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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Estamos pagando caro pela nossa insensatez

A incapacidade de lidar com a finitude nos faz ansiar tanto pela vida que corremos para a "felicidade e fortuna", respons�veis pelo fim do mundo


24/07/2022 04:00 - atualizado 24/07/2022 10:16

ilustração da coluna em dia com a psicanálise
Na Europa, o calor est� matando pessoas com a onda causada pela eleva��o da temperatura global
Estamos pagando caro pela nossa insensatez. Na Europa, o calor est� matando pessoas com a onda causada pela eleva��o da temperatura global. H� anos se anuncia o resultado da devasta��o, do desmatamento e os resultados da a��o predadora do homem acima do que qualquer animal na natureza.

Somos a pior esp�cie do planeta e achamos que somos mais, muito mais do que somos. E n�o � preciso ler nenhum livro para ver a quantidade de lixo produzido – o pl�stico, o barro da minera��o, os gazes emitidos poluindo o ar. A morte da �gua dos rios, dos peixes, das matas e animais e, finalmente, devoramos o solo e tudo o que de onde tiramos nosso sustento.

Devemos nos debru�ar para encontrar solu��o. N�o haver� nada para n�s na Terra se a marcha desenfreada pelo dinheiro e pela ilus�o da felicidade consumista n�o nos permitir pensar para onde estamos sendo levados por n�s mesmos, pelas escolhas alienadas.

Estamos anestesiados pela esperan�a de realizar em nossas vidas a promessa do capitalismo atual, que � a de que podemos realizar todas as vontades e ser o que quisermos.

Devemos conhecer o mundo todo, ter um carro que � a nossa cara, compramos coisas de que n�o precisamos.  E para atingir tal promessa, estamos fazendo um tipo de suic�dio coletivo global.

N�o s�o “eles” que fazem. Somos n�s. Somos c�mplices da insanidade. Da busca pelo dinheiro, seja para acumular para 20 gera��es � frente e me pergunto: para qu�.? Para ver outros com fome, pois sem o planeta n�o haver� vida para gastar o capital acumulado.

Para comprar, comprar e ter o prazer de ter cole��es das quais nem sempre podemos desfrutar, pois n�o h� tempo de vestir todas as roupas, passear em todos os carros, andar em todo o mundo.

Se pudermos nos contentar com a vida e apenas com o necess�rio, somente o necess�rio, e entendermos que o extraordin�rio � demais, ser� o bastante para continuarmos respirando ar puro. S� dever�amos nos ater, principalmente neste momento, no evidente e l�gico esgotamento do nosso mundo que se tornou pequeno diante de nossa voracidade.

E todos sabemos. E continuamos. Teremos o desejo de morte t�o forte que o desejo de vida n�o possa com ele? N�o consiga det�-lo? Muita gente tem vislumbrado o �bvio e alardeado o perigo, mas ainda s�o poucos. Poucos no antissistema.

A for�a e pot�ncia das m�quinas constru�das pelo homem em larga escala para aumentar a produtividade respons�vel pela extra��o de mat�ria-prima em alt�ssimo patamar � grandiosa demais.

Ent�o � isso: marchamos para a morte a passos mais largos que o necess�rio e, por mais paradoxal que seja, o que nos leva � a sede de vida desmesurada e imediatista.

A incapacidade de lidar com a finitude, o medo da morte, nos faz ansiar tanto pela vida, que passamos a correr de bra�os abertos para o abreviamento dela em ampla escala, planet�ria escala. Correr para a “felicidade e fortuna” respons�veis pelo fim do mundo.

N�o sou otimista. Porque a sa�da seria reverter o processo e os valores da nossa civiliza��o. Para isso, cada um deveria aceitar limites pelo outro, porque dependeria de perder algo para ganhar depois, na qualidade do futuro. De que adianta acumular agora se n�o houver futuro?

O princ�pio da realidade, da razoabilidade, do adiamento do prazer imediato, que vem sustentando todo nosso sistema capitalista, tem feito de n�s loucos desvairados lutando pelo pr�prio fim.

Este princ�pio do razo�vel seria deixar a infantilidade irrespons�vel de lado para assumir prescindir do luxo – lixo que n�o cabe mais no mundo. E a�, anestesiados, zumbis, continuamos com sangue nos olhos...

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