
A ceratose act�nica, tamb�m chamada de ceratose solar, � considerada doen�a pr�-cancerosa. De origem solar e dermatol�gica, muito comum em indiv�duos de pele e olhos claros, � caracterizada por �reas descamativas e irritativas que acometem as partes do corpo expostas ao sol, principalmente em ac�mulo ao longo da vida. Pode se manifestar em v�rios pontos da pele, principalmente face, couro cabeludo, colo, dorso do bra�o e antebra�o. � conhecida, ainda, como ceratose senil, por ser corrente em pessoas idosas. Mesmo corriqueira, demanda tratamento espec�fico para evitar problemas graves. A maioria das les�es, chamadas ceratoses, s�o benignas, por�m, cada les�o tem 10% de chances de progredir para um tumor maligno, podendo predispor ao carcinoma espinocelular.
H� 12 anos, Jo�o Henrique Faria, de 56, jornalista, agora atuante no ramo do marketing pol�tico, se deparou com a patologia. No princ�pio, surgiu uma ferida do lado direito do nariz, bem na ponta, que sangrava muito. Jo�o se lembra de acordar com os travesseiros sujos de sangue. Sem pestanejar, procurou um dermatologista, que constatou se tratar de um pren�ncio de c�ncer de pele. “Ele examinou meu corpo todo e diagnosticou a ceratose act�nica. Tenho a pele muito branca, quando tomo sol, logo fico vermelho e descasco. A doen�a vem do excesso de sol pela vida toda, desde a inf�ncia e adolesc�ncia, e se manifesta mais tarde. Eram pequenas manchas, que causavam escama��o no rosto e no ombro. Feriu os dois lados do ombro, pr�ximo da clav�cula, e o nariz. A bi�psia n�o revelou c�ncer, mas pr�-c�ncer”, conta Jo�o Henrique.
De l� para c�, os sintomas se pronunciaram em outras duas ocasi�es, acometendo tamb�m o couro cabeludo, a testa e os l�bios. Desde a descoberta da doen�a, o jornalista foi submetido a cirurgias e outros tratamentos. A partir da�, toma uma s�rie de cuidados, como uso de bloqueador solar, chap�u, fa�a ou n�o sol – ele j� aprendeu que o morma�o � suficiente para atingir a pele negativamente. Al�m das consultas rotineiras, de acompanhamento, firmou compromisso com a preven��o. “Conhe�o pessoas que chegaram a perder o nariz. O cuidado � para o problema n�o se enraizar e alastrar pelo corpo. Ir ao m�dico pelo menos uma vez por ano para dar uma geral e saber como est� a sa�de � mais do que necess�rio. Na pele � vis�vel, pelo tato j� percebo. Mas tem problemas invis�veis”, pondera.
CUIDADOS
Mesmo com o medo inicial no instante da descoberta, de a doen�a evoluir para um mal concreto, complicado, Jo�o conta que convive bem com o transtorno. “Voc� pode pensar que n�o deve ser nada, passa um rem�dio, d� casquinha e sara, mas n�o � bem assim. No meu caso, fui ao m�dico no momento certo, quando ocorreu, e n�o houve evolu��es negativas. Hoje, vou � praia, entro no mar, aproveito normalmente f�rias, fim de semana. Quando sei que vou me expor ao sol, me protejo. S� no uso di�rio do filtro solar � que sou um pouco relapso”, n�o esconde. (JG)
palavra de especialista
Gisele Viana
dermatologista, titular da SBD e membro
da SBCD e American Academy of Dermatology (International Fellow)
Diagn�stico tem de ser r�pido
Alguns tipos de c�ncer de pele s�o mais agressivos e podem evoluir facilmente para uma met�stase. Outros s�o mais brandos. Entre os principais tratamentos est�o a cirurgia em diversas modalidades (convencional, microgr�fica e criocirurgia), a terapia fotodin�mica e as cauteriza��es. Os procedimentos sempre devem ser acompanhados de medidas de fotoprote��o e avalia��es dermatol�gicas. Bastam poucos minutos de exposi��o ao sol para auxiliar na absor��o da vitamina D. N�o � preciso se expor por longos per�odos para garantir a sa�de. Por�m, � fundamental adotar cuidados espec�ficos para a pele, prescritos pelo dermatologista. O uso de guarda-sol � pouco eficiente contra o c�ncer de pele, j� que boa parte da radia��o solar prov�m de raios que se refletem a partir do ch�o. Nos momentos de lazer ou no trabalho ao ar livre, o indiv�duo deve prevenir a exposi��o solar sem a devida prote��o – invista em fotoprotetores, roupas (h� algumas que t�m prote��o ultravioleta na malha) e limite o n�mero de horas de exposi��o. � mais comum que o c�ncer de pele surja em pessoas mais velhas, uma vez que elas passaram mais tempo expostas � radia��o solar. Entretanto, a doen�a tamb�m pode acometer crian�as, devido a fatores gen�ticos. Inclusive, a hereditariedade influi no desenvolvimento do c�ncer de pele, mas h� outros fatores envolvidos. As partes do corpo mais suscet�veis ao mal s�o as �reas que ficam expostas, como o rosto, os bra�os e as m�os – em homens calvos, a regi�o da cabe�a e, em mulheres, a regi�o pr�-esternal (decote) e as pernas. Contudo, o problema tamb�m pode aparecer em locais que nunca foram expostos ao sol, como a genit�lia. O diagn�stico � realizado por dermatologistas, por meio de exames durante a consulta. Al�m da avalia��o cl�nica, podem ser realizados a dermatoscopia, o mapeamento com aux�lio de equipamentos e a bi�psia das les�es suspeitas. A bi�psia � feita por um cirurgi�o pl�stico ou dermatologista, depois da anestesia da pele e com utiliza��o de t�cnica cir�rgica est�ril. Trata-se de um procedimento que deve ser sempre orientado por um m�dico. O c�ncer de pele tem cura na maioria das vezes. � importante ressaltar que o diagn�stico precoce garante grandes chances de melhora total.