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Estado de Minas M�DIA E PODER

Alian�a de Lula com Alckmin sinaliza muito e favorece pouco a ambos

Tem alto valor de face pelo que sugere, de resultado midi�tico imediato s� pelo an�ncio e de enormes inc�gnitas sobre seus resultados pr�ticos al�m de S�o Paulo


02/12/2021 08:51 - atualizado 03/12/2021 12:14

Lula e Alckmin
Lula e Alckmin, chapa a caminho (foto: Divulga��o PT/AE)


A ideia de Geraldo Alckmin como vice de Lula ï¿½ daquelas tacadas de mestre do velho negociador que parece boa demais por sugerir vantagens para os dois lados.

Tem alto valor de face pelo que sugere, de resultado midi�tico imediato s� de ser anunciada e de enormes inc�gnitas sobre seus resultados pr�ticos al�m de S�o Paulo.

- Leia: Pesquia amplia vantagem de Lula sobre Bolsonaro na corrida pela presid�ncia


Para Lula, a sinaliza��o instant�nea de seus altos prop�sitos de concilia��o, convers�o � centro-direita e disposi��o de vencer no primeiro turno, de forma a evitar o plebiscito que enfrentar� num eventual segundo.

Foi o melhor que podia ter escolhido para repetir sua estrat�gia de edulcorar sua chapa com um homem em tese de direita que sintetize tudo isso, como fez com sucesso com Jos� Alencar, em 2002.

Em termos pr�ticos, parece importante para rearranjar as for�as do PT em S�o Paulo. Furar a hegemonia do PSDB, que domina o Estado h� quase tr�s d�cadas.

Uma alian�a com o ex-governador ainda bem avaliado e de grande recall na popula��o o tiraria do p�reo para o governo do Pal�cio Bandeirantes e abriria possibilidades mais palp�veis para a candidatura de Fernando Haddad.

Uma grande concilia��o que galvanizasse a boa vontade da maioria do eleitorado paulista daria ainda enorme cacife de sa�da para a campanha, debilitada hoje no maior col�gio eleitoral do pa�s.

Fora de S�o Paulo, � s� inc�gnita que Alckmin possa oferecer mais do que imagem. Sendo um pol�tico marcadamente de S�o Paulo, de mais nenhuma influ�ncia no PSDB, tem quase nada a oferecer de estrutura partid�ria e influ�ncia sobre quadros do partido.

Para ele, � uma troca um tanto quanto desvantajosa. Deixa uma candidatura promissora ao governo estadual ou ao Senado, que garantiria seu reingresso no poder pol�tico do Estado, mesmo derrotado.

Iria para uma aventura figurativa que lhe daria proje��o pol�tica e todas as d�vidas sobre a possibilidade de ter algum poder dentro do novo governo, caso eleito com Lula.

Michel Temer est� a� para provar a m�quina de moer carne que � a tentativa de se pretender algum poder sendo estranho dentro da m�quina petista. 

Comeu o p�o que Aloizio Mercadante amassou no governo Dilma. Passou mais figurativo do que era no primeiro mandato e foi totalmente inviabilizado e desmoralizado quando chamado por ela para assumir a coordena��o no in�cio tr�gico do segundo.

Dali saiu para articular o impeachment com o Eduardo Cunha e enfrentar todo o �dio do partido pelos anos seguintes.

Se a vida dos governantes petistas com o partido j� � altamente problem�tica, Temer � a prova viva do quanto pode ser tr�gica para algu�m que n�o � do time.

O boa pra�a Jos� Alencar n�o foi problema, n�o s� porque Lula sabe colocar espuma entre cristais. Mas porque tamb�m tinha mais o que fazer fora da pol�tica e nenhum interesse em ocupar espa�o na articula��o. 

Gostava mesmo da figura��o. S�. Nas poucas vezes que substituiu Lula, fez do Pal�cio uma sala amig�vel para receber velhos amigos, n�o necessariamente envolvidos em pol�tica, e tirar fotos.

Geraldo Alckmin ganharia mais e daria os mesmos benef�cios a Lula se sa�sse a senador. Agregaria o apoio da campanha de Haddad e ofereceria a Lula, n�o s� seus votos, como a alian�a sinalizadora que se pretende.

Sem preju�zo tamb�m de que venha a ter influ�ncia num eventual governo Lula. Mas � dist�ncia, l� do Senado, como conv�m a quem ousa alguma aproxima��o com o partido de tenta��es historicamente hegem�nicas.

N�o � toa, a maior dificuldade da alian�a parece estar na tenta��o, bem ao jeito do partido, de pretender definir at� em qual o seu futuro aliado deve se filiar. Ao PSB, no caso.

� meio demais querer que esse velho social democrata enrustido, que o partido chamava de neoliberal por suas claras vincula��es com as ideias de mercado e de privatiza��o, vire um socialista desde criancinha.

Alckmin, que anda gostando da popularidade trazida pelas negocia��es com Lula, ficou todo entusiasmado quando paparicado e aplaudido em reuni�o recente com l�deres de centrais sindicais, que t�m tantas afinidades com suas ideias quanto com as de FHC, que combatiam ferozmente.

N�o sabe com quem est� lidando. Ser� melhor que, se pretende aceitar o convite de Lula, arranje logo outro partido mais com sua cara. PSD?

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