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Estado de Minas

Cultivo de banana em cidade mineira vai movimentar R$ 90 mi

Maior produtora da fruta no Sudoeste do estado, Delfin�polis emprega 1.300 trabalhadores diretos e estima colher este ano 80 mil toneladas


postado em 10/06/2019 06:00 / atualizado em 10/06/2019 09:52

Há cinco anos no ramo, Victor Perticarrari superou a média de 25 toneladas/ano por hectare, e colheu 39 no ano passado Há cinco anos no ramo, Victor Perticarrari superou a média de 25 toneladas/ano por hectare, e colheu 39 no ano passado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
H� cinco anos no ramo, Victor Perticarrari superou a m�dia de 25 toneladas/ano por hectare, e colheu 39 no ano passado H� cinco anos no ramo, Victor Perticarrari superou a m�dia de 25 toneladas/ano por hectare, e colheu 39 no ano passado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Munic�pio de pouco mais de 7.500 habitantes, Delfin�polis conta com colaboradores de cidades vizinhas para movimentar um neg�cio que abrange 3.850 hectares de seu territ�rio.

 

A produ��o da fruta emprega 1.300 trabalhadores diretamente na lavoura e gera outros milhares de empregos indiretos. A banana gera emprego a um funcion�rio para cada tr�s hectares de lavoura.

Para se ter uma ideia, gr�os como soja e milho, que contam com alta tecnologia e mecaniza��o, disp�em de um para cada 200 hectares. Os produtores estimam uma produ��o de 80 mil toneladas de banana-prata neste ano, movimentando um montante em torno de R$ 90 milh�es.

Localizada no Sudoeste de Minas Gerais, Delfin�polis abriga em torno de 160 produtores da “banana-branca” (prata) distribu�dos em propriedades rurais que variam entre 12 hectares a 530 hectares (ha), e � tamb�m o segundo maior produtor de soja da regi�o, que, junto com as lavouras de milho, caf�, frutas e produ��o de leite formam o topo de sua economia.

“A empregabilidade � alta porque, al�m das pessoas que cuidam diretamente das planta��es, t�m os fornecedores de insumos, adubos, defensivos, transportadores, motoristas de caminh�o e de coletivos (s�o oito �nibus diariamente no transporte de trabalhadores para as �reas de plantio), funcion�rios de escrit�rios, contabilistas, mec�nicos que consertam e prestam manuten��o nos tratores e no maquin�rio e os transportadores”, explica S�vio Marinho, agr�nomo da Emater, produtor e diretor da Associa��o dos Produtores de Banana de Delfin�polis (Adelba).

“Temos um gargalo para escoar a produ��o, que poderia abastecer outras regi�es do estado e do pa�s. A travessia da usina do lago formado pela Usina Mascarenhas, do complexo da hidrel�trica de Furnas, � feita por balsa, o que pode atrasar a entrega em at� tr�s horas na fila de espera”, adverte S�vio.

Antes da usina, a travessia do Rio Grande era por meio de uma ponte que ficou submersa. A alternativa foi a aquisi��o de duas balsas para a travessia. Uma sa�da seria o asfaltamento da BR-464, no trecho de pouco mais de 100 quil�metros at� a �rea urbana de Delfin�polis.

“A banana � muito sens�vel e facilmente perec�vel. N�o pode ficar muito tempo sob o sol, aguardando a fila para embarcar na balsa e n�o suporta a trepida��o da via de terra. Precisamos de uma contrapartida da usina, que fornece energia e gera riqueza para todo o pa�s, mas causa um problema para nossos produtores”, reclama o agricultor.

De acordo com Fernando Haddad, pesquisador da Embrapa Fruticultura e Mandioca, em Cruz das Almas (BA), bananicultura � atividade com m�o de obra sempre presente. “A pessoa tem que estar diariamente na planta��o para monitoramentos, como de doen�as e desfolha. S�o v�rios procedimentos de manejo a requerer m�o de obra.

RECUPERA��O

Fernando Haddad, pesquisador da Embrapa em Cruz das Almas (BA), diz que empresa desenvolve pesquisa para o o cultivo da variedade princesa, mais resistente qe a banana-maça(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Fernando Haddad, pesquisador da Embrapa em Cruz das Almas (BA), diz que empresa desenvolve pesquisa para o o cultivo da variedade princesa, mais resistente qe a banana-ma�a (foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A voca��o para a banana foi descoberta a partir de 1993. At� ent�o, o territ�rio tinha no caf� sua principal fonte de riqueza. Mas uma forte crise, provocada pelo excesso de produ��o, fez o pre�o cair vertiginosamente e impulsionou os produtores a buscar na fruticultura a recupera��o de suas economias.

O come�o foi com nove pequenos produtores que se associaram e realizaram o primeiro plantio em apenas 20 hectares de terreno, incentivados pela cooperativa de produtores de caf� da vizinha S�o Sebasti�o do Para�so, que apontou a fruticultura como sa�da.

Atualmente, 70% da produ��o � destinada �s cidades de porte m�dio do interior de S�o Paulo e � capital paulistana, al�m de Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uberaba (MG), Uberl�ndia (MG) e Belo Horizonte.

Juscelino Marques da Silva cultiva banana-prata em territ�rio de 35ha h� tr�s anos e colhe em m�dia 30 toneladas anuais. “A primeira colheita � inferior no pre�o, porque a muda � retirada de seu h�bitat e o cacho fica pequeno, deixando o pre�o 60% menor em rela��o �s pr�ximas colheitas. Um cacho na primeira colheita n�o passa de 10 quilos, nas demais, s�o 28 quilos”.

