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Estado de Minas

Galo gigante produzido em fazenda de Minas vale at� R$ 10 mil

Novata no mercado de reprodutores nobres, ave tem mais de 1,15 metro de altura


postado em 05/06/2017 06:00 / atualizado em 05/06/2017 08:44

O galo gigante é o cruzamento de três raças(foto: Jair Amaral)
O galo gigante � o cruzamento de tr�s ra�as (foto: Jair Amaral)
O neg�cio que come�ou como hobby para um fazendeiro do pequeno munic�pio de Baldim, na Regi�o Central de Minas Gerais, se tornou uma empresa procurada por produtores de v�rias regi�es do pa�s e at� de pesquisadores de outros pa�ses. Os galos da ra�a �ndio gigante, que medem mais de 1,15 metro de altura e podem valer at� R$ 10 mil, assumiram o posto de animais mais importantes e lucrativos na fazenda S�o Sebasti�o, a 100 quil�metros de Belo Horizonte.

Considerado o nelore das aves, o galo gigante � resultado do cruzamento de tr�s ra�as caipiras: o galo combatente, o galo malaio e o galo shamo. Ao se aproximarem dos galos de outras ra�as, que medem entre 60 e 80 cent�metros de altura, esses gigantes esbanjam sua fidalguia pelo terreiro. Se, inicialmente, eles despertavam grande interesse entre promotores da atividade ilegal de rinhas, passaram a chamar a aten��o no mercado da carne. Afinal, seu peso alcan�a entre 5 e 7 quilos.

Conhecido na regi�o de Baldim, foi o fazendeiro Nelson Bernardino, morto no ano passado, quem introduziu o �ndio gigante na propriedade h� 10 anos. O genro dele, Higor Brion, conta que, no in�cio, o espa�o para a cria��o era bem pequeno. “Com o tempo, as pessoas chegavam curiosas, pouca gente conhecia essa ra�a, muitos queriam comprar ou pegar emprestado para reproduzir. Ele (Nelson) viu que o animal era muito bom, era uma ra�a diferente. Procuramos conhecer esse mercado e resolvemos investir ”.

Aos poucos, o galo gigante foi ganhando cada vez mais espa�o e tomando conta do terreiro. Hoje, a fazenda de 100 hectares reserva 60 mil metros quadrados para todo o processo de cria��o de cerca de 900 aves. O neg�cio de fundo de quintal se tornou uma empresa, com acompanhamento veterin�rio, oito funcion�rios, e recebe clientes de outras regi�es e pa�ses.

Al�m dos galos da ra�a �ndio gigante, que podem ser vendidos a pre�os entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, dependendo das caracter�sticas do animal, a fazenda vende tamb�m pintinhos da ra�a gigantesca, a um custo que varia de R$ 50 a R$ 200. O cliente pode, ainda, adquirir frangos e frangas j� vacinados para reprodu��o e ovos. A d�zia varia de R$ 200 a R$ 400.

A ra�a �ndio gigante come�ou a ser criada nos estados de Goi�s e Minas Gerais durante a d�cada de 1980, mas no in�cio era restrita aos colecionadores de aves ornamentais. A partir de 2000 esses animais se espalharam pelo Brasil. Atualmente, s�o cerca de 10 mil criat�rios da ra�a.

GEN�TICA Para obter as caracter�sticas ideais, como altura acima de 1,10 metro, barbela de boi e a crista-bola, –  tra�os que valorizam o bicho –, os criadores da fazenda S�o Sebasti�o investem no trabalho de aperfei�oamento de genes do galo gigante. “O melhoramento gen�tico � similar �quele feito com bois e cavalos. Por meio da insemina��o artificial e do cruzamento de animais espec�ficos conseguimos fazer um mapeamento das caracter�sticas mais atrativas para o mercado”, explica Brion.

No setor de reprodu��o da propriedade,  os criadores selecionam as melhores galinhas e as inseminam com o esperma do galo que tamb�m tem as melhores caracter�sticas. “O s�men do galo � analisado pelo veterin�rio para conferir como est� a concentra��o de esperma, se est� saud�vel, se est� f�rtil. Montamos uma �rvore geneal�gica dos cruzamentos desejados e acompanhamos cada filhote”, conta o criador.

Uma das vantagens da cria��o � que os galos gigantes s�o r�sticos e n�o precisam de uma infraestrutura complexa. No entanto, o processo exige um acompanhamento minucioso desde o momento em que as galinhas botam os ovos e os criadores levam v�rios anos para conseguir alcan�ar o perfil ideal dos animais.

No setor de incuba��o, os ovos ficam entre tr�s e quatro dias em um quarto com temperatura e umidade controladas. Depois, os pintinhos s�o levados para a primeira etapa da cria, permanecendo durante 45 dias em ambiente de temperatura controlada entre 30 e 32 graus. J� desenvolvidos, v�o ao ch�o quase quatro meses depois de nascer e levam at� um ano para atingir o tamanho m�ximo. Com um ano de vida, os galos oferecem mais tr�s anos de boa m�dia de reprodu��o e cada um comanda 10 galinhas em seu poleiro.

Sem rivalidade

Embora trabalhe todo dia com a cria��o de galos, quando o assunto � futebol Higor Brion n�o esconde que torce pelo Cruzeiro, e n�o pelo Atl�tico, que tem a ave como mascote. Ele leva a rivalidade entre os clubes mineiros sempre na brincadeira e j� se acostumou aos coment�rios de visitantes da fazenda de Baldim que enaltecem o “Gal�o da Massa” (apelido dado ao Atl�tico pelo narrador Mario Henrique) quando conhecem os gigantescos animais.“No ano passado, durante um jogo do Galo com o Cruzeiro, o pessoal do Alterosa Esporte (programa da TV Alterosa), queria usar imagens no programa, caso o Atl�tico vencesse a partida. Como queria que a TV viesse conhecer a fazenda, nunca torci tanto para o Galo na vida. Mas o jogo acabou empatado”, brinca Brion. At� o prefeito de BH, Alexandre Kalil, ex-cartola alvinegro, comprou um dos galos gigantes da fazenda, e, � claro, um exemplar preto e branco.


Enquanto isso...
...RINHAS PROIBIDAS

Proibidas no Brasil desde 1988, conforme a Lei 9.605/88, as rinhas ainda s�o comuns em v�rias regi�es do pa�s e as opera��es policiais para coibir o crime s�o comuns. A legisla��o prev� que o contraventor responda por crime ambiental e maus-tratos. A procura se mant�m, mas o alto pre�o e a valoriza��o da carne t�m inibido o uso do animal nas rinhas. Veterin�rios apontam que nas lutas os galos s�o submetidos a uma situa��o de muito estresse e desgaste f�sico, levando os animais � morte cruel. A despeito desse alerta, no Congresso, a libera��o da atividade foi defendida por parlamentares durante a aprova��o da proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que regulamentou a vaquejada (atividade em que vaqueiros montados a cavalo derrubam o boi puxando o animal pelo rabo).


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