(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cria��o de peixes ornamentais consolida polo mineiro de psicultura

Atividade j� re�ne mais de 80 fam�lias de produtores rurais na Zona da Mata, impulsionada pelo retorno r�pido do investimento e o destaque conquistado pelo animal no mercado PET


postado em 04/06/2018 06:00 / atualizado em 04/06/2018 08:14

Criação exige cuidados com a água, temperatura e alimentos, mas a manutenção não requer grande sofisticação(foto: Wikipedia/Reprodução da internet 2/2/09)
Cria��o exige cuidados com a �gua, temperatura e alimentos, mas a manuten��o n�o requer grande sofistica��o (foto: Wikipedia/Reprodu��o da internet 2/2/09)

A piscicultura ornamental ganha espa�o na Zona da Mata mineira, onde o setor mant�m o maior polo de produ��o da Am�rica Latina, respons�vel por cerca de 70% do abastecimento ao mercado nacional. Desde os anos finais da d�cada de 1970, produtores de arroz, caf� e leite migraram aos poucos para esse nicho de neg�cios, que re�ne, hoje, 80 fam�lias s� na cidade de Patroc�nio do Muria�, de 5 mil habitantes. Comp�em, ainda, o cintur�o da atividade na regi�o Muria�, Miradouro, S�o Francisco do Gl�ria, Bar�o do Monte Alto, Vieiras e S�o Francisco.

 

O aquarismo e os lagos ornamentais encontram muita praticidade na aquisi��o de equipamentos, como sistema de filtragem, ilumina��o e aquecimento, tornando de f�cil manejo a manuten��o de peixes no aqu�rio. O comprador do peixe ornamental � o consumidor tradicional do setor de pequenos animais, o pet, ramo que vem crescendo no pa�s.

 

Os peixes ornamentais t�m sido encarados como op��o ideal para quem mora em grandes centros e deseja ter um bicho de estima��o com as vantagens da longevidade –  eles chegam a viver 10 anos –, de n�o produzir ru�do, e nem espalhar fezes pela casa. A cria��o profissional exige pouco investimento inicial e utiliza pequenas �reas, al�m de necessitar de menor quantidade de m�o de obra, em compara��o a outros setores do meio rural.

 

No entanto, requer conhecimento espec�fico por se tratar de organismos sens�veis. “Os peixes com os quais trabalhamos desde a reprodu��o, manuten��o e engorda, no final do processo s�o vendidos vivos. � muito diferente da piscicultura de corte, mas a atividade oferece retorno r�pido do investimento, em torno de cinco meses”, explica Gabriel Miranda Batista, m�dico-veterin�rio e presidente da Associa��o dos Aquicultores de Patroc�nio de Muria� e Bar�o do Monte Alto. A maioria das matrizes s�o retiradas da pr�pria cria��o. A cada ninhada, s�o selecionados um ou mais indiv�duos para se tornar matrizes.

 

O primeiro cuidado � na origem dos peixes. � preciso observar se o criador que cede a matriz ou lojista que a vende t�m registros; se est�o associados a algum grupo ou se disp�em de suporte. A origem do animal vai definir muito sobre o futuro dele. Uma vez adquirido o peixe, basicamente os cuidados s�o com a �gua, par�metros f�sico-qu�micos, PH e temperatura, que n�o devem apresentar oscila��o, a alimenta��o adequada.

 

A vantagem do setor, segundo Gabriel Batista, � o grande n�mero de esp�cies e variedades existentes. N�o h� um n�mero exato, mas estima-se que existam em torno de 6 mil variedades que s�o oferecidas em todo o mundo. No Brasil as esp�cies liberadas pelos �rg�os de vigil�ncia e ambientais est�o em torno de 2 mil. Entretanto, s�o realizados melhoramentos gen�ticos gerando outro farto n�mero de varia��es.
Algumas esp�cies podem chegar at� a 100 varia��es, explica o m�dico-veterin�rio. Quanto mais intenso o melhoramento gen�tico, o que envolve mudan�a de cor, caracter�sticas de cauda etc, esse peixe se tornar�  mais sens�vel, exigindo maiores cuidados. Normalmente, esses peixes s�o ex�ticos, n�o s�o nativos da regi�o. Eles v�m de outras bacias. A principal esp�cie criada no polo de Muria� � do peixe beta.

Trato

O mercado segue uma escala, abarcando desde o lojista que atender� o aquarista. Alguns animais s�o mais sens�veis, exigindo estufas. Mas a produ��o � simples, explica o veterin�rio. “Pode-se come�ar com aqu�rio pequeno, que no caso do betta � de 3 a 5 litros. Os mais sofisticados podem utilizar ilumina��o, ornamento e filtragem espec�ficas. Mas num aqu�rio cabem in�meros recursos ao gosto do cliente”.

