Mexerica de MG pode passar a ser exportada para a Europa

Da mesa do mineiro e do brasileiro para exigentes mercados de consumo no exterior, a tangerina Ponkan cultivada em Belo Vale, munic�pio de apenas 7,5 mil habitantes da Regi�o Central de Minas Gerais, prepara avan�o desafiador da cultura no estado. O crescimento da produ��o na cidade, que � a principal fornecedora de Minas e a segunda no ranking do pa�s, leva � expectativa de que a safra deste ano seja a maior da hist�ria das lavouras. A boa not�cia estimula planos de exporta��o. A colheita come�ou neste m�s e se estender� at� setembro. A previs�o dos produtores � chegar a 60 mil toneladas da fruta c�trica, o equivalente a 3 milh�es de caixas.

O maior resultado da colheita havia sido de 45 mil toneladas, ou 2,250 milh�es de caixas, em 2015. Os desafios s�o o investimento na melhora da fruta produzida e o uso de t�cnicas modernas para evitar doen�as que possam comprometer a produ��o. Todo o com�rcio da tangerina Ponkan de Belo Vale � destinado ao consumo de mesa. O munic�pio fornece frutos in natura e j� h� produtores que fazem sele��o em paking house, sistema de beneficiamento com o controle de qualidade e separa��o por tamanho, colora��o e n�vel de defeitos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Agropecu�ria, o cultivo proporciona renda direta aos produtores em torno de R$ 40 milh�es por safra. S�o gerados aproximadamente 1 mil empregos diretos na �poca da colheita entre abril e setembro. Cada caixa custa de R$ 20 a R$ 30 e pesa entre 18 e 22 quilos.

Ciente do potencial da regi�o, o produtor Eduardo de Castro Fernandes, de 34 anos, est� montando em Belo Vale uma ind�stria de beneficiamento de frutas c�tricas, em especial, a mexerica. “Em 10 dias entramos em funcionamento com uma m�quina que far� a limpeza, aplica��o de cera l�quida e classifica��o da fruta em tamanhos pequeno, m�dio e grande. Com isso elas j� v�o chegar no mercado separadas e embaladas para o consumidor final”, conta o produtor. O munic�pio disp�e de maquin�rio semelhante, por�m mais antigo, na Fazenda Vira Sol.

Al�m da produ��o de Eduardo Castro, a unidade de processamento atender� outros agricultores interessados. Os servi�os v�o aumentar o lucro da fam�lia Castro, que atualmente mant�m 20 mil p�s de mexerica e estima produzir 60 mil caixas neste ano. Junto do pai e do tio, Eduardo tem projeto de exportar para a Europa j� nesta safra. “Estamos na fase final de um estudo para exportar, que segue uma an�lise bem detalhada da planta exigida pelo pa�s importador para checar se os produtos usados, como os agrot�xicos, s�o permitidos”, disse. A expectativa � de aumentar a produ��o em 50% para que os embarques aos exterior sejam contemplados.

EMBARQUE PR�XIMO Segundo a secret�ria de Agropecu�ria de Belo Vale, Kelly Cristina dos Santos, outros produtores do munic�pio trabalham em planos de exporta��o de tangerina. “Acredito que ainda neste ano come�amos a embarcar o produto”, disse. O munic�pio � sustentado praticamente pela produ��o de tangerina, que segue em crescimento, apesar da crise econ�mica e atrai gente de outros estados � procura de emprego na �poca de safra.

O clima adequado ao desenvolvimento da fruta c�trica, com per�odos bem definidos de frio e calor, al�m do solo argiloso, favorece as planta��es, o que explica a alta produtividade obtida nas lavouras. Enquanto a produ��o m�dia por hectare � de 18,86 toneladas no Brasil, em Minas alcan�a 24,5 toneladas e em Belo Vale, 35 toneladas. “Os produtores est�o deixando de investir em gado para plantar mexerica”, conta Kelly Santos.

O sonho de exportar, no entanto, muitas vezes, ainda requer um trabalho mais intenso de manuten��o da qualidade da fruta. � o caso do produtor Ilson Dinis do Carmo, de 44. Ele trabalha com tr�s s�cios, tamb�m em fam�lia, na Fazenda Vira Sol, que produz 150 mil caixas de tangerina por safra. “Neste ano a expectativa � de que a produ��o suba para 250 mil caixas. Vendemos para o Brasil quase todo”, afirma o produtor, que usa maquin�rio pr�prio de beneficiamento.

O principal desafio da produ��o da fazenda Vira Sol, para Ilson Carmo, � manter a qualidade da planta��o. “H� doen�as que entram e a gente tem de estar sempre combatendo, prevenindo. Precisamos passar produto para �caros e cochonilhas”, diz.

Exposi��o Agropecu�ria

Com mostra de 1,3 mil bovinos e equ�deos, a 56ª Exposi��o Estadual Agropecu�ria, que come�a dia 31 no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, vai abrigar, neste ano, programa��o de outras �reas importantes do agroneg�cio. O evento tradicional da pecu�ria de Minas Gerais receber�, tamb�m, exposi��es estaduais de flores e folhagens, de peixes ornamentais e o Concurso Nacional de Peixes Ornamentais. Ser� tamb�m realizada dentro da agenda da exposi��o (at� 5 de junho), a 1ª Feira Pr�-gen�tica e Pr�-f�meas, respons�vel pela oferta de touros e matrizes das ra�as zebu�nas, girolando e senepol. Est�o, ainda, previstos 44 eventos t�cnicos, entre palestras e cursos. A exposi��o � promovida pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa) junto ao sistema Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg).