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Estado de Minas PSICOLOGIA

Tempos de guerra: Homem goza ao exercer sobre o outro seu poder e crueldade

O �dio nunca desapareceu do horizonte da humanidade e nem ser� extirpado jamais. N�o neste mundo


06/03/2022 04:00 - atualizado 05/03/2022 23:01

Escombros em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, bombardeada pela Rússia
Kharkiv, segunda maior cidade da Ucr�nia, foi bombardeada pela R�ssia: os dois pa�ses concordaram em criar corredores humanit�rios para evacuar civis (foto: Sergey BOBOK/AFP)

Voltamos ao que julg�vamos superado. Ou desejar�amos que estivesse. Mas nem tudo s�o flores e querer n�o � poder. O �dio nunca desapareceu do horizonte da humanidade e nem ser� extirpado jamais. N�o neste mundo.

N�o na humanidade, pois esta j� deu provas de tomar o poder pela for�a, antes f�sica e depois bem equipada com instrumentos poderosos de destrui��o. Os homens gozam ao exercer sobre outro seu poder e crueldade, sem pudor nem remorsos.

O �dio escancarado em escala mundial, como em inumer�veis guerras sangrentas, no exterm�nio de povos ind�genas, na escravid�o dos negros, que conhecemos desde os livros de hist�ria nos bancos da escola, foi reprimido.

Ficou recalcado, n�o erradicado, faz parte da natureza humana. Represado pressiona para encontrar sa�da de descompress�o e, em certas circunst�ncias, escapa da censura interna e assume diversas formas, se transveste em pequenos atos ilegais cotidianos, corrup��es, abusos dissimulados. E algum dia explode sem media��o.

Em resposta ao convite de Einstein sobre como prevenir a humanidade da guerra, Freud escreve “Por que a guerra?” (1932). E n�o se furta a expor uma abordagem psicol�gica sobre a viol�ncia, embora ele j� houvesse dito muito sobre o tema.

Isto n�o o fez desistir de apontar que conflitos de interesse se resolvem com o emprego da viol�ncia. Assim � em todo reino animal, do qual o ser humano n�o tem como se excluir.

Por�m, certos conflitos com alto grau de abstra��o parecem exigir outras t�cnicas de decis�o. A for�a f�sica foi progressivamente substitu�da por instrumentos e armas potentes, garantindo a supremacia ao maior arsenal com potencial intelectual para utiliz�-las.

Depois disso, o caminho da viol�ncia foi substitu�do pelo direito, considerando a for�a da uni�o afetiva de uma comunidade. Uma comunidade educada e civilizada torna-se permanente e estabelece as leis, vela por sua obedi�ncia, cuidando das desobedi�ncias.

A suspens�o do direito ocorrida atualmente pela R�ssia desrespeitou todos os pactos preestabelecidos internacionalmente entre as na��es pelas vias diplom�ticas. For�a bruta e arsenal pesado.

Viol�ncia assim, em cujas formas mais extremas desejar�amos ver controladas, mina a inst�vel paz mundial, em tempo de menores conflitos. Embora saibamos que formas mais sutis nunca desapareceram, nem deixaram de tirar nossa alegria.

�dios recalcados, desejo de poderio, preconceitos dissimulados, demonstrados em racismo, homofobia, machismo, religiosidades, nem t�o latentes, mataram muita gente e ainda est�o bem ativos na nossa sociedade. S�o express�es de �dio com as quais lidamos todo dia.

E, finalmente, a R�ssia. � preciso protestar, manifestar todo o desprezo e rep�dio � invas�o agressiva. 

Cenas como a do tanque mudando seu curso para esmagar um carro, como bombardeios a pr�dios de civis, s�o crimes hediondos inaceit�veis.

Voltamos ao tempo do �dio, das guerras e maior ainda � o perigo do uso de arsenal at�mico, e de envolver todos os outros pa�ses da Europa e do mundo, seja em defesa da Ucr�nia ou da R�ssia.

Se n�o houver grande empenho da comunidade mundial e, felizmente, j� vemos que todos se movimentam nessa dire��o, o �dio vencer�. 

Creio fortemente que as vias mais inteligentes alcan�ar�o, por vias pac�ficas, a vit�ria contra a trucul�ncia. 


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