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Estado de Minas CIDADANIA

Em ano eleitoral, devemos pensar antes de acreditar no que nos dizem

Lives, posts e v�deos da internet espalham fake news. Nem sempre sa�mos da in�rcia para buscar a verdade


01/05/2022 04:00 - atualizado 01/05/2022 01:05

Ilustração mostra homem dirigindo e sentado em cadeira, com volante à sua frente, em cima da urna eletrônica
Frequentemente entregamos nosso voto a qualquer um que prometa migalhas

Nem sempre sabemos claramente o que � melhor ou pior. Se alguma coisa � boa ou ruim, o bem ou o mal. Usando a raz�o, no entanto, logo veremos a luz no fim do t�nel. Seria ela clara e cristalina? � poss�vel alcan�ar 100% de acerto diante das escolhas, decis�es e passos que daremos? Seria ideal nos livrarmos de nossa err�ncia, por�m o ideal est� na ideia, nunca no real.

Se nossas a��es fossem norteadas sempre pela certeza do acerto e do erro, por absolutos e garantias, seria o c�u estrelado do fil�sofo Kant. Ele que acreditava que o bem e o mal, de acordo com a lei moral �tica, existiriam “a priori” dentro de n�s e deveriam ser m�ximas universais. Bem ou mal que seriam discernidos segundo o crit�rio do prazer-desprazer, por�m somados depois pela raz�o. Por hora deixemos de lado a filosofia.

Outra vez � ano eleitoral. Teremos de escolher o melhor candidato. Ano em que, atentos, devemos pensar antes de acreditar no que dizem, em tudo o que recebemos em lives, posts, v�deos da internet, que, sabemos, muitos deles s�o fake news.

� curioso, mas mesmo sabendo que podem ser fakes, ainda assim tendemos a crer e nem sempre sa�mos da in�rcia para ir buscar informa��es e a verdade. � assim como levar o golpe. Atualmente, crimes virtuais s�o comuns e frequentes, s�o especialistas educados e descolados, t�m resposta para tudo.

Tamb�m podem ser grotescos, agressivos e imponentes, crescendo seu medo e te encolhendo. Depois, grande parte dos que se enganam, porque nos deixamos enganar, tem aquela ressaca moral. Mas � como se fic�ssemos atra�dos pela mentira porque ela oferece o que queremos.

Agora, falemos de psican�lise para entendermos o que quis dizer Lacan ao falar que o nosso melhor � o pior, e que sem esste pior a coisa ainda pode ficar mais complicada. N�o � dif�cil entender o que nos atrai na aliena��o. Desejamos estruturalmente ser salvos via amor. Sem cuidador ao nascermos, n�o vivemos, sobrevivemos pelo colo, a palavra e o afeto alheio.

Nascemos t�o prematuros em m�os alheias, sentidas como nossas, mas de outrem, do qual dependemos. Ele traz conforto e seguran�a. Principalmente se for acolhedor e amoroso. Saber que teremos de andar com nossas pernas, pensar com nossos miolos e assumir toda consequ�ncia de nossa pr�pria vida, transferindo toda curatela de antes para nossa pr�pria responsabilidade, � tem�vel.

Por�m, se medo h�, � para nossa cautela. E s� n�o tem medo quem � louco. Mas ficar imobilizado por ele n�o resolve nada. Alguns seguem atr�s de quem lhe d� o que n�o teve, outros de dar o que quer�amos. Os dois t�m consequ�ncias, porque o que ocorreu no passado � coisa nossa, as faltas que existiram n�o saem de n�s. � marca no corpo. Projetar no outro esta perda, tentar proteg�-lo, � fazer dele a sua falta.

De qualquer modo, a separa��o para a vida adulta provoca um vazio. Pode parecer assustador, mas � essencial porque nos d� espa�o para escutar nosso pr�prio som. Sem isso, n�o nos encontraremos com o que desejamos nem seremos independentes psiquicamente. E em nossa “car�ncia eterna” queremos entregar o ouro at� pro bandido.

Para quem nos prometa um colo, um afago, uma seguran�azinha besta que nunca poder� ser verdadeira garantia. O que nos garante um pouco mais e nunca totalmente � nosso ju�zo e p�s no ch�o. Ande pelo seu caminho. Acredite na verdade, mesmo que ela seja dura e perturbadora do seu eterno prazer.

Frequentemente entregamos nosso voto a qualquer um que prometa migalhas, que diga mentiras, que esconda seu passado sujo. Por qu�? Porque queremos n�o saber. Por que queremos a ignor�ncia? Porque a verdade perturba, nos exige pensar, entender e se posicionar. Por isso, � evitada. Desviada para debaixo do tapete. Responsabilidade � uma coisa que pesa.

Porque, de fato, a felicidade n�o � como quer�amos que fosse, um estado permanente. S�o momentos. A vida � um processo em que acontecem problemas e precisamos estar atentos para evitar que as coisas andem � revelia. Quando distra�mos, nos esquecemos de estar presentes na nossa vida, as coisas tendem a desandar. Sem nossa administra��o, perdemos o bonde. Viver d� trabalho e requer aten��o, mas as pessoas nem sempre levam a s�rio a necessidade de fazer a vida andar no trilho do desejo.

O outro milagroso idealizado na inf�ncia caiu do galho e se quebrou. Virou gente comum cheia de erros e acertos. Como nossos pais, somos n�s. Errantes. Saber disso � saber o pior, mas � quando o pior � o melhor. Olhos abertos nas urnas!!

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