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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Serra do Curral: manipula��o macabra na calada da noite faz gritar basta

Temos sustentado uma atividade intensa de minera��o, que j� causou trag�dias ainda hoje mal resolvidas


08/05/2022 04:00 - atualizado 07/05/2022 15:56

Ilustração mostra máquina minerando terreno e pássaros voando

Nossa Minas � rica. Vila Rica, Diamantina foram alguns dos seus primeiros nomes caracterizando o nosso alt�ssimo valor. A riqueza das minas foi um dos motivos da explora��o. Extraiu muito, construiu e educou pouco, antes trazendo para c� o rebotalho nobre que l� n�o queriam. Diz-nos a hist�ria que aprendemos na escola.

Nossa riqueza gera ambi��o e gan�ncia. Atrai aventureiros, garimpeiros, extratores. Mesmo depois de tanta extra��o inescrupulosa, ainda temos solo rico. Mas por quanto tempo ainda sobreviveremos? Em quanto tempo teremos apenas buracos de lama e detritos onde antes montanhas exuberantes cuidavam de nos trazer bom ar e clima?

Somos cobi�ados e temos sustentado uma atividade intensa de minera��o, que j� causou trag�dias ainda hoje mal resolvidas, deixando v�timas mal indenizadas, fam�lias incompletas, sem casa, sem nada. Quase mataram o Rio Doce e todos que viviam dele, fossem �ndios ou habitantes das cidades ribeirinhas. N�o tinham �gua para beber, peixes... Parte grande da natureza morreu soterrada em lama.

Depois foi Brumadinho soterrando casas, pessoas, matas. Nas chuvas este ano, a BR-040 arrebentou toda com o transbordamento das barragens. Do que mais precisamos para entender que a morte nos espera com o fim dos rios e matas?

Nos �ltimos dias, a vota��o de madrugada aprovou a explora��o da Serra do Curral, retrato de nossa cidade. Caso isso venha a acontecer, m�dia de 400 caminh�es dia far�o a extra��o do min�rio e poluir�o significativamente o ar que respiramos.

Estaremos cercados n�o mais de nossas montanhas lindas e do clima ameno que um dia deu o nome de Belo Horizonte a esta cidade que amamos. Estaremos, mais ainda, cercados de lama, refugo, poeira de min�rio, buracos em lugar do nosso verde. E assim ser� deixado nosso solo pelos gananciosos capitalistas � revelia do que n�s, os donos desta terra, desejamos. O mais ainda significa excesso de frui��o acima do saud�vel. Puro gozo da puls�o de morte.

Este nunca foi nosso desejo, desde os anos 1970 apontado com o “Olhe bem as montanhas”. Ap�s esta manipula��o macabra na calada da noite, gritamos um forte basta! A obscenidade para esconder o �bvio � clara. S� depois ver�amos o estrago. Nas consequ�ncias irrepar�veis, atingindo nossas vidas, alma, solo e riquezas.

Esta vota��o demonstra qu�o tr�gica � a situa��o. E o quanto temos a perder. Arruinar� o futuro de nossa descend�ncia. Nada herdar�o depois da devasta��o do ar, do solo, da terra, da �gua, da vida das esp�cies que perder�o seu habitat, do fim das cachoeiras e para sempre. O impacto ambiental n�o importa �queles que apenas est�o fazendo dinheiro e n�o querem recuar, nem pensar que dinheiro n�o se come, n�o se respira. N�o d� semente que germina e brota, torna-se �rvore para fotossintetizar o ar, que entra no nosso pulm�o.

Desde 2018, A Tamisa (Taquaril Minera��o S.A.) tenta emplacar este projeto de alto impacto, na Serra do Curral, que vai destruir o que resta dela. Contra tudo que queremos.

A licen�a � concedida pelos �rg�os ambientais estaduais depois de escutar os conselhos e comunidades envolvidas. Apesar de muitas negativas recebidas anteriores dos �rg�os ambientais, o IEF deu parecer favor�vel, sendo apoiado pelo governo do estado que adia, desde maio de 2021, o processo de tombamento da Serra. Agora, o Copam aprovou na madrugada...

“Tira o p� da minha Serra” � a campanha iniciada por ativistas, movimentos sociais e organiza��es da sociedade civil pela prote��o da Serra do Curral, patrim�nio cultural, natural e paisag�stico de BH. Tamb�m a prefeitura pretende entrar na Justi�a para embargar esta empreitada indesej�vel. Que ganhemos esta luta contra o gozo ilimitado destes predadores.

S�o irrespons�veis imediatistas que n�o desejam sen�o os lucros urgentes, mesmo sabendo sangrar o futuro do planeta lindo e pr�digo em que nascemos e que nunca nos negou seu generoso fruto, seu ar respir�vel, a chuva que rega o solo. Solo em que pisamos e que amamos. 

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