As urnas informam: o golpe e a cloroquina perderam. Ou: x�, Bolsonaro!

N�o, n�o estou feliz. Mas estou, confesso!, muito, mas muito aliviado com a derrota de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, a figura pol�tica mais asquerosa e delet�ria que a podre pol�tica brasileira jamais excretou. Nada, absolutamente nada � mais danoso, hoje, ao Pa�s, do que a exist�ncia pol�tica do amig�o do Queiroz e sua turba golpista.

Jamais votei em Lula em toda a minha vida. Jamais votei no PT. E, ontem, n�o foi diferente. Recusei-me a fazer o que fiz em 2018, no segundo turno, quando, por ojeriza � cleptocracia lulopetista, votei neste traste que desgoverna o Brasil. Nunca irei votar contra algu�m outra vez. S� votarei a favor. Como ambos me s�o detest�veis, nem sa� de casa.

Escrevo enquanto assisto � festa magn�fica que ocorre na Avenida Paulista em S�o Paulo. � impressionante a diferen�a da multid�o que agora se junta para festejar, daquela que o presidente da Rep�blica costuma juntar para atacar a democracia e ofender homossexuais, opositores pol�ticos, autoridades de Estado e tudo que n�o se ajoelha perante o “mito”. 

N�o, n�o gosto do pensamento da esquerda. N�o concordo com as teorias econ�micas e pol�ticas dessa turma. Mas n�o os nego, n�o os rejeito, n�o os demonizo, n�o os quero exterminar. O Brasil n�o � meu! Eu sou democrata, sou tolerante, sou plural. Confesso: at� bem pouco tempo atr�s n�o era. Mas o radicalismo bolsonarista me mostrou como errei.

Tenho uma filha de 16 anos e n�o quero que cres�a radical, elitista, intolerante, burra. N�o quero que cres�a pensando que 60 milh�es de pessoas s�o m�s porque pensam diferente do pai. Mais ainda: n�o quero que cres�a como crescem, infelizmente, muitas colegas ao seu redor. A vida foi - e �! - boa demais conosco, para que sejamos t�o recalcados assim.

Eu celebro, n�o a vit�ria de Lula, a quem apelidei “meliante de S�o Bernardo”, mas a derrota de Bolsonaro. Eu celebro a vit�ria da medicina sobre a cloroquina; das vacinas sobre as mentiras; das pesquisas sobre o Datapovo; da imprensa sobre as fake news; da toler�ncia sobre o �dio; da aceita��o sobre a separa��o; da democracia sobre a ditadura.

Eu celebro a derrota das rachadinhas, das mans�es, do dinheiro vivo, dos panetones, dos viagras, dos milicos, dos golpistas… A derrota do Nikolas, do Bananinha, da Damares, do Jefferson, da Zambelli… Eu celebro a derrota do WhatsApp! Ainda que tudo isso, �s custas da vit�ria de quem n�o me faz esperar nada t�o melhor assim, mas muito diferente, � fato.

Desejo toda a sorte do mundo ao presidente eleito, pois vivo no Brasil, trabalho no Brasil e minha vida, meus neg�cios, minha fam�lia, meus amigos (os que restaram, hehe) dependem do sucesso do novo governo, para que deem certo e sejam felizes. Por isso, at� que - e se - comece a fazer besteira, o chef�o do mensal�o tem meu voto de confian�a.