 

O mercado de peixes de �gua salgada � ainda incipiente, segundo Gabriel Batista, e exige mais recursos. “O peixe de �gua doce � o mais popular no Brasil, mas o de �gua salgada tem pre�o bem mais caro. Nossa regi�o � refer�ncia de peixes de �gua doce. Ainda n�o conseguimos produ��o est�vel de todos os peixes, s�o poucas as variedades por isso n�o atendemos nosso mercado consumidor interno portanto n�o exportamos. Est�vel � aquela produ��o onde se consegue o ano todo atender a maioria de seus consumidores”. Alguns peixes s�o sazonais ou ainda demandam t�cnicas para mant�-los em padr�o suficiente para atender ao mercado interno”.

 

Ana Carolina Euler, diretora de aquacultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) sustenta que a piscicultura � a atividade agropecu�ria que mais cresce no Brasil. Em 2014, foi criada a diretoria na estrutura da pasta para fomentar atividade. “Temos um conv�nio com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar de Desenvolvimento Agr�rio para apoiar a desburocratiza��o do licenciamento ambiental aqu�cola, que � um gargalo do setor”, afirma. H� cinco �rg�os p�blicos entre estaduais e federais envolvidos no processo das licen�as. Maior produtor de peixes ornamentais, Minas tem na atividade um segmento importante da agricultura familiar.

Na trilha do frango

Quanto ao peixe de corte, segundo a diretora um dos motivos que faz com que n�o se consuma o pescado em Minas � o pre�o, na avaliza��o de Ana Carolina Euler, diretora de aquacultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa. “Criou-se uma cultura de se aproveitar apenas o fil� que � 33% do peixe.O resto n�o � qualificado ficando todo custo de produ��o no fil�, o que acaba onerando o custo. Um projeto de pesquisa da UFMG para melhoramento gen�tico gerou expectativa de que em curto espa�o de tempo o peixe se torne o frango de hoje”.

 

A piscicultura proporciona um elevado n�vel de qualidade do peixe para consumo humano, e isso se deve aos cuidados com alimenta��o, controle das taxas de crescimento e das propriedades da �gua dos viveiros e tanques onde os peixes s�o criados. A pr�tica da piscicultura possibilita tamb�m a cria��o de esp�cies que est�o amea�adas de extin��o, contribuindo para a preserva��o da diversidade da fauna, gerando renda ao pequeno e m�dio produtor rural, usando um modelo de trabalho sustent�vel.

 

S�o tr�s os tipos de produ��o: extensivo, semi-intensivo e intensivo. O sistema extensivo refere-se � pr�tica tradicional e rudimentar, representada pela t�cnica de cerco, por exemplo, em �reas originalmente destinadas � outra finalidade, como armazenamento de �gua, bebedouro de animais, energia el�trica, etc.

 

O povoamento � composto principalmente por esp�cies nativas da regi�o. Nesse caso, a alimenta��o dos peixes depende apenas do que � produzido naturalmente na �gua, fertilizada pelos pr�prios animais que ocupam o local. O investimento � baixo e a produtividade por �rea tamb�m � proporcional. No cultivo semi-intensivo existe um condicionamento e uma influ�ncia no cultivo, por meio de suplementa��o alimentar, tratamento qu�mico da �gua e mecaniza��o de alguns processos. J� o sistema intensivo apresenta produ��o bem controlada e sistematizada, visando � otimiza��o da cria��o e ao seu melhor retorno produtivo. O cultivo � feito em tanques-rede, estruturas submersas feitas de telas de arame revestido de PVC, para confinamento da cria��o em a�udes ou represas. Dentre as esp�cies mais comumente cultivadas por meio desse processo est�o o salm�o, o atum e a til�pia.

 

A pr�tica intensiva � a que mais evolui nos pa�ses em desenvolvimento atualmente, pois permite a livre e constante circula��o da �gua, que mant�m o oxig�nio necess�rio � cria��o, facilita a retirada e o manejo dos peixes, diminui os custos com tratamentos de doen�as e, al�m disso, a produtividade alcan�ada � bastante superior �s outras t�cnicas. Comparando os sistemas intensivo e tradicional, a produtividade do primeiro chega a ser 100 vezes maior, gerando 200 quilos de peixe por metro c�bico, ante apenas 2 quilos por m³ da produ��o tradicional, de acordo com o Sebrae.

EM CASA

Minas � o 6º estado em produ��o de peixes para consumo. O carro-chefe � a til�pia segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) relativos a 2017. Morada Nova de Minas, no reservat�rio de Tr�s Marias, � o 2º produtor de til�pia do Brasil. S�o 30 mil toneladas de peixe em geral e 91% de til�pia. Do peixe de corte pode se aproveitar tudo. Existe equipamento de separa��o mec�nica da carne que extrai os pedacinhos da coluna da carca�a. Essa parte pode ser aproveitada na fabrica��o de salsicha, bolinhos e nuggets; na ind�stria farmac�utica e na fabrica��o de temperos de caldo de peixe. O couro tem aplica��o no artesanato e no tratamento de queimaduras. Em Minas, os tr�s polos de peixe de corte est�o em Furnas, Tr�s Marias e no Tri�ngulo Mineiro.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)