(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas COLUNA

A descoberta do v�rus da poliomielite e tamb�m do "custo Brasil"

Por meio dessa pesquisa econ�mica, se conseguiu 'isolar' o v�rus do "custo Brasil" e estabelecer seus vetores, separando-os por categorias


20/05/2023 04:00 - atualizado 20/05/2023 07:18
877

asfasdf
PARA BLOGAR " ept70476 Hoje, felizmente, o Z� Gotinha est� a� para nos lembrar do nosso dever coletivo de imuniza��o (foto: EMMANUEL PINHEIRO/EM.D.A.PRESS)

A Wikipedia nos ilustra sobre a vida e os feitos cient�ficos de Karl Landsteiner, m�dico patologista e pesquisador austr�aco, mais tarde naturalizado norte-americano, a quem se atribui a descoberta, em 1908, do poliov�rus, causador da terr�vel poliomielite, mais conhecida como “paralisia infantil”. At� que, em 1954, Jonas Salk testasse uma vacina eficaz contra o v�rus, a p�lio aterrorizou pais e fam�lias ao longo do s�culo 20. Hoje, felizmente, o Z� Gotinha est� a� para nos lembrar do nosso dever coletivo de imuniza��o.
 
Na economia n�o � diferente. A cultura da responsabilidade solid�ria � uma luta permanente travada contra o obscurantismo, a ignor�ncia e a corrup��o. E quem trava essa luta - seriam os governantes, as institui��es de poder, o Judici�rio? Nem tanto. Para ser elegante, dir�amos que as “autoridades” s�o, no m�ximo, institui��es e pessoas “seguidoras”, aquelas que adotam, e at� fomentam, a responsabilidade de gest�o, desde que literalmente coagidas pela lei.
 
�s vezes, nem isso. � a pr�pria sociedade que esperneia seu protesto e aponta as evid�ncias dos atentados praticados contra a efici�ncia das pol�ticas e disp�ndios p�blicos. Da� a relev�ncia absoluta ao direito de express�o irrestrito, que as autoridades pretendem a toda hora “qualificar”, para melhor poder controlar o desconforto criado por vozes denunciadoras dos desmandos p�blicos.
Mas o que, afinal, o olhar atento da sociedade civil, dos cr�ticos sociais, dos inoportunos pesquisadores, tem a ver com o isolamento do v�rus da p�lio e o desenvolvimento de uma vacina salvadora? Tudo a ver. O Movimento Brasil Competitivo (MBC) encomendou um c�lculo da virul�ncia do chamado “custo Brasil”, que age no sistema econ�mico nacional de modo t�o paralisante e devastador quanto o poliov�rus nos organismos humanos. Diria que o grau de infesta��o do v�rus “custo Brasil” � mais elevado do que a trag�dia da poliomielite.
 
Pois bem. Por meio dessa pesquisa econ�mica, se conseguiu “isolar” o v�rus do “custo Brasil” e estabelecer seus vetores, separando-os por categorias. Em s�ntese, o Brasil gasta cerca de R$ 1,7 trilh�o acima do que deveria para executar a mesma tarefa de servi�os e presta��es p�blicas que outros pa�ses, de est�gio equivalente, despendem para entregar os mesmos resultados. Em bom portugu�s, esse seria o tamanho do “imenso dinheiro jogado fora”. Antes fosse. Se apenas se tratasse de tampar os drenos da inefici�ncia enquanto incapacidade de fazer, o desafio pol�tico e social seria menor. De fato, atr�s de cada inefici�ncia mora um interesse, um privil�gio, uma sinecura, uma remunera��o indevida, uma isen��o fiscal. Atr�s de cada desperd�cio h� um bolso.
 
A pesquisa esmi��a os fatores causais da doen�a “custo Brasil”. S�o agentes diversos: o manic�mio tribut�rio desponta na dianteira, ao lado da irredut�vel burocracia trabalhista, tanto no contratar como no distratar. A infraestrutura capenga corre por fora. A falta de cr�dito adequado e de custo razo�vel � outro agente paralisante de tudo que se tenta realizar no Pa�s. A lista � longa e por demais conhecida dos empreendedores. O trabalho � uma den�ncia gigantesca e – paradoxalmente – co-assinada pelo pr�prio governo federal, que tenta se colocar fora da patologia do v�rus para se isentar das medidas saneadoras que deveria, ele mesmo, come�ar a tomar no dia seguinte � publica��o dos escandalosos resultados sobre a m�quina p�blica.

Noutra estimativa mais simples de fazer, o Atl�ntico,
instituto de a��o cidad�, tamb�m chegou a constata��es semelhantes: tomando apenas os gastos p�blicos federais dos �ltimos 25 anos, e cotejando a despesa prim�ria (sem juros) contra o PIB brasileiro – que representa a base tribut�ria do Pa�s – constatou-se que o avan�o dos disp�ndios em rela��o ao crescimento do PIB atinge cerca de 700 bilh�es de reais anuais. S�o 700 bi em “excesso” de gastos, sem contar o excesso de juros ou os excessos estaduais e municipais.

Traduzindo: durante o per�odo do Real, desde Fernando Henrique, a despesa prim�ria federal excedeu a varia��o do PIB, portanto a carga tribut�ria avan�ou de modo ininterrupto para cobrir tal excesso. E quando n�o coberto por tributos, o excesso foi acolitado por mais d�vida p�blica, que elevou juros para todas as atividades produtivas, ou ainda, por calotes sucessivos nos “restos a pagar” e nos precat�rios rolados a perder de vista. Essa conta alternativa do Atl�ntico mostra que o pa�s nunca cumpriu a regra agora invocada como mantra pelos ing�nuos proponentes da vers�o oficial de reforma tribut�ria, ou seja, a v� promessa de “manter est�vel a carga tribut�ria”. � o Estado brasileiro, mais uma vez, se evadindo de confessar sua condi��o de v�rus infestador e paralisante do Brasil produtivo, para se transvestir de vacinador eficaz contra a doen�a.
 
Falta o confronto sempre adiado entre o Brasil em processo de paralisia crescente e os agentes vir�ticos fantasiados de enfermeiros no hospital de loucos. A cada um de n�s cabe um exame de consci�ncia, como passo inicial para uma a��o concertada contra esse metav�rus da expans�o estatal, que paralisa, consome, desidrata e mata a planta das iniciativas nacionais. Os pesquisadores j� apontaram os vetores. A origem do v�rus � conhecida. Tem endere�o certo. Mas o combate – se ocorrer – n�o ser� f�cil, nem conforme um manual de boa educa��o. O Brasil produtivo, gigante como o conhecemos, est� em franco decl�nio m�rbido e paralisante. A experi�ncia que nos reserva o futuro pr�ximo, na falta de uma rea��o j� tardia de nossa parte, n�o ser� agrad�vel de viver.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)