para simplificar a vida do cidad�o comum, para democratizar o capital p�blico do pa�s, fazendo o povo finalmente prosperar, num pa�s que, de t�o rico, n�o deveria deixar ningu�m para tr�s.

Com otimismo, podemos dizer que essa revolu��o est� mal come�ando. A mobiliza��o de todos, nas ruas, precisa continuar.

(*) Paulo Rabello colabora com esta coluna quinzenalmente

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