(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

O risco de ter um mais doido que aperta o bot�o e manda tudo pelos ares

Hist�rias de guerras causam rep�dio, mas, ainda assim, h� os que desejam voltar a usar m�todos cru�is envolvendo civis que jamais escolheriam tal caminho


13/03/2022 04:00 - atualizado 12/03/2022 04:52

Ilustração mostra pomba da paz vitima de tiro, com sangue escorrendo

Era para ter sido melhor que os outros o nosso s�culo 20. / Agora j� n�o tem mais jeito, /os anos est�o contados, /os passos vacilantes, /a respira��o curta. 


Era para se chegar � primavera/ e � felicidade, entre outras coisas.

Era para o medo deixar os vales e as montanhas. /Era para a verdade atingir o objetivo/mais depressa que a mentira.

Era para j� n�o mais ocorrerem/algumas desgra�as:/a guerra por exemplo, /e a fome e assim por diante.

Este trecho maravilhoso do poema da polonesa Wislawa Szymborska (1923-2021), intitulado “Ocaso do s�culo” (“in Poemas”, Companhia das Letras, 2014), embora tenha sido escrito anos atr�s, � muito significativo neste momento.

Desde 1945, o mundo n�o assistia uma guerra de territ�rio como esta, quando a R�ssia, no entendimento de seu presidente, considerava a Ucr�nia parte hist�rica de seu pa�s. E n�o aceitou a liberdade pretendida de se aliar ao bloco continental da Otan.

Invas�o perigosa, pois se os EUA compram a pilha e entram na guerra, certamente chegamos mais perto do fim do mundo, pois dois arsenais at�micos podem ser acionados. Sempre correremos o risco, depois das armas poderosas e hiperdestrutivas que foram criadas no mundo, de ter um mais doido que aperta o bot�o e manda tudo pelos ares.

O pr�prio criador da bomba at�mica de Hiroshima e Nagasaki se matou quando se deu conta do que fez. Mas a� estava feito e n�o havia como voltar no tempo para anular acontecimento t�o extremo que destruiu totalmente duas cidades. Os pouqu�ssimos sobreviventes narram a experi�ncia de horror.

Nossa civiliza��o j� passou por tantos momentos extremos. Hist�rias contadas e lidas minam em n�s absoluto rep�dio e, ainda assim, h� os que desejam voltar a usar m�todos t�o cru�is envolvendo civis que, caso consultados, jamais escolheriam tal caminho.

A resolu��o de invas�o foi absolutamente autorit�ria. E n�o expressa o desejo da popula��o russa nem sequer ucraniana. Pensem na hist�ria da humanidade e em quantas barbaridades fizeram os homens por poder, por narcisismo, por �dio de seu pr�ximo.

A for�a da viol�ncia faz parte de n�s, que nascemos com potencial pulsional para a agressividade. As puls�es de vida e morte amalgamadas em n�s podem ser polarizadas gerando extremismos perigosos.

Por�m, a civiliza��o nos educa e ensina a toler�ncia, e desde cedo, quando no jardim de inf�ncia iniciamos o dia a cantar: 'Ol� bom dia! Oh como vai voc�? Um olhar bem amigo, um doce sorriso, um aperto de m�o! E a gente sem saber como e por que se sente feliz se p�e a cantar esta alegre can��o!!!', h� o desejo de uma vida solid�ria e pac�fica em n�s.

Tamb�m muitos poetas escreveram sobre como desejariam um mundo melhor. O poeta escreve porque sofre as dores de todos os homens. E sabe se expressar com beleza nas palavras e nos tocam. E n�o apenas nos tocam, s�o respons�veis pelo que vivemos.

Disse o psicanalista Antonio Quinet: “L� onde faltou a palavra explodiu a guerra, como um destino da puls�o de morte. O palco da guerra � um sintoma que eclode quando n�o foi poss�vel ser resolvido o conflito que o determina. Como pacifistas, apostamos na palavra para restaurar uma civiliza��o em que a paz n�o precise encobrir mais nenhuma guerra com seu manto de hipocrisia.” Disse bem, n�o?

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)