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Estado de Minas VIT�RIA DAS SEM SEMENTES

Nova variedade de uva desenvolvida no pa�s pela Embrapa encanta produtores rurais

Produto deve alavancar potencial de crescimento do mercado interno e tamb�m das exporta��es


postado em 25/01/2016 06:00 / atualizado em 25/05/2016 15:04

(foto: Patricia Ritschel/Divulgação)
(foto: Patricia Ritschel/Divulga��o)

O ano de 2016 promete ser um divisor de �guas para a produ��o de uvas sem sementes no Brasil. A fruta, que j� caiu no gosto do consumidor e conta com mercado crescente apesar da crise, est� prestes a entrar em uma nova fase. A cultivar BRS vit�ria, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa) e lan�ada em 2014, despertou o interesse de produtores rurais, e deve se tornar um marco na produ��o. Mais resistente e com sabor destacado, confirmou se adaptar bem �s regi�es tropicais onde foi testada. A colheita da uva de cor preta em escala comercial deve come�ar no segundo semestre, em Petrolina (PE). Mas j� h� fruticultores tamb�m garantindo bons resultados com a variedade em Pirapora, no Norte de Minas.

Roberto Cazuhiro Kyryu est� � frente da fazenda que leva seu sobrenome no projeto de irriga��o de Pirapora. Ele plantou meio hectare com a vit�ria e pretende colher cerca de 10 toneladas entre junho e julho. “Est� em fase de teste, mas tem bom potencial. � uma quest�o de tempo para pegar no mercado”, afirma o produtor rural, que deve direcionar as frutas da primeira colheita para sacol�es de Belo Horizonte. Ele refor�a que a uva � praticamente livre de defensivos. “� muito resistente a doen�as. A Embrapa acertou.”

Na Comercial Irm�os Pereira, que fica no entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa/MG), as uvas sem sementes j� s�o vedetes mesmo sem a presen�a da vit�ria no seu farto portf�lio de variedades � venda. Segundo o gerente, Reginaldo Ribeiro, o com�rcio desse tipo de uva, “de consumo mais f�cil e pr�tico”, j� representa 70% do total, contra 30% das op��es com sementes. E, apenas no �ltimo ano, os neg�cios com elas apresentaram expans�o de 30%. Por m�s, ele comercializa cerca de 160 toneladas das mais de 10 op��es que tem para oferecer, com destaque para a thompson e para a crimson, mais antigas no mercado. Em dezembro, a procura dobra. “Neste ano, mesmo com a economia ruim, as vendas devem crescer uns 15%”, afirma.

O pre�o do quilo da uva sem sementes vendida por Reginaldo Ribeiro no atacado est� na faixa dos R$ 10 e seus principais clientes s�o sacol�es e grandes redes de supermercados da regi�o metropolitana da capital. O analista de Agroneg�cios da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, afirma que a boa oferta dos �ltimos anos tornou o pre�o da uva sem sementes mais acess�vel. “Ainda assim � um produto que tem um bom valor agregado para quem aposta nele”, observa. Por esse motivo, ele acredita que o potencial da fruta � imenso. “J� est�o tomando conta do mercado. Atendem �s demandas das pessoas que querem produtos saud�veis e de consumo f�cil”, diz. Ele acredita que, com as novas tecnologias e variedades, o cultivo, ainda incipiente em Minas, tamb�m tende a crescer nos pr�ximos anos.

(foto: Patricia Ritschel/Divulgação)
(foto: Patricia Ritschel/Divulga��o)


PARA GRINGOS


Antes mesmo de conquistar o mercado interno, a uva sem sementes produzida no Brasil encantou os estrangeiros. A Cooperativa Agr�cola Nova Alian�a (Coana), de Petrolina, come�ou seus trabalhos com foco no exterior em 2005. Hoje, os 20 cooperados – todos de apenas cinco fam�lias – continuam com as exporta��es, mas das 5,5 mil toneladas cultivadas em 280 hectares, 40% j� ficam no mercado interno. Em 2008, 95% eram vendidos para outros pa�ses.

Segundo o presidente da Coana, Edis Ken Matsumoto, em 2015, os neg�cios com as uvas sem sementes cresceram cerca de 12%. Para este ano, a expectativa � de alta de 15%: “O c�mbio ajuda e existe uma certa falta da uva nesta janela mundial principalmente voltada para a Europa”. Ele se refere ao per�odo da colheita no Brasil, que fica mais forte em setembro e outubro, �poca de entressafra em outras regi�es produtoras.

Em 2008, a crise mundial reduziu o apetite do mercado internacional pelas uvas sem sementes brasileiras. Foi quando o excedente come�ou a ser direcionado para o com�rcio nacional. Com o aquecimento do poder de consumo da popula��o, as variedades se popularizaram. Por isso, hoje, a fatia destinada ao consumidor nacional � bem maior do que anteriormente. Matsumoto conta que os custos tamb�m subiram no rastro da mudan�a do perfil de neg�cio das empresas. Isso, principalmente por causa dos sal�rios: “A produ��o e a colheita s�o manuais”. Em contrapartida, o melhoramento gen�tico refletiu em ganhos de produtividade.

Em termos de pre�os, as sem sementes tamb�m s�o mais valorizadas. A caixa de oito quilos � vendida por cerca de R$ 60 ou 50% acima do pre�o da tradicional, que custa R$ 40. Para exportar, a caixa de nove quilos, preferida pelos europeus, por exemplo, custa cerca de 16 euros, ou cerca de R$ 73. “� melhor exportar”, diz Matsumoto. Segundo ele, os principais pa�ses compradores s�o Inglaterra, Holanda, B�lgica e Alemanha.

Matsumoto acredita que, hoje, o pa�s j� � praticamente autossuficiente em uvas sem sementes. Mas ainda h� um pouco de produtos importados, principalmente do Chile e da Argentina. O Peru surge como uma amea�a no com�rcio internacional, pois os fruticultores de l� conseguem colher na mesma �poca dos brasileiros.


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