(Por Jos� Milton Junior e Dra. Juraciara vieira Cardoso)

Pensar no amor e na sexualidade na modernidade n�o � algo simples. Em lugar do amor rom�ntico de outrora, os modernos t�m uma vis�o dominada pelo tecnicismo e pela l�gica mercadol�gica no que se refere ao trato de nossas rela��es �ntimas. Diante dessa nova realidade do amor, como seria poss�vel pens�-lo, juntamente com a sexualidade, em rela��o �queles que est�o, como n�s, envelhecendo?
S�o tr�s as formas de amor poss�veis, Eros, Philia e �gape. Cada uma delas com as caracter�sticas que lhe s�o inatas. Assim, no amor Eros, o que experimentamos � a paix�o, o fogo e a intensidade de um sentimento que n�o sabemos muito bem como lidar com ele, pois capaz de cegar at� os incautos dos homens.
No amor Philia, o que temos � um amor calmo, j� lapidado pelo tempo e capaz de trazer regozijo com a presen�a e as conquistas do outro: � o amor no qual cessaram quase todas as batalhas afetivas, restando em seu lugar a doce presen�a do outro, visto enquanto companheiro existencial e afetivo.
J� o amor �gape � aquele dirigido n�o apenas ao nosso c�rculo �ntimo, mas que tamb�m se volta para todos os membros da sociedade e pode ser concebido pelo desejo que tem o sujeito de amar e cuidar de todos � sua volta, independente do grau de proximidade. De todos, esse �ltimo �, sem d�vida, o mais exigente.
No amor Philia, o que temos � um amor calmo, j� lapidado pelo tempo e capaz de trazer regozijo com a presen�a e as conquistas do outro: � o amor no qual cessaram quase todas as batalhas afetivas, restando em seu lugar a doce presen�a do outro, visto enquanto companheiro existencial e afetivo.
J� o amor �gape � aquele dirigido n�o apenas ao nosso c�rculo �ntimo, mas que tamb�m se volta para todos os membros da sociedade e pode ser concebido pelo desejo que tem o sujeito de amar e cuidar de todos � sua volta, independente do grau de proximidade. De todos, esse �ltimo �, sem d�vida, o mais exigente.
Experimentar cada uma dessas formas de amor independe de idade e do g�nero. Podemos em qualquer �poca da vida nos apaixonarmos perdidamente (Eros), ou nos fortalecer com uma conviv�ncia duradoura e prazerosa ao lado de algu�m (Philia), ou, ainda, nos tornarmos ben��os na vida de outras pessoas, por meio do nosso ajudar desprendido de quaisquer pretens�es de reconhecimento ou de vantagem (�gape).
A pr�tica nos mostra que grande parte dos idosos vive um amor conjugal, mais maduro, com grande amizade, admira��o, doa��o, lealdade e disposi��o para apoiar o parceiro nas situa��es cotidianas da vida. Sabemos que a paix�o chega de forma abrupta e declina rapidamente, diferentemente do amor, que, quando correspondido e exercido por pessoas que amadureceram juntas, se fortalece no decorrer dos anos.
N�o raro evidenciamos rela��es cinquenten�rias, onde os atores encontram-se felizes e crendo que a decis�o de compartilhar a vida com a outra pessoa foi uma decis�o acertada. A boa qualidade da rela��o depende de admira��o dos parceiros, assim como dividir confian�a, express�o do gostar, o compromisso com o outro, capacidade de se doar, preocupa��es com os sentimentos e aspira��es do outro, capacidade de comunica��o de forma saud�vel e concord�ncia com rela��o ao comportamento sexual. Pode-se ter uma rela��o amorosa e completa em qualquer fase da vida.
N�o raro evidenciamos rela��es cinquenten�rias, onde os atores encontram-se felizes e crendo que a decis�o de compartilhar a vida com a outra pessoa foi uma decis�o acertada. A boa qualidade da rela��o depende de admira��o dos parceiros, assim como dividir confian�a, express�o do gostar, o compromisso com o outro, capacidade de se doar, preocupa��es com os sentimentos e aspira��es do outro, capacidade de comunica��o de forma saud�vel e concord�ncia com rela��o ao comportamento sexual. Pode-se ter uma rela��o amorosa e completa em qualquer fase da vida.
