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Estado de Minas

M�rio Campos vende verduras sem agrot�xico para o mercado de BH

Produtores que fornecem 30% do consumo da Grande BH apostam no cultivo agroecol�gico de leguminosas e folhas para eliminar o uso de defensivos agr�colas


postado em 04/09/2017 06:00 / atualizado em 04/09/2017 10:37

O produtor Antônio Borges exibe a produção cultivada sem pesticidas(foto: Beto Novaes. D. A. Press.)
O produtor Ant�nio Borges exibe a produ��o cultivada sem pesticidas (foto: Beto Novaes. D. A. Press.)

Cerca de 30% de todas as verduras consumidas na capital mineira e regi�o metropolitana, principalmente alface, v�m de M�rio Campos, cidade de 15 mil habitantes, localizada a cerca de 40 quil�metros de Belo Horizonte. S�o cerca de 1.500 produtores, a maioria agricultores familiares de pequeno e m�dio portes. A produ��o ainda � feita de maneira convencional, mas aos poucos as fam�lias se organizam para ter planta��es cada dia mais agroecol�gicas.

“A maioria das propriedades aqui s�o pequenas, por isso � mais f�cil voc� fazer o controle da lavoura sem o uso excessivo de defensivos. Mas nossa meta � transformar toda as lavouras em agroecol�gicas, cortando e eliminando aos poucos o uso de defensivos”, conta a agr�noma Shelen Mainente, que trabalha na Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).


Alguns dos produtores j� adotam t�cnicas alternativas para evitar o uso de agrot�xicos. � o caso de seu Ant�nio Augusto da Silva Borges, de 70 anos, um dos pequenos produtores do munic�pio. Em um tanque de pl�stico cheio de �gua, seu Ant�nio coloca diariamente restos de ervas arom�ticas da pr�pria horta, cinza do fog�o a lenha e borra de caf�. � com isso que ele pulveriza a cada dois dias sua planta��o de hortali�as e verduras para evitar que ela seja contaminada por pragas.

Ele tamb�m conta com a ajuda de duas seriemas, ave t�pica da regi�o, para combater os insetos indesej�veis que insistem em atacar sua horta “cem por cento ecol�gica”. Ao contr�rio das planta��es homog�neas de hortali�a que s�o vistas em toda a regi�o de M�rio Campos, a do de seu Ant�nio � bastante colorida e entremeada por muitas ervas, algumas delas bem raras e todas muito cheirosas.

Essas s�o algumas das t�cnicas usadas pelo agricultor para evitar o uso de defensivos e manter sua produ��o totalmente org�nica. “O cheiro das ervas arom�ticas espanta as pragas, por isso uso para borrifar a horta e planto no meio das verduras tudo que � cheiroso”, conta o agricultor, que fornece seus produtos para hot�is, restaurantes e condom�nios da regi�o e tamb�m da capital.

Al�m disso, ele conta com um ajudante que, segundo ele, � “quase um m�dico”. Filho de raizeira, seu Vicente de Paula dos Santos, de 53, nascido em S�o Pedro do Sua�u�, no Vale do Rio Doce, mas praticamente criado na cidade, � quem toma conta da planta��o. “N�o uso adubo, n�o uso nada qu�mico. Tudo natural”, gaba-se seu Vicente, que passa o dia de olho na planta��o. “Temos sempre que ficar vigiando, para assim que aparecer algum bichinho come�ar a combater”, conta.



>> Ervas para atacar pragas no canteiro

Dona Nair Aparecida de Jesus, de 50, e seu Weber R�mulo Agostinho, de 55, casados, tamb�m s�o adeptos de um cultivo mais natural na propriedade da fam�lia, que tem cerca de 42 mil metros quadrados. Segundo ela, o defensivo s� � usado em casos muito raros. A t�cnica do casal para manter a produ��o livre de pragas � semelhante � usada pelo seu Ant�nio. Toda a produ��o de folhas � cercada de ervas arom�ticas de todas as esp�cies.

Weber foi o pioneiro na cidade no cultivo de ervas arom�ticas. Hoje planta diversas esp�cies e tem como principais clientes restaurantes da capital mineira. Al�m disso, planta mudas de �rvores nativas da regi�o para ajudar no reflorestamento da mata ciliar do c�rrego que passa perto de sua propriedade.

Apesar da seca, a produ��o se mant�m em alta, j� que a regi�o � rica em �gua, o que facilita a irriga��o. O problema mesmo � a crise econ�mica, que derrubou as vendas, conta a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Assalariados e Agricultores de M�rio Campos e Sarzedo, Simoni Damasceno de Oliveira. Segundo ela, as vendas nas feiras e as entregas diretas para os supermercados ca�ram pela metade. “Est� todo mundo sem dinheiro”, lamenta Simoni.

Apesar da queda nas vendas, a expectativa dos produtores � boa, j� que o pren�ncio � de chuva. Quem garante � Geraldo Lafaiete Rosa Pereira, de 30, produtor de alface, r�cula e agri�o. Segundo ele, a produ��o foi boa e o pre�o est� sustent�vel, apesar de ter tido uma grande safra de alface que fez cair bastante o rendimento. “Mas tem que chover, sen�o teremos dificuldades”, conta o agricultor, que divide seu pequeno peda�o de terra com Romualdo Rosa Pereira, de 33.


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