Neste momento que vivemos, estamos todos com o nosso “sinal de alarme” acionado. Luta ou fuga. Correr para buscar solu��es e novos caminhos. Ou, sen�o, fugir de medo para dentro da nossa “toca” e ficar l� amedrontado, vou pegar COVID-19 hoje ou ser� quando eu for ao supermercado da pr�xima vez?
E quem n�o pensa algo parecido ao ter que sair e ir trabalhar? Ou ter que ir fazer um exame de rotina nos �ltimos tempos? Todos estamos em estado de alerta, sem saber se � hora de correr e ou se temos que enfrentar uma nova dire��o, um novo trabalho, uma nova forma de ganhar dinheiro, de se prevenir da COVID-19.
Pior de tudo, � que nenhum dos caminhos, muitos conseguem seguir. E por falta de seguran�a se encontram em estado de “congelamento do estresse”. Sabe o que significa isso? � fazer como o polvo, e se houver perigo demais e n�o souber como agir, melhor mesmo � ficar intoc�vel, dentro da toca, da caverna bem escondidinho.
Os sintomas desse congelamento s�o muito interessantes e muitos nem percebem. Falta de vontade de fazer qualquer coisa, des�nimo grave, depress�o severa, fibromialgia, gastar seu tempo num sof� e n�o achar gra�a na vida, n�o ter vontade de levantar mais. E muitos at� adoecem gravemente numa forma de dizer, desisti. Triste ver isso, mas � o que mais atendo como psiquiatra. Pessoas deprimindo al�m da conta, pessoas congeladas no desamparo.
Penso que preciso ajudar. Mas como ajudar um polvo l� dentro de sua toca totalmente paralisado? Se voc� assistiu ao document�rio “O professor Polvo” tem uma ideia. � necess�rio trazer de volta a seguran�a. Quem n�o se sente seguro e n�o v� sa�da pode ficar neste estado triste de ver – o desamparo aprendido.
Sem esperan�a, se fecha. Mas se um homem conseguiu conquistar a confian�a de um polvo indo devagarinho, se aproximando sem ser uma amea�a, n�s podemos tamb�m trabalhar o acolhimento, o aconchego e o carinho.
Sem esperan�a, se fecha. Mas se um homem conseguiu conquistar a confian�a de um polvo indo devagarinho, se aproximando sem ser uma amea�a, n�s podemos tamb�m trabalhar o acolhimento, o aconchego e o carinho.
Do que as pessoas mais precisam agora?
Algo que ent�o estamos fazendo muito diretamente pela pandemia – conex�o, v�nculo e afeto. Mas podemos, sim, fazer conex�o, v�nculo neste novo modelo por mensagens, v�deos, conversas de internet. Podemos mandar um presente, uma lembran�a, um bilhete. Podemos nos fazer presentes e dar apoio mesmo que com dist�ncia.
O certo seria o aconchego real, um abra�o, boas risadas, encontros divertidos. Eu sinto muita falta e voc� deve sentir tamb�m. Sonho com nosso povo vacinado e podermos fazer o que pa�ses j� com vacina��o adiantada est�o fazendo, saindo �s ruas, tirando as m�scaras.
Mas, por ora, temos um tubar�o feroz querendo nos pegar – COVID-19, terr�vel pandemia que nos assola aqui no Brasil, est� tirando o sossego e a sa�de mental de nosso povo.
Repito, o que podemos fazer?
Seja acolhedor com os seus e principalmente com aqueles que perderam a vontade de fazer qualquer coisa e se enclausuraram na desesperan�a.