Todavia, n�o � somente esse tipo de amor e sexualidade o �nico poss�vel para os idosos. Ao contr�rio, eles t�m consigo for�a e pot�ncia para se abrirem para o amor e ter uma profunda conex�o afetiva e sexual com outros parceiros. Com o passar dos anos e crescimento vertiginoso no n�mero de idosos, j� que a expectativa de vida tem experimentado avan�os significativos nos �ltimos tempos, tamb�m a sexualidade na velhice vem se modificando.
V�rias s�o as mudan�as que temos evidenciado nos consult�rios e que merecem nossa aten��o. O amor e a sexualidade na terceira idade n�o est�o subordinados aos estreitos conceitos de outrora, tal como o de que todo idoso � heterossexual ou o de que eles n�o se interessam por liga��es afetivas e sexuais com outras pessoas. N�o!
Dentre v�rias modifica��es na forma de enxergarmos os idosos, deve ser levada em considera��o sua sa�de emotiva, sentimental e sexual. Devemos tentar abrir m�o de nossos preconceitos e aceitar as orienta��es e desejos da pessoa idosa, em que o cerceamento de seus sentimentos evidencia uma viol�ncia contra o idoso, impedindo-o de exercer plenamente sua exist�ncia. Amar e sentir-se amado faz parte de um envelhecimento bem-sucedido.
V�rias s�o as mudan�as que temos evidenciado nos consult�rios e que merecem nossa aten��o. O amor e a sexualidade na terceira idade n�o est�o subordinados aos estreitos conceitos de outrora, tal como o de que todo idoso � heterossexual ou o de que eles n�o se interessam por liga��es afetivas e sexuais com outras pessoas. N�o!
Dentre v�rias modifica��es na forma de enxergarmos os idosos, deve ser levada em considera��o sua sa�de emotiva, sentimental e sexual. Devemos tentar abrir m�o de nossos preconceitos e aceitar as orienta��es e desejos da pessoa idosa, em que o cerceamento de seus sentimentos evidencia uma viol�ncia contra o idoso, impedindo-o de exercer plenamente sua exist�ncia. Amar e sentir-se amado faz parte de um envelhecimento bem-sucedido.
Sabemos que o amor pode ter v�rias combina��es e desde que traga crescimento e satisfa��o pessoal para o casal; merece respeito e admira��o, j� que � o exerc�cio m�ximo da nossa humanidade, independentemente de qual � a composi��o deste casal. Vivemos uma era onde muitas mudan�as v�m ocorrendo no que se refere ao amor rom�ntico, nas formas de casamento e no exerc�cio da sexualidade pelos indiv�duos idosos.
Sabemos tamb�m que as pessoas s�o din�micas e v�o se modificando no decorrer da vida, a depender das circunst�ncias e exig�ncias que v�o surgindo. Importante compreender que as bases da rela��o tamb�m se modificar�o, cabendo aos seus componentes a capacidade de adequa��o e exercendo a generosidade de reconhecer as mudan�as vivenciadas pelo outro parceiro.
Especificamente em rela��o � sexualidade dos idosos, sabemos que � vivenciada atrav�s de pensamentos, cren�as, atitudes, comportamentos, forma de relacionamento, desejos. Assim concebido, o exerc�cio da sexualidade pelo idoso vai muito al�m do ato sexual e pode ser exercido de muitas outras formas, sendo singular para cada casal. Evidencia-se como um erro pensar que os idosos s�o assexuados ou renunciaram aos impulsos sexuais. V�rios s�o os trabalhos nos quais os idosos se declaram ativos e satisfeitos com a vida sexual e que tal satisfa��o reverbera em todos os aspectos da vida.
De tudo o que foi dito at� aqui, � necess�rio concluir que os idosos podem – e devem - ter rela��es amorosas, exercer sua sexualidade de modo pleno e ter uma vida �ntima saud�vel. Cabe a todos n�s enxergarmos os idosos como pessoas capazes de vivenciar a beleza de amar e ser amados e que, apesar de vivenciarem suas rela��es sentimentais de forma diferente dos mais jovens, elas tamb�m podem ser muito satisfat�rias, proveitosas e tornar a vida mais doce e plena.
Amemos! Amemos sempre! Amemos muito! Amemos mais!