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Estado de Minas Em dia com a psican�lise

O que Levi, de 'Pantanal', nos ensina sobre a dor de existir

Todos temos nossos fantasmas, inconscientes em sua maioria, por�m alguns conhecidos, e neles algumas pervers�es s�o ativas


10/07/2022 04:00 - atualizado 08/07/2022 20:54

 ilustração da coluna em dia com a psicanálise
Vemos perversos realizarem pervers�o abertamente, somos atra�dos pelo que se realiza naquele a quem a lei faltou

Sem querer descaracterizar os motivos, acontecimentos, problemas do cotidiano, perdas que durante a vida podem nos usar grandes dores, gostaria de falar sobre um modo em especial. � uma dor de existir que todos sentem. Dificilmente algum humano passou pela vida sem experimentar tal sentimento.

Todos temos nossos fantasmas, inconscientes em sua maioria, por�m alguns conhecidos, e neles algumas pervers�es s�o ativas. O masoquismo, por exemplo, � um sofrimento aliado a uma frui��o deste sofrer. Como um apego.

Seu par, e oposto, � o sadismo, e um acompanha o outro. Um par perfeito que encontramos por a� em cada um, mas seu futuro � duvidoso. Na mesma pessoa, dois opostos convivem em propor��es alternadas.

Pessoas sofrem por motivos imagin�rios e por motivos provocados, buscam problemas, fazem dramas e cenas. No caso do sofrimento oriundo das fantasias e do imagin�rio, a ansiedade � desencadeada. Dizemos que os ansiosos morrem de v�spera.

Sofrem por suas expectativas, pelo que pensam e criam em sua mente – �s vezes, com um dedinho de realidade por tr�s; �s vezes, por puro medo da vida, pelas marcas que trouxeram de suas inf�ncias sempre marcantes.

Exemplo disso � a sofr�ncia dos vulner�veis apaixonados. Sofr�ncia � palavra recentemente introduzida na linguagem corrente vinda do sertanejo e colou porque ningu�m ignora o que seja. Marcam encontro e um se atrasa. Aguarda pensando que o pequeno atraso � coisa banal... Uber, tr�nsito... Mais alguns minutos: furou um pneu, perdeu o �nibus, esqueceu o celular.

A expectativa aumenta, a ansiedade desperta a cada minuto e uma pulguinha atr�s da orelha. Da� em diante, � ladeira abaixo, o conte�do se adensa com a l�gica do abandono, do pouco caso, do desaforo e mais ainda o da trai��o.

As fantasias v�m em aux�lio do sofredor e o inferno se instala. Chega-se ao ponto que, quando o outro chega, antes da explica��o, leva uma bronca desproporcional, independentemente da realidade.

O masoquismo faz com que o sujeito sempre sofra. Nas rela��es que estabelece, desde as amorosas at� as profissionais e familiares. E se coloca de tal maneira diante do outro que causa, produz o seu pr�prio sofrimento.

Toda fantasia tem algo do par sofrer e causar dor. E � incr�vel que este par nos acompanha desde a inf�ncia. Por isso, Freud chamava as crian�as de perversos polimorfos. Perversos porque a censura ainda n�o os alcan�ou com os ideais da cultura e a moralidade. Polimorfo porque qualquer forma de puls�o � satisfat�ria quando vivida sem censura. Como se qualquer prazer nos divertisse e trouxesse gozo.

Com a educa��o vem a repress�o de certas puls�es e somos obrigados a abandonar nossos prazeres primitivos e polimorfos, que � o que chamamos pervers�es. Este momento de entrar na cultura nos obriga a recalcar aquilo que � antissocial. A agressividade, a sexualidade infantil explorat�ria e desinibida, o voyeurismo, o exibicionismo, masoquismo, sadismo e por a� vai longa lista. Aqueles que n�o passaram pelo recalque permanecem perversos, podendo tornar-se ped�filos, fetichistas, s�dicos, estupradores, voyeristas, exibicionistas e muitas outras formas de pervers�o conhecidas.

E como tivemos as puls�es perversas condenadas � inconsci�ncia pelo ju�zo cr�tico assimilado, em certas situa��es em que vemos perversos realizarem sua pervers�o abertamente, somos atra�dos pelo que se realiza naquele a quem a lei faltou.

Exemplo disso � o personagem Levi, da novela “Pantanal”. Maldoso, assassino, estuprador que, al�m do sucesso, ganhou muitos suspiros do p�blico feminino... S� Freud explica mesmo. Isso tamb�m explica por que tantos votos reelegem corruptos desde sempre no Brasil.









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