(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Pesquisadores da UFMG trabalham na cria��o de teste capaz de detectar o coronav�rus

Estudo ser� levado aos minist�rios da Ci�ncia e da Sa�de. O mundo assiste a uma corrida para desenvolver vacinas, mas processo � demorado


postado em 05/02/2020 12:55 / atualizado em 05/02/2020 15:28

(foto: Shutterstock)
(foto: Shutterstock)

Desde o fim de 2019, quando teve in�cio, a epidemia do novo coronav�rus se expandiu para al�m da China e a cada dia extrapola barreiras entre pa�ses. At� o momento, s�o 490 mortes confirmadas e mais de 20 mil pessoas infectadas. A fim de frear esse avan�o t�o r�pido, em uma situa��o que foi considerada como emerg�ncia internacional pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), come�a uma corrida para desenvolver formas de detecta��o, tratamento e vacinas em rela��o � contamina��o pelo micro-organismo, e o Brasil participa.

Est� agendada para a pr�xima segunda-feira reuni�o entre um grupo de pesquisadores e o Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es (MCTIC), com o objetivo de discutir meios e a��es frente ao problema, e tamb�m em poss�veis novas epidemias virais.

Iniciativa relacionada � Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), � Fiocruz-Minas e ao Parque Tecnol�gico de Belo Horizonte (BH-Tec), um dos projetos na pauta do encontro � o que est� sendo elaborado pelo Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG (CT Vacinas), na capital mineira, especializado em estudos de biotecnologia. A inten��o dos profissionais � encontrar modos de otimizar o diagn�stico da infec��o.

Professor e pesquisador do departamento de microbiologia da UFMG, Fl�vio da Fonseca � um dos coordenadores do estudo para o desenvolvimento do teste. "Obviamente esse � um teste novo, j� que � um problema novo. � um projeto ainda em fase inicial, de desenho. Come�amos o trabalho h� duas semanas. O teste de efic�cia dos exames deve ser feito em quatro meses. Esse tempo depende de amostras de pessoas infectadas, o que ainda n�o h� no Brasil, ent�o n�o tem como testar", esclarece.

O CT Vacinas � um �rg�o vinculado � UFMG que tem o objetivo de gerar testes diagn�sticos e vacinas contra doen�as infecciosas, fazendo a liga��o entre o conhecimento gerado em laborat�rio na universidade e a iniciativa privada, que produz os kits diagn�sticos para diferentes doen�as.

Na reuni�o com o minist�rio, ser�o discutidas a��es a serem adotadas pela ci�ncia brasileira frente ao desafio do coronav�rus. Mas bem antes disso a comunidade cient�fica do pa�s j� vem dialogando sobre a��es emergenciais que podem contribuir com a conten��o do v�rus.

A vacina tamb�m deve estar na lista da reuni�o, por�m, como explica Fl�vio, � consensual entre os virologistas brasileiros que ainda n�o � tempo de desenvolv�-la por aqui, j� que n�o se sabe o comportamento do coronav�rus. "Para tanto, � preciso ter certeza sobre o problema. Ainda n�o h� ind�cios de que o coronav�rus vai se espalhar pelo mundo. � por enquanto um momento de incertezas e uma quest�o com muitas lacunas", pontua. Na programa��o do encontro, o pesquisador espera ainda que o minist�rio se disponha a oferecer aportes financeiros para fomentar pesquisas sobre o coronav�rus no Brasil.

No grupo de trabalho, s�o cerca de 25 integrantes, entre estudantes e professores. O norte da atua��o � a realiza��o de exames moleculares e sorol�gicos capazes de identificar o agente patol�gico. Um dos processos parte da an�lise de secre��o pulmonar ou sangue, que torna poss�vel atestar a presen�a do RNA do v�rus no corpo. "O teste sorol�gico detecta anticorpos no organismo, � indicado para aplica��o em massa e pode ser implementado em condi��es epid�micas. O exame molecular, por outro lado, demanda uma infraestrutura laboratorial mais complicada e profissionais treinados, portanto sua aplica��o � mais restrita", explica Fl�vio da Fonseca. Nos dois casos, o resultado demora em torno de seis horas.

No CT Vacinas, o alicerce do procedimento parte do c�digo gen�tico do coronav�rus, considerando a descoberta publicada por especialistas da China em janeiro. O instituto est� fabricando em laborat�rio fra��es do v�rus, o que � fundamental para a efic�cia dos exames para seu reconhecimento no organismo.

Em algumas partes do mundo, empresas e universidades enfrentam o correr do rel�gio para conceber uma vacina contra o coronav�rus. � o que acontece nos Estados Unidos, na Europa e na China. Entretanto, ainda que esse processo n�o seja t�o demorado, seria preciso ao menos um ano para disponibilizar a vacina, uma vez que testes em humanos t�m regras r�gidas e precisam passar por diversas etapas.


Entidades como as farmac�uticas norte-americanas Moderna Therapeutics e Inovio Pharmaceuticals e a Universidade de Queensland, na Austr�lia, j� contam com um investimento de US$ 11 milh�es recebido da Coaliz�o para Inova��es para a Prepara��o contra Epidemias (Cepi), �rg�o internacional de suporte a pesquisas. A vacina seria um fator fundamental para impedir a prolifera��o da doen�a - em muitos casos, pode levar dez anos para ser elaborada.

A vacina contra o ebola, por exemplo, chegou a testes em dois anos. No caso da S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SARS), outra cepa do coronav�rus que atingiu a China entre 2002 e 2003, a vacina foi criada em 20 meses em um processo acelerado, mas quando ficou dispon�vel para testes em pessoas, o problema havia sido superado.

Um dos coordenadores da pesquisa, Flávio da Fonseca é otimista e acredita que o problema com o coronavírus não irá tomar dimensões mundiais(foto: Reprodução/Facebook)
Um dos coordenadores da pesquisa, Fl�vio da Fonseca � otimista e acredita que o problema com o coronav�rus n�o ir� tomar dimens�es mundiais (foto: Reprodu��o/Facebook)
Esse � um momento inicial, e a postura sobre como agir daqui para frente depende dos rumos futuros do coronav�rus pelo mundo. "Ainda n�o sabemos se o problema vai se tornar uma pandemia ou n�o. Definimos esse sistema de diagn�stico porque o importante � estar preparado caso o v�rus chegue ao Brasil", diz o pesquisador.

"J� vivi problemas como esses em rela��o a outros tipos de coronav�rus, e tenho uma percep��o pragm�tica. N�o se transformaram em pandemias e a minha impress�o sobre o novo coronav�rus � que caminha pelo mesmo tipo de desfecho. Acho que � uma infec��o que ser� contida e com o tempo desaparecer�", finaliza Fl�vio da Fonseca.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)