
Desde a minha adolesc�ncia ou�o falar que o modelo de impostos do Brasil � �nico, caro, contraproducente e inseguro. H� quase 40 anos, tamb�m, especialmente ap�s a redemocratiza��o e a Constitui��o de 1988, vejo entrar governo prometendo reformar os tributos e sair o mesmo governo sem resolver nada. Ou seja, n�o podemos estampar o carimbo de culpa exclusivamente nos presidentes, ainda que sejam, sim, culpados.
O Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal. S�o mais de 5.5 mil munic�pios. A economia do Pa�s � diversificada, e ainda que concentre boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) em setores como Servi�os, Agropecu�ria e Minera��o, Ind�stria, Com�rcio e outras atividades bem menos importantes (Turismo) formam a cadeia produtiva que gera os empregos e os tributos que mant�m, bem ou mal (eu acho que muito mal), a estrutura social do Pa�s.
Nossa economia � organizada sob um sistema de castas pol�ticas (Executivo, Legislativo e Judici�rio) que, por d�cadas, servem - e servem! - a poderosos grupos econ�micos, sobretudo constru��o civil, agroneg�cio e ind�stria. Nossa economia fechada permite grande concentra��o de riqueza e poder, com a consequente monumental desigualdade social que, infelizmente, conhecemos t�o bem.
O sistema tribut�rio brasuca n�o � a �nica causa disso tudo, claro, mas contribui bastante. E como dito acima, estados, munic�pios, Poder P�blico e monop�lios e oligop�lios brigam por todo centavo da riqueza produzida �s custas de muito sangue, suor e l�grimas dos mais de 200 milh�es de burros de carga que formam este Brasilz�o de meu Deus.
REFORMA J�: SER�?
A reforma tribut�ria, t�o falada, sonhada e prometida, amea�a sair do papel outra vez. Como S�o Tom�, s� acredito vendo. E nem como o santo acreditarei que n�o haver� aumento de impostos. Ora, se n�o h� redu��o de despesas, n�o h� crescimento forte e sustent�vel e n�o haver� impress�o de dinheiro, ou leni�ncia com a infla��o, n�o compreendo como a conta ir� fechar.
Uma das maiores preocupa��es - sempre! - de cada ente ou setor � com o pr�prio bolso. Neste sentido, o setor de servi�os diz que a reforma o prejudicar� e ceifar� milh�es de postos de trabalho. O agroneg�cio garante que haver� aumento de pre�os da cesta b�sica. E estados e munic�pios juram que perder�o receita. Mais uma vez, assim, tudo caminha para que ou nada siga adiante ou siga de forma remendada.
�s v�speras de uma poss�vel vota��o na C�mara dos Deputados, o movimento pol�tico � fren�tico. Nesse sentido, vale ressaltar e aplaudir a aten��o e cuidado de nossos representantes locais: o prefeito Fuad Noman, o senador Cleitinho e o governador Romeu Zema. Cada um em sua esfera promete cuidar dos interesses de Belo Horizonte e Minas Gerais, sempre lembrados (cidade e estado) antes das elei��es, mas sempre esquecidos depois.