
Segundo a terceira edi��o do �ndice Ideagri do Leite Brasileiro – pesquisa feita com base em diversos indicadores de desempenho da produ��o nacional –, os latic�nios brasileiros atendem basicamente ao mercado dom�stico e precisam avan�ar tanto na efici�ncia quanto na qualidade do produto. Diante disso, quais s�o os principais desafios de toda a cadeia do leite?
A diretora-executiva do Ideagri – Sistema para Gest�o de Empresas Rurais, Heloise Duarte, esteve � frente do levantamento que gerou os �ndices divulgados. Para a CEO, h� uma disparidade anormal entre fazendas brasileiras. Os rebanhos “top 10%” produzem 20% mais leite por animal em compara��o com a m�dia geral.

O vice-presidente da Federa��o da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Alvim, diz que o panorama do setor l�cteo no Brasil � de melhora. Ele lembra que o pa�s demorou a ter um programa nacional espec�fico voltado ao leite, algo que aconteceu somente em 2005.
“O leite melhorou muito de 2005 para c�, quando entrou em vig�ncia o Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite. O dif�cil � que os demais pa�ses t�m esse plano h� muito tempo, o que dificulta mesmo a competi��o. Outra coisa � que o Brasil, na verdade, s�o v�rios ‘Brasis’, muito grande. Temos uma popula��o de 600 mil produtores de leite, tem que esperar resultados a m�dio prazo. E essas aberturas recentes, de uma forma ou outra, for�am uma melhora do nosso produto”, ressalta Rodrigo Alvim.
PRODU��O
A exporta��o de produtos l�cteos brasileiros ocorre somente com os "n�o flu�dos", como leite em p�, leite condensado e queijos. Segundo Heloise Duarte, a produ��o m�dia por vaca em fazendas profissionais � de 22 litros e meio por animal ao dia. “O IBGE coloca como cinco, mas n�o representa a m�dia das profissionais, esse � um dado mais abrangente.”
Diretor-executivo do Sindicato da Ind�stria de Latic�nios de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira J�nior concorda que a produ��o de leite no Brasil � suficiente para abastecer, somente, o mercado interno. Para ele, a redu��o do custo de produ��o no pa�s � fundamental para que seja poss�vel uma competi��o franca no mercado internacional.
“Nos �ltimos anos, tivemos queda de 10 litros ao ano por brasileiro: de 175 para 165 litros. O mercado dom�stico est� abastecido, ent�o, agora temos que melhorar a produtividade da vaca, o rendimento da produ��o. Temos que diminuir o custo de nossa produ��o. Para se ter ideia, a pot�ncia Nova Zel�ndia tem a tonelada do leite US$ 400 mais barata que a nossa. Isso tem que mudar.”
“Nos �ltimos anos, tivemos queda de 10 litros ao ano por brasileiro: de 175 para 165 litros. O mercado dom�stico est� abastecido, ent�o, agora temos que melhorar a produtividade da vaca, o rendimento da produ��o. Temos que diminuir o custo de nossa produ��o. Para se ter ideia, a pot�ncia Nova Zel�ndia tem a tonelada do leite US$ 400 mais barata que a nossa. Isso tem que mudar.”
Segundo o Silemg, o Brasil produz atualmente 34 bilh�es de litros por ano. “Essa produ��o � boa, mas o n�vel que � exportado � p�fio, quase � poss�vel desconsiderar. Nosso desafio � baixar o custo de produ��o do leite. Mesmo assim, � bom lembrar que estamos em evolu��o e que essas aberturas s�o �timas. H� 20 anos, a meta era diminuir a importa��o. Isso ocorreu, conseguimos abastecer o pr�prio mercado, e agora � trabalhar para exportar, mas n�o � f�cil”, afirma Celso Moreira.
Como o IILB � calculado
A empresa de consultoria Ideagri calculou a qualidade do leite brasileiro a partir de 12 indicadores-chave de 1 mil fazendas com bom grau de tecnifica��o. Elas t�m, em conjunto, 250 mil matrizes e respondem por 4% da produ��o no pa�s. As chamadas fazendas “top 10%” s�o as que apresentam os melhores indicadores do estudo. As melhores chegam a produzir 20% mais leite do que toda m�dia das fazendas analisadas pelo �ndice.
O Ideagri entende que temas como taxa de prenhez e mortalidade de f�meas influenciam nesse grau. “Vejo que � mais repensar os investimentos, pois muitas vezes as pessoas que cuidam dessas fazendas n�o conseguem colocar bem o dinheiro. Existem, claro, fazendas com estruturas simples e bem cuidadas, com certa estrutura, mas infelizmente t�m pouco desempenho pelo tamanho, pois falta manejo. � um trabalho dif�cil e demorado”, diz Heloise Duarte, diretora-executiva do Ideagri.
O Ideagri entende que temas como taxa de prenhez e mortalidade de f�meas influenciam nesse grau. “Vejo que � mais repensar os investimentos, pois muitas vezes as pessoas que cuidam dessas fazendas n�o conseguem colocar bem o dinheiro. Existem, claro, fazendas com estruturas simples e bem cuidadas, com certa estrutura, mas infelizmente t�m pouco desempenho pelo tamanho, pois falta manejo. � um trabalho dif�cil e demorado”, diz Heloise Duarte, diretora-executiva do Ideagri.