
Para a surpresa de ningu�m que n�o faz arminha com as m�os e n�o chama o verdugo do Planalto de “mito”, � evidente que o esquema das rachadinhas n�o era uma exclusividade de Fl�vio Bolsonaro; mas tamb�m de Jair e Carlos.
Eu sou brasiliense e por l� vivi at� os meus 10 anos de idade, mas jamais perdi o contato e a identifica��o com minha cidade natal. Como na antiga e bela can��o “Frete”, do genial Renato Teixeira, “eu conhe�o cada palmo desse (daquele) ch�o”.
Como eu, qualquer minhoca que habita o subsolo - n�o o subterr�neo, pois este � reservado aos pol�ticos - do planalto, sabe que o peculato, vulgarmente chamado de “rachadinha”, � pr�tica corriqueira e comum � 99.999% dos gabinetes do Congresso Nacional. Inclusive, exportada para estados e munic�pios.
Anos atr�s, a farra era ainda mais abrangente; 100%. Com a “lei do nepotismo”, que em tese impedia a contrata��o de parentes, a coisa diminuiu um pouco. Por�m, de jeitinho em jeitinho, os dign�ssimos parlamentares inventaram o “nepotismo cruzado”, quando um colega emprega um parente do outro. Mas n�o s�: com a imprensa, esse mal dos pol�ticos, sempre vigilante, come�aram a operar os funcion�rios fantasmas.
Como todos sabem, funciona assim: contrata-se gente que n�o trabalha e recolhe-se de volta 70% a 90% dos sal�rios pagos. O restante � a remunera��o da falcatrua. Dessa maneira, os parlamentares engordam seus j� obesos sal�rios e benef�cios, roubam o dinheiro do contribuinte e fomentam organiza��es criminosas que operam em todo o territ�rio nacional, “lavando” os recursos obtidos ilegalmente por esses cretinos.
Que se note: boa parte desse dinheiro sujo vai parar nas m�os de traficantes ou de milicianos, como no caso dos Bolsonaros.
Fl�vio
At� ent�o, o senador da mans�o de 6 milh�es de reais era a face mais aparente do esquema de rachadinhas da fam�lia Bolsonaro no eixo Rio-Bras�lia. S�o Paulo, com Dudu Bananinha, por ora encontra-se fora da encrenca.
O bolsokid 01 j� � investigado, mas a providencial ajuda da Capital Federal lhe deu um belo refresco, e seu processo praticamente voltou � estaca zero. Qualquer semelhan�a com um certo ex-presidente, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro n�o � mera semelhan�a. � m�todo mesmo!
Quando deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Fl�vio e seu ex-assessor, Fabr�cio Queiroz, amigo pessoal de d�cadas do seu pai, operaram milh�es de reais em “rachadinhas”, que foram lavados atrav�s da compra de im�veis subfaturados e da venda de im�veis superfaturados, al�m da venda, sempre em dinheiro vivo, de chocolates e panetones de uma franquia que o bolsokid possu�a no Rio. Tudo isso, segundo acusa��o do MPF (Minist�rio P�blico Federal) fluminense.
Jair e Carlos
Uma minuciosa e did�tica mat�ria do site UOL, do grupo Folha, trouxe � tona nesta segunda-feira (15), a partir de documentos obtidos pela reportagem, detalhes que indicam que o esquema de rachadinhas n�o era pr�tica apenas do 01, mas do bolsokid conhecido como Carluxo, bem como do pr�prio papis da galerinha do barulho. As evid�ncias s�o mais que robustas; s�o inquestion�veis.
Apenas no gabinete do ent�o deputado federal Jair Bolsonaro, mais de 500 mil reais em esp�cie foram sacados pelos funcion�rios, muitos deles considerados “fantasmas”, como o caso da personal trainer carioca, filha do onipresente Queiroz, que recebia como assessora parlamentar de gabinete, mas morava e trabalhava no Rio de janeiro.
A pimpolha sacou nada menos que 90% de todo o seu sal�rio e depositou na conta do pai, que, generoso como ele s�, pagava contas da fam�lia Bolsonaro. Al�m, claro, de depositar 90 mil reais em “micheques” na conta da primeira-dama, Michelle.
Sergio Moro
Quando o ex-ministro da Justi�a n�o permitiu o aparelhamento da Pol�cia Federal e dos �rg�os de investiga��o fluminenses, passou a ser alvo da f�ria do cl� Bolsonaro e da sua mil�cia digital. Ato cont�nuo, foi pressionado a se demitir pelo ent�o presidente Jair, e tornou-se uma esp�cie de inimigo n�mero 1 do Bolsonarismo.
N�o � � toa, portanto, o conluio entre o pr�prio devoto da cloroquina, Jair Bolsonaro, e membros da PGR e do STF na ca�a ao ex-juiz federal, tentando transformar Lula da Silva em inocente e Sergio Moro em culpado. Ali�s, a primeira etapa j� foi conclu�da com absoluto sucesso.
E agora?
Bem, o inqu�rito do pimpolho da mans�o de 6 milh�es de reais, Fl�vio Bolsonaro, segue seu modorrento e intermin�vel curso rumo � costumeira e tradicional prescri��o.
Carluxo, at� o momento, n�o foi incomodado pela Justi�a e pode continuar a n�o trabalhar como vereador, mesmo recebendo sal�rio para isso, dedicando-se exclusivamente a ofender os advers�rios e a espalhar mentiras nas redes sociais; � o que sabe fazer de melhor.
Por fim, Jair, o man�aco do tratamento precoce, enquanto estiver sentado na cadeira presidencial n�o poder� ser investigado por crimes cometidos antes do in�cio do mandato. � a nossa maravilhosa lei!
Por isso, ao menos por mais quase dois anos, poder� continuar a destruir o Brasil sem responder pelas supostas rachadinhas. Se for reeleito, caso seja processado e condenado ap�s o fim do segundo mandato, de nada adiantar�, pois os crimes (em tese) restar�o prescritos, para n�o variar. Ou seja… tudo como dantes. E segue o jogo.