
Em cem anos, o chamado Primeiro Mundo evoluiu duzentos anos. Em cem anos, diversos pa�ses considerados “em desenvolvimento” alcan�aram status de “primeiro mundo”. Em cem anos, alguns pa�ses muito pobres e atrasados, e aqui cito um que conhe�o bem, Singapura, tornaram-se verdadeiras pot�ncias econ�micas e tecnol�gicas.
Enquanto tantas na��es deram passos largos e robustos em dire��o ao desenvolvimento, o Brasil escolheu permanecer no atraso. O pa�s optou por privilegiar o Estado e sufocar a sociedade. Optou por viver preso a uma lei trabalhista arcaica e sindicalista, e a uma legisla��o tribut�ria medieval. Est� a�! Deu no que deu. Ou melhor, no que est� dando.
O Brasil insiste em manter uma estrutura de Estado, que cobra como a Su�cia e retorna como a Venezuela. Neste sentido, nossos tr�s Poderes, em todas as esferas (municipal, estadual e federal), s�o os guardi�es da pobreza geral que sustenta a riqueza governamental. Por isso mesmo que, em cem anos, trataram de manter tudo exatamente no mesmo lugar.
A despeito de todos os nossos imensos problemas, temos, por aqui, mais de uma centena das quinhentas maiores empresas do mundo, o que significa que somos um mercado consumidor atraente e necess�rio. Mas nenhum grande m�rito, j� que somos um pa�s com mais de duzentos milh�es de habitantes e uma pir�mide demogr�fica bastante favor�vel.
Uma empresa do tamanho e com a hist�ria da Ford n�o sai de um pa�s por causa de um mau momento do presente, mas, sim, pela total falta de perspectiva de futuro. � a� que entra em cena a culpa de Jair Messias Bolsonaro e deste governo de mentirinha, incapazes de propor e fazerem aprovar as in�meras reformas estruturantes que o Brasil precisa.
Como acreditar no futuro de um pa�s - e se manter nele, amargando preju�zos sucessivos - se o pr�prio presidente afirma que est� quebrado e n�o consegue fazer nada? O que fazer, ap�s este mesmo presidente, para refor�ar sua cren�a na bancarrota, declarar: “Sabe a nossa d�vida interna quando �? 5 trilh�es. Isso � sin�nimo de que estamos bem ou estamos mal?”
A Ford � a apenas a primeira das enormes multinacionais a bater em retirada do pa�s. Atr�s dela, com certeza, ir�o outras. Ou o Brasil se levanta deste ber�o espl�ndido de mentira em que deitou, ou muito em breve o ber�o se tornar� uma assombrosa cama de espinhos. Um pa�s n�o fecha as portas, nem quebra. Apenas se transforma num local inabit�vel. Inclusive para as castas do Poder e seus apaniguados.
