“Meu filho veio para me salvar.” A frase � da gestora comercial Fabiana Fran�a, de 39 anos, que j� era m�e da pequena Rafaela quando descobriu um c�ncer raro de mama, aos 37, um carcinoma grau 3 invasivo, e estava gr�vida de nove semanas do segundo filho. Naquele momento, um filme de toda a sua vida passou em seus olhos em quest�o de minutos. “Eu olhava para a minha filha mais velha e segurava minha barriga, como se segurasse meu filho. Foi uma dor, um aperto no cora��o angustiante”, relembra.
Depois de muita ora��o e uma longa conversa com uma senhora que mantinha um grupo de ora��o, ela sentiu uma paz, que veio como um acalento. “Sempre tive minha f� e nesse momento me senti abra�ada por Deus”, conta. Foi da� que come�ou sua aceita��o e a for�a para lutar. “Desde ent�o, n�o chorei mais. Ali�s, as l�grimas retornaram somente no dia em que meu filho nasceu. Foi o maior milagre em meus bra�os”, conta.
O oncologista cl�nico Bruno Ferrari, presidente do Conselho Administrativo do Grupo Oncocl�nicas, explica que o tratamento de c�ncer durante a gravidez deve ser feito de forma individualizada e destaca que a gravidez n�o interfere no tratamento, pois somente o primeiro trimestre � mais cr�tico. “Existem algumas restri��es, como a radioterapia que n�o pode ser feita, mas existem outras alternativas. Al�m do oncologista, a paciente � acompanhada por uma equipe multidisciplinar.”
“Passei por 16 quimioterapias, gestante, sem sofrer com os enjoos dos efeitos colaterais e da gesta��o. E meu beb� estava sempre forte, o que se confirmava a cada ultrassom que fazia para acompanhar seu desenvolvimento”, conta a gestora comercial. Tamanha a garra e determina��o, Fabiana chegou a ouvir de muitos m�dicos que nem parecia que ela estava em um tratamento contra o c�ncer.
O suporte encontrado na fam�lia, nos amigos e na equipe m�dica foi fundamental para esse processo duplo de sensa��es. De um lado, a celebra��o da vida; e de outro algo que poderia ser uma senten�a, mas para ela foi mais um motivo para lutar pelo seu beb�. “Minha filha Rafaela, t�o pequenina me abra�ando e beijando, falando que pediu a Papai do C�u para melhorar meu peitinho. Emociono s� de me lembrar, isso n�o tem pre�o.” Tudo isso regado de amor e carinho, como ela diz.
Fabiana Fran�a ressalta que � dif�cil receber a not�cia de que est� com um c�ncer, mas diz que se outras mulheres estiverem passando pela mesma situa��o � respirar bem fundo e lutar para vencer. “Sinta-se leve de corpo e alma. Converse com seu beb�, tranquilize-o, voc�s dois passaram por tudo bem juntinhos. E n�o! A not�cia do c�ncer n�o � uma senten�a de morte, mas nos sacode para a vida, nos ensina a reviver”, comenta.
Depois das batalhas enfrentadas, hoje o pequeno Eduardo tem 10 meses e a gestora faz hormonoterapia. “Isso me ensinou o qu�o importante � valorizar cada segundo vivido. Reclamar menos e agradecer mais”, finaliza. Nesta edi��o do Dia das M�es, o Bem Viver fala sobre a import�ncia transformadora da gravidez e do sonho da maternidade durante o processo de c�ncer.
* Estagi�rio sob a supervis�o da editora Teresa Caram