Muito mais do que desespero ou golpe eleitoral, a chamada PEC (Proposta de Emenda � Constitui��o) Kamikaze, aprovada ontem, quinta-feira (30/6) no Senado Federal, que, dentre outras medidas eleitoreiras prev� o aumento provis�rio do Aux�lio Brasil, um vale-caminhoneiro e a gratuidade em transporte p�blico, ao custo total de 40 bilh�es de reais, parece ter como pano de fundo a inviabilidade fiscal do pr�ximo governo. Mas n�o s�.
Sob o comando de Arthur Lira, presidente da C�mara, a base governista (leia-se, centr�o) prepara uma outra bomba de efeito paralisante para o futuro governante: a manuten��o compuls�ria das emendas do relator, base das tais emendas secretas. Uma vez aprovada a nova lei, o governo seguinte ser� ainda mais ref�m do Congresso Nacional. O Brasil que se prepare, pois, para mais confus�o institucional e menos paz social.
O leitor menos atento pode estar se perguntando: qual o interesse de Jair Bolsonaro em sabotar a si mesmo, caso ven�a a elei��o? Bem, o verdugo do Planalto sabe que essa possibilidade � cada vez mais remota, portanto, tudo o que fizer hoje para atrapalhar a prov�vel futura gest�o petista ser� pouco. O amig�o do Queiroz tamb�m investir� ainda mais forte, daqui para frente, em suas teorias conspiracionistas e golpistas.
A ideia � clara e uma s�: manter-se eleitoralmente forte e ativo, enquanto seus arruaceiros digitais - o pr�prio filho, inclusive - cuidam de conspirar, dia e noite, contra a democracia. Assim, n�o s� manter� a crispa��o eleitoral e a cis�o social em alta, como pavimentar� o pr�prio caminho para uma poss�vel volta, nos moldes do que fez e faz Donald Trump nos EUA. Fantasia, exagero meu? Bem, vejam o que est� em curso nas terras do Tio Sam.
O plano objetiva dois intentos: retomar o poder e, talvez ainda mais importante, escapar da Justi�a. Que o devoto da cloroquina ir� sofrer uma enxurrada de a��es judiciais t�o logo seja alijado do Planalto, isso ningu�m duvida. Uma vez em curso, diante do sistema judici�rio do Brasil, a possibilidade de uma condena��o em apenas quatro anos � nenhuma. Dessa forma, faz-se necess�rio e imprescind�vel o retorno � Presid�ncia em 2026.
Com isso, meus caros, uma coisa � certa: os pr�ximos oito anos, no m�nimo!, ser�o mais do mesmo. Um Pa�s com o caixa estourado, sem capacidade de investimento, sem credibilidade nacional e internacional, entregue a projetos populistas e autocratas de Poder - seja o meliante de S�o Bernardo ou o patriarca do cl� das rachadinhas o presidente -, com pouco ou nenhum crescimento econ�mico e outras cat�strofes de cunho social.
A d�cada dos anos 1980 foi apelidada de 'd�cada perdida’. Pior: os anos posteriores n�o se mostraram mais pr�speros. Hoje, ap�s a hecatombe s�cio-econ�mica protagonizada pelos anos de cleptocracia populista lulopetista, agravada sobremaneira por este desgoverno aloprado, caminhamos a passos largos para outro ciclo de retrocesso. O Brasil, cada vez mais, prova ser o pa�s do futuro, ou seja, aquele lugar imagin�rio onde nunca chegamos.