COP27 chegando ao fim e destaques do que foi discutido
Neste ano, um dos maiores desafios � a manuten��o da meta de aumento da temperatura m�dia global em no m�ximo 1,5�C acima dos n�veis pr�-industriais
Membros da COP se re�nem anualmente para avaliar o status e efeitos das mudan�as clim�ticas no planeta e discutir pol�ticas e sa�das para preservar o planeta (foto: Andr� Sp�nola/ Divulga��o )
Nesta sexta feira (18/11) termina a 27ª COP, que ocorre no Egito, ap�s duas semanas de negocia��es e debates intensos sobre mudan�as clim�ticas. Estive no evento e vou trazer os pontos de destaque e desdobramentos das discuss�es e acordos constru�dos e seu potencial impacto nos pr�ximos anos.
Inicialmente, para nos contextualizarmos, COP significa “Confer�ncia das Partes” e, ao contr�rio do que muitos pensam, n�o se trata meramente de um evento, mas sim de um �rg�o supremo das Na��es Unidas sobre mudan�a do clima. Seus membros se re�nem anualmente para avaliar o status e efeitos das mudan�as clim�ticas no planeta e discutir pol�ticas e sa�das para preservar o planeta.
Foi nas COP que foram constru�dos alguns dos acordos mais importantes da hist�ria nessa �rea, como o Acordo de Paris, na COP21, e a cria��o do mercado global de carbono, na COP26.
Neste ano, um dos maiores desafios � a manuten��o da meta de aumento da temperatura m�dia global em no m�ximo 1,5°C acima dos n�veis pr�-industriais. Qualquer coisa acima disso amplia demais os riscos de danos irrevers�veis para o planeta. Os pa�ses reunidos no Egito buscam bases para amplificar a��es de adapta��o, mitiga��o e financiamento, tr�s pilares da a��o clim�tica coletiva.
De acordo com pesquisa divulgada no evento, se a queima de carv�o continuar no ritmo atual, apenas esse combust�vel seria capaz de levar o mundo a ultrapassar esse limite de 1,5°C. Mas h� pa�ses, como a �ndia, que argumentam ser injusto focar apenas no carv�o, enquanto o consumo de outros combust�veis f�sseis largamente utilizados nos pa�ses desenvolvidos permanece intacto.
A emerg�ncia clim�tica afeta o planeta com os extremos de seca e chuvas, calor e frio, redu��o da camada de oz�nio e v�rios outros desdobramentos, mas seus efeitos mais graves incidem sobre a base da popula��o mundial composta por pessoas vulner�veis e pobres.
Essa COP segue buscando a solidifica��o da negocia��o do livro de regras do Acordo de Paris iniciada na COP26 em Glasgow. E nesse contexto temas fundamentais como fontes financiamento e medidas de compensa��o para pa�ses pobres e vulner�veis permanecem em aberto.
(foto: Andr� Sp�nola/ Divulga��o )
Organiza��es de imprensa se uniram e publicaram um editorial conjunto clamando pela imposi��o de um tributo sobre combust�veis f�sseis que seja integralmente destinado a esses pa�ses, que s�o justamente os que sofrem os piores impactos da crise clim�tica, uma vez que os pa�ses ricos respondem por apenas 12% da popula��o mundial, mas s�o respons�veis %u200B%u200Bpor metade do efeito estufa, por exemplo.
H� tamb�m a busca pela equaliza��o de “Perdas e Danos”, tema constantemente adiado nos �ltimos anos. Algumas na��es vulner�veis e pa�ses-ilhas se reuniram em um grupo chamado V20, que luta por uma compensa��o por parte das na��es desenvolvidas para ajud�-los a compensar as crises e danos de territ�rios, colheitas, casas, cidades, vilarejos e modos de vida decorrentes de eventos clim�ticos extremos, como furac�es, enchentes e tempestades.
J� em termos de financiamento, vale destacar a posi��o norte-americana, que promete apresentar um plano nos pr�ximos meses para reposicionar os bancos multilaterais de desenvolvimento for�ando-os a liberar centenas de bilh�es de d�lares para ajudar os pa�ses vulner�veis %u200B%u200Ba combater e se adaptar �s mudan�as clim�ticas.