
Um dos temas debatidos por mim e por meus colegas de bancada foi a derrocada de pol�ticos e partidos eleitos anteriormente com vota��es expressivas, casos de Joice Hasselmann, Alexandre Frota, Tiririca e A�cio Neves, dentre outros. Aten��o: ainda que reeleitos, como A�cio e Tiririca, as vota��es foram inexpressivas se comparadas com elei��es anteriores, e vivem, ambos, o ocaso pol�tico.
O PSDB, partido t�o importante na hist�ria do Pa�s, principalmente no in�cio da redemocratiza��o (tucanos surgiram da dissid�ncia de pol�ticos do MDB), hoje tornou-se um nanico inexpressivo, com uma bancada federal de dois parlamentares, restando como suspiro a improv�vel elei��o de Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, j� que, at� em S�o Paulo, sua fortaleza por 30 anos, a viola foi pro saco.
Nikolas Ferreira, o mais votado do Brasil, com 1.5 milh�o de votos. Como compara��o, A�cio Neves obteve 85 mil votos. Por mim, o tucano teria apenas 1 voto (o dele), e o extremista de direita, idem.
Eu fiz uma interven��o, lembrando a ascens�o dos tais influencers, subcelebridades de internet que v�m tomando o lugar de figur�es hist�ricos. Dei como exemplo o jovem deputado federal Nikolas n�o tem passado na pol�tica, j� que eleito vereador de Belo Horizonte em 2018, mas tem presente: o passado! Explico: na esteira do sucesso digital, alinhado ao bolsonarismo de pautas ultra-conservadoras, o rapaz fez como os “velhos pol�ticos”: n�o cumpriu o mandato e partiu para Bras�lia. Pergunto: o que fez para merecer tantos votos? Eu mesmo respondo: nada! (e me xingar n�o refuta minha tese).
Como Nikolas, foi eleito deputado federal o ex-jogador de v�lei Mauricio Souza. Por qu�? Bem, unicamente por ter atacado homossexuais e demonstrado (assumidamente) homofobia. Nada mais? N�o! Se encontrarem, me mostrem. S� n�o vale, como prova, ser puxa saco do presidente Bolsonaro. Em sentido oposto de pauta, Duda Salabert, tamb�m vereadora de primeiro mandato e monotem�tica.
Por todo o Brasil n�o � diferente. No Rio, Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de que fez tudo que o chefe mandou (o pr�prio declarou isso), ou seja, boicotou a vacina��o contra a covid-19, sonegou oxig�nio ao Amazonas, distribuiu “garrafadas milagrosas” (cloroquina e ivermectina), para o combate ao coronav�rus, e foi eleito com mais de 200 mil votos. Por alguma raz�o os cariocas lhe deram esse pr�mio.
Nos dois casos, Boulos e Pazuello, n�o foi a internet a for�a motriz, mas o efeito dela. Por exemplo: a legi�o de internautas, agrupados nas bolhas digitais bolsonaristas, � gigantesca, haja vista a estrondosa vota��o de "dubl�s de Bolsonaro” Brasil afora. A bancada eleita pelo “mito” � a maior prova desse fen�meno, que n�o � nacional, � mundial. L�deres populares e seus fantoches na internet est�o na moda.
Eu n�o me importo com a troca de Alexandre Frota por Nikolas Ferreira. � como trocar seis por meia d�zia. Mas me entristece o Tiririca, e n�o Jos� Serra no Congresso. O Maur�cio, e n�o Lucas Gonzales (Novo). Mas notem: h� quem ache bom, como minha colega de bancada, Rita Mundim. Eis a ess�ncia da democracia: pensamentos divergentes! Nem eu nem ela estamos certos ou errados. � a situa��o do Pa�s a ju�za dos fatos, da verdade e da raz�o.