“Doutora, n�o consigo para de pensar em coisas negativas.” Acho que essa � a frase que mais ou�o ultimamente como m�dica psiquiatra. A segunda mais comum: “Doutora, me ajude, n�o consigo sair desta neura!”
Que situa��es nos levam a deixar nosso eu interior criar di�logos t�o negativos que n�s mesmos nos intoxicamos?
Di�logos negativos t�m sido uma premissa dos �ltimos tempos. Um eu cr�tico. Um eu que cobra. Um eu medroso ou triste. Isso, vejo todos os dias em meu consult�rio. E mais do que simplesmente dar rem�dios para aliviar sintomas de tristeza, depress�o, raiva, irritabilidade e ins�nia, preciso conversar e mostrar que podemos olhar o lado bom tamb�m.
O paciente traz o problema e meu papel � focar na solu��o e dar esta luz a ele.
Conta uma hist�ria de autor desconhecido que um velho s�bio disse a um garoto que dentro da mente dele habitavam dois lobos. Um que o instigava a pensamentos negativos – o lobo do mau. E outro que o fazia pensar coisas lindas – o lobo do bem. E que ambos brigavam incessantemente dentro da cabe�a dele. O garoto, ent�o, pergunta: Mas qual lobo vence a briga, mestre?. O velho s�bio responde: Aquele que eu alimentar.
Eu te pergunto: qual lobo voc� tem alimentado ultimamente?.
Precisamos nos contaminar com o lobo do bem, fomentar para que ele cres�a dentro de n�s. E para isso precisamos tirar os olhos do problema e focar nas solu��es. A psicologia positiva nos ajuda a entender que para sairmos de uma situa��o problem�tica o melhor a fazer � se distanciar do problema – alimentar menos o lobo do mau. O foco no que funciona � sa�da! Olhar para onde possa ter solu��es.
Em vez de encarar como problema, encarar onde est� a solu��o!
Essa � a grande sacada das pessoas mais otimistas. Elas enxergam o problema, sofrem e aceitam. Quando nos permitimos sentir nossa dor, podemos sair dela. Ent�o, o primeiro passo � a aceita��o. Aceitar nosso sofrimento, nossas emo��es e observar de pertinho e com autocompaix�o. Deste lugar, olharmos o que podemos fazer diferente, como podemos agir para sair deste lugar. Sem pressa.
Aceita��o do sentir a emo��o dolorosa. Sentir e sair deste lugar de sofrimento com agilidade emocional. Sem correr, mas planejar estrat�gias que funcionem para nos tirar do aprisionamento do medo, da raiva, da tristeza ou seja l� do que for. Isso se chama autoconsci�ncia e agilidade. Precisamos de flexibilidade para tombar e levantar. E o pensamento positivo e otimista que vamos encontrar, um caminho para a solu��o, nos abre o radar � procura do novo, da ajuda e das novas conquistas.
Deixa de ser problema ao se tornar desafio!
Muitos n�o conseguem tal agilidade. Encontram-se presos no problema. Muitos at� congelados. Encontramos muitas pessoas neste estado de congelamento com sintomas como burnout, depress�o grave, desilus�o afetiva, fibromialgia, c�lon irrit�vel, in�rcia etc.
Essas pessoas que dizem eu n�o consigo enxergar solu��o precisam de ajuda terap�utica, pois sozinhas n�o t�m o amparo devido e nem sequer a seguran�a. Por isso, se “emburacam” numa toca e l� ficam presas sem enxergar sa�da. A terapia positiva, e principalmente feita por terapeutas informados para o trauma, pode ajudar tais pacientes congelados em suas caverninhas a sa�rem desse lugar. Descongelar devagar, encontrar seguran�a e apoio no olhar de outrem que pode mostrar um caminho mais acolhedor e positivo.
Nem sempre � f�cil falar “saia desta neura!”.
A pessoa est� pedindo nossa ajuda!
Ela quer alguma sa�da, mas, infelizmente, est� em vis�o de t�nel, e n�o consegue enxergar outra coisa que n�o seja seu problema. Ela diz coisas como: eu n�o consigo ganhar dinheiro, n�o existe emprego, eu n�o consigo um bom relacionamento, s� existem homens que n�o prestam, eu n�o consigo evoluir na carreira, isso � para poucos etc..
Isso � muito comum. Precisamos alertar quem pudermos que para tudo haver� um caminho novo e diferente. Que um novo olhar, alimentando um caminho de solu��o, mesmo que seja um desafio, ser� bem-vindo.
Desafios ser�o encarados como algo positivo, o lobo do bem. Colocados em nossas vidas para trazer esperan�a e nos fazer acordar que podemos, sim, sobreviver ao lobo do mau, alimentado nossa esperan�a e novos rumos.