A gente sabe que o futebol n�o tem justi�a nem moral nem meritocracia. Ali�s, � isso que faz deste esporte o mais querido do planeta, ou seja, a sua imprevisibilidade. O desporto bret�o � um dos poucos que permite vit�rias por conta de fatalidades ou, ainda, propicia que o time que jogou muito pior, ou o clube menor, saia de campo com os tr�s pontos. Essa � a gra�a.
Foi assim na quarta-feira passada e eu fui testemunha ocular da hist�ria, em tempo real. O time produziu demais e faltou somente a cereja no bolo: a bola na rede. Juninho deu um chap�u em uma jogada t�o bonita que valeu o ingresso. Que pena, aquele seria um gol de Pel�.
A torcida fez de acordo. Embora n�o tenha lotado o campo (por conta da pandemia e dos ingressos somente on-line...), quem foi cantou o tempo todo. O jogo teve cara de Libertadores. Mas o volume da partida estava intenso demais e, caso o gol n�o viesse (como ocorreu) no primeiro tempo, tudo poderia vir por �gua abaixo.
N�o deu outra. Comentei ali, no intervalo, com meu pai e amigos, que o segundo tempo era jogo de uma cartada s�: ou fazer r�pido o gol e a� eles se abririam, ou tornar a partida tensa e perigosa. Foi o que aconteceu. A bola n�o entrava e os paraguaios cresceram, catimbaram, atrasaram o jogo ao m�ximo. Eles sabem jogar este torneio, temos de admitir.
E quando se sentiram � vontade para ir pra frente, sabendo que os riscos j� eram menores, foram felizes em uma baita infelicidade nossa, com direito a desvio que matou o goleir�o americano. Nesse momento do gol, em situa��o quase imposs�vel no jogo, parecia o fim. A torcida – por�m, e sobretudo – reconheceu e aplaudiu os jogadores. A energia � de f�. E ainda n�o acabou!
Depois que passou a ressaca da do�da derrota em casa, aos poucos fomos voltando � realidade e retomando a sensa��o do que � ser americano e da confian�a que n�o se abala. Fomos melhores no jogo, somos um time melhor, o oitavo no �ltimo Brasileir�o. Temos total capacidade de jogar um jogo aberto, ir para cima e nos classificar.
Somos Minas amanh�, somos Brasil. Que as cores verde e preta mostrem ao Paraguai o tamanho do Am�rica. Estamos com voc�s, para o que der e vier. Um time que ganhou de virada em 2021 do Palmeiras, o grande campe�o da Libertadores, tem tudo para superar o Guaran� gen�rico. A batalha foi perdida, mas a guerra ainda est� em curso e o Coelho gosta de desafios. Salve, na��o americana, nada est� perdido!