Trabalhando no ramo h� cinco anos e com uma propriedade de 20ha, considerada de pequeno porte, o produtor Victor Perticarrari conseguiu superar a m�dia habitual de 25 toneladas/ano por hectare, e colheu 39 toneladas por hectare no ano passado.

Este ano, o n�mero dever� ser um pouco menor, devido ao ataque de algumas doen�as. Entre as principais est� a sigatoka-amarela, fungos que atacam e matam as folhes, grandes nutrientes do fruto, que acaba n�o se desenvolvendo bem.

CLONAGEM

Presente � Terceira Feira da Banana de Delfin�polis, evento ocorrido de quarta a s�bado, Gilberto da Cruz, gerente administrativo da Flora Biotecnologia, de Itaja� (SC), apresentou aos visitantes a produ��o da muda in vitro, uma clonagem das melhores cultivares de uma planta��o.

“O produtor seleciona as melhores plantas de sua lavoura e nos encaminha. Elas s�o reproduzidas em laborat�rio e devolvidas em grande quantidade e com maior estabilidade gen�tica, livre de doen�as e pragas, o que promove maior rentabilidade ao produtor.

O material enviado pelo produtor deve vir com um certificado fitossanit�rio.” A empresa trabalha com qualquer cultivar e, caso o interessado n�o tenha um bom produto, ela adquire por meio de parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Itaja� (Epagri) ou via Embrapa. “J� estamos idealizando um banco de material gen�tico das cultivares”, esclarece Gilberto Cruz.

Fernando Haddad
conta tamb�m que a Embrapa est� desenvolvendo pesquisa nacional para o cultivo da BRS princesa, variedade que agrega o sistema de produ��o. Parecida com a banana-ma��, ela � resistente ao mal do Panam�.

“Essa cultivar oferece um ganho de competitividade com a banana-ma�� original, uma vez que ela (banana-ma��) cada vez mais se torna um produto de menor qualidade e marginal.

“Ningu�m consegue manter uma mesma �rea produzindo banana-ma�� por muito tempo. A princesa vem para suprir a necessidade desse tipo de fruta menor, mais doce.”


Mais qualidade e credibilidade

Funcionários trabalham na colheita da banana, que terá marca coletiva na região, lançada durante feira de Delfinópolis(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Funcion�rios trabalham na colheita da banana, que ter� marca coletiva na regi�o, lan�ada durante feira de Delfin�polis (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A Terceira Feira da Banana de Delfin�polis, realizada entre os dias 5 e 8, reuniu produtores compradores, pesquisadores e o que h� de novidade em tecnologia no manejo e na comercializa��o do produto, al�m de maquin�rio. E apresentou uma novidade: o lan�amento da marca “Banana de Delfin�polis – Orgulho de quem faz junto”, idealizada pelo Sebrae-Minas e a Associa��o dos Produtores de Banana de Delfin�polis (Adelba).

Marca coletiva � a identifica��o de produtos ou servi�os provenientes de membros de uma determinada entidade.

De acordo com o presidente da Adelba, Marcelo Lemos Rusisca, o objetivo � garantir ao consumidor e aos produtores mais seguran�a e credibilidade. “O projeto tem tamb�m como objetivo capacitar os produtores e aprimorar o produto para atender aos grandes centros de consumo.”

Leonardo Mol, gerente do Sebrae Sudoeste e Centro-Oeste explica que a marca coletiva busca conectar o produtor a uma demanda do consumidor, que cobra rastreabilidade e atributos de valor.

“A marca coletiva � o primeiro passo” de um movimento que visa estruturar e organizar essas comunidades pensando no futuro.

Segundo a analista do Sebrae-Minas, Fabiana Rodrigues Rocha, Delfin�polis � hoje o segundo maior produtor de banana de Minas Gerais.

“O Sebrae apoia a bananicultura no munic�pio h� cinco anos, e este momento, do lan�amento da marca coletiva, � muito importante para o desenvolvimento do setor, pontua a analista.

Cl�udio Castro, analista t�cnico da unidade do agroneg�cio Sebrae-Minas, explica que marcas coletivas como as indica��es geogr�ficas s�o novidade no Brasil, mas antiga na Europa. “Trazem o conceito de origens e contam a hist�ria dos produtores e de seu h�bitat”.


CONSELHO

De acordo com Castro, a regi�o da Canastra � um ber�o de diversos produtos. “� um territ�rio onde h� fartura de �gua, condi��es de solo e clima favor�veis � produ��o de banana de qualidade, e com a vantagem de estar inserida no contexto da hist�ria de uma regi�o muito conhecida por seus produtos e belezas naturais.

O Sebrae, dentro dessa estrat�gia, � respons�vel pelo desenvolvimento dessa constru��o feita a v�rias m�os, que tem como princ�pio a tentativa de identificar o DNA dessas pessoas, o que as move dentro do territ�rio.

Cl�udio Castro explica que, em breve, ser� elaborado um protocolo de boas pr�ticas, que nortear� um conselho regulador, para avaliar a utiliza��o da marca em produtos da regi�o.

“N�o se trata de uma certifica��o, mas um documento interno do conselho, desenvolvido por agr�nomos e envolvendo outras entidades e o pr�prio produtor. Um mapeamento de processos do que podemos e do que n�o devemos praticar” esclarece